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O mar está para Eli Ferreira!

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Atriz Eli Ferreira vive grande momento como Laura em Mar do sertão. A atriz fala sobre a novela das 18h e sobre as séries Santo e Sentença. Confira!

Na pele de Laura, Eli Ferreira vem se destacando no atual momento de Mar do sertão. A mulher apaixonada que fazia de tudo por Zé Paulino (Sérgio Guizé), ela vai olhar para si mesma. E não importa o preço que isso vai custar. A chegada de Márcio (Gabriel Godoy) à trama também dá outro gás à personagem.

Em entrevista ao Próximo Capítulo, Eli Ferreira fala sobre as emoções de Laura, oportunidades para atores negros e carreira internacional. Confira!

Entrevista // Eli Ferreira

Laura (Eli Ferreira) e Marcio Castro (Gabriel Godoy).

Você definiria a Laura de Mar do sertão como uma vilã ou é simplesmente uma mulher apaixonada magoada?
Um pouquinho dos dois! Acho que ela, como todo ser humano, tem qualidades e defeitos. Ela é extremamente competente no que faz, com uma carreira brilhante, que se vê numa realidade que nunca imaginou, carregando uma empresa nas costas e apaixonada pelo chefe que só a “explora” e sequer a nota de outra forma, mesmo com anos e anos de trabalho e amizade. Ela se vê sendo subestimada, e deve ser muito difícil viver isso que, somado ao fato de ser apaixonada pelo seu amigo e chefe, desperta nela um lado não tão legal assim… Acho que tudo está ligado ao desejo de ser notada por ele. Ela quer reconhecimento. Justo. E, de alguma forma, ele virá.

Laura é uma mulher bem sucedida profissionalmente no ramo da economia. Isso faz com que algumas pessoas de Canta Pedra tenham um pé atrás com ela. Na vida real, esse preconceito com mulheres bem sucedidas ainda existe?
Isso está mais ligado ao machismo, né?! E aí, se pensarmos nela como mulher e negra, ganhamos mais camadas nesse pré-conceito! Laura ama o que faz e isso a faz até viver coisas que ela jamais viveria, mas que, pelo trabalho, ela “engole”. A dedicação com uma pitada de paixão, tanto pelo trabalho quanto pelo chefe, é o que move Laura. Eu me identifico com ela neste sentido, porque o “tesão” pelo que estou fazendo me move absurdamente. Eu preciso estar apaixonada para realizar. O morno nunca mexeu comigo.

Laura é uma mulher negra, com trama própria bem desenvolvida. Nem sempre atores negros têm personagens assim. Esse cenário está melhorando?
Tem mudado, sim. Percebemos uma evolução, lenta.., mas ela existe. Existe um esforço, um movimento de fazer este debate acontecer e que, com muito custo, vem se estabelecendo. E uma maior abertura do mercado de trabalho para os negros e negras precisa ser debatido, e ser debatido na Baixada Fluminense, nas comunidades, nas escolas, precisa estar nos espaços todos e ser abordado com crianças, jovens e adultos. Precisamos falar disso em todos os espaços, fora da bolha. Quando vou a alguns bairros da Baixada, ouço coisas no vocabulário do dia a dia daquelas pessoas e penso: “Será que esses discursos que eu tenho, que meu amigo tem, se comunicam com essas pessoas?”. Precisamos falar para fora das nossas bolhas!

Você esteve recentemente na série Santo, produção internacional da Netflix. Acha que ela pode abrir as portas para uma carreira internacional? Esse é um objetivo seu?
Eu tenho tido a oportunidade de fazer mulheres contemporâneas e fortes. Júlia, em Sentença, é super inteligente e contemporânea. Jomara, em Santo, apesar de ainda ser uma personagem que aparece pouco, tem muita força e sagacidade. Elas são poderosas, cada uma à sua medida e dentro da própria realidade. Nesta primeira temporada, Jomara é ainda uma personagem muito pequena, então não sei se teria este efeito. Mas, sim, é um desejo forte em mim!