Casamento entre personagens de Fernanda Montenegro e Lima Duarte já é um dos pontos altos de O outro lado do paraíso. Mas, na cena seguinte, o texto volta ao normal e lembra o Zorra total. Pena!
Novela de poucos acertos, O outro lado do paraíso marcou um gol de placa no início do capítulo desta segunda-feira (2/4). Mas o feito foi seguido de um gol contra, logo na sequência. A cena em questão retratou o casamento de Josafá (Lima Duarte) e Mercedes (Fernanda Montenegro).
Um presente para fãs de boas atuações, o show começou antes mesmo de a noiva subir ao altar. Nervosa, Mercedes recebeu uma visita muito especial enquanto se arrumava: a de Caetana (Laura Cardoso). A ex-rival de Mercedes pelo amor de Josafá foi meio que abençoar o casamento, o que fez com que Mercedes desistisse de vez da ideia de deixar Josafá esperando no altar.
O encontro das duas atrizes foi emocionante, como têm sido as sequências que reúnem as duas craques do jogo de cena. Mas o show continua. E desta vez, há de se ressaltar, o texto de Walcyr Carrasco brilhou. Ao som de Lucy Alves, em bela participação especial, uma emocionada Mercedes falou sobre o amor na terceira idade.
“Eu resolvi me casar porque eu acho que um sonho tem que ser realizado. O meu, o seu, o de todo mundo. O sonho existe para virar vida. (…). Pode acreditar que o amor não tem idade”, diz Mercedes antes de cortar o bolo.
Na hora de distribuir o primeiro pedaço, mais emoção. Mercedes dedica a Caetana a fatia, o que deixa a ex-dona do bordel da cidade emocionada com um discurso sobre perdão. E também o público. Não é todo dia que vemos os mestres Lima Duarte, Laura Cardoso e Fernanda Montenegro numa mesma cena, com texto e direção corretos.
A escorregada de O outro lado do paraíso
Depois do casamento, vem a noite de núpcias. E aí Walcyr Carrasco voltou ao tom Zorra total que vem imprimindo a O outro lado do paraíso. Não era de se esperar cenas quentes entre Lima Duarte e Fernanda Montenegro ー e elas, ainda bem, não vieram.
A ideia era boa: trazer delicadeza. Mas, sabe-se, de boas intenções, o inferno está lotado. A luz de velas, com um boa trilha incidental, Josafá avisa logo: “eu estou meio destreinado para essas coisas”. Sem graça, Mercedes diz que está mais destreinada ainda e o convida para sentar na cama com ela.
Depois, o tom até volta a ser o correto, quando Mercedes e Josafá fazem declarações de amor, mais voltadas para o carinho, companheirismo e o respeito do que para o sexo ー “a gente vai viver a vida como a gente quiser viver”. Com um selinho, a cena se fecha deixando evidente a fragilidade e a inconstância que permeia O outro lado do paraíso desde sempre.