O Som e a Sílaba mostra o mundo em um ponto de vista atípico

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Criada por Miguel Falabella, a série estreia na Disney+ após sucesso da história no teatro; criador e elenco comentam sobre

Por Pedro Ibarra

Em 2017, estreava no teatro a peça O som e a sílaba, escrita e dirigida por Miguel Falabella. Uma história que consistia em um diálogo entre uma professora de canto lírico com uma bonita trajetória na ópera e uma aluna dentro do espectro autista e com muito potencial e amor por essa arte. Milhares de pessoas lotaram salas de espetáculo e a peça ganhou a oportunidade de virar série. O som e a sílaba agora foi lançada na Disney+.

O que era uma história contida ganhou novos personagens e mais cenas para desenvolver de forma tranquila a bonita história de Sarah Leighton (Alessandra Maestrini), uma jovem no espectro autista que tem a chance de ter aulas com uma das figuras que idolatra: a atriz e cantora Leonor Delise (Mirna Rubim), que, por estar em baixa, aceita lecionar canto lírico para Sarah. “Não há nada mais Disney do que o que aconteceu com a gente, nós citamos situações e personagens no palco e, de repente, eles se materializaram na nossa frente. Foi tudo muito mágico”, compara com os tempos de teatro Alessandra Maestrini.

Pela origem no teatro, as atuações, expressões e, até, alguns diálogos ganham um caráter distinto de uma série, apesar de toda a produção ser bem cinematográfica. “A origem da série é teatral e não dá para fugir disso, ainda mais que falamos de ópera: a expressão máxima dramática que existe no mundo”, destaca Miguel Falabella, que agora assina no papel de showrunner.

Ao mesmo tempo, entre as diversas possibilidades trazidas pela mudança de meio da história, a atuação ganhou mais profundidade. “Atuar na série trouxe mais nuances para mim e minha personagem. No teatro, eu tenho que conduzir o olhar do público; na televisão, o foco já está onde deve estar, e dentro disso dá para trabalhar mais profundamente, mostrando um lado mais colorido”, analisa Maestrini, que acredita que isso se reverta na experiência do espectador. “Minha opinião é que com a hipersensibilidade do autista, a gente consegue ver mais explicitamente as angústias, as alegrias, as excitações que todo ser humano tem”, afirma.

O criador da narrativa acredita muito no tema que escolheu e, principalmente, na mistura entre falar de autismo e de ópera. “O autismo e a ópera dão ao público o mapeamento extremado das emoções humanas”, comenta Falabella. Por esse motivo, decidiu que seria muito cuidadoso ao trazer os temas. “Buscamos ter embasamento naquilo que a gente queria falar. A intenção era falar de acolhimento, da necessidade de se olhar positivamente para mentes diversas. Porque a graça da vida são as diferenças”, pontua.

Ópera nas telas

Assim como a personagem que interpreta, Mirna Rubim também tem uma carreira na ópera e no canto lírico. A atriz assume que essa forma artística ainda é pouco representada popularmente e exalta as possibilidades que a série traz. “Essa oportunidade de trazer a ópera de uma maneira próxima e palatável traz curiosidade do público sobre o assunto”, reflete. “A gente vê desde a peça até o streaming, a intimidade sendo trazida por meio da música, que calha de ser a ópera. Isso é divino!”

Pedro Ibarra

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