O hóspede americano, de Bruno Barreto, revive Roosevelt no Brasil

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Dirigida pelo brasileiro Bruno Barreto, a minissérie O hóspede americano relembra a viagem do ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, pela região amazônica

Por Isabela Berrogain*

O hóspede americano é a mais nova minissérie original do serviço de streaming HBO Max. Dirigida e criada pelo brasileiro Bruno Barreto, cineasta indicado ao Oscar, a produção relembra, em quatro episódios, a passagem de Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, pela região amazônica do Brasil. Além de contar com grandes nomes do cinema mundial, como Aidan Quinn, o seriado, que estreia neste domingo (26/11), também é protagonizado pelo renomado ator nacional Chico Diaz.

“Eu acho que Theodore Roosevelt incorporou algo que é muito raro neste mundo, que é complexidade numa era de polarização, esquerda e direita, bem e mal, sendo simplificados. Eu acho que Theodore Roosevelt é um sopro de ar fresco, mesmo tendo partido há mais de 100 anos”, opinou o diretor Bruno Barreto em coletiva de imprensa.

“No segundo que eu terminei de ler o roteiro, disse para mim mesmo: ‘Isso será a coisa mais difícil que eu já fiz, mas tenho que fazer’”, relembrou o ator Aidan Quinn, que dá vida a Roosevelt. “O amor puro, verdadeiro e real deste personagem pela natureza é algo que me animou muito”, explicou.

Crédito: HBO Max/Divulgação

Na trama da minissérie, Roosevelt vai em busca da juventude perdida, logo após uma dura derrota na campanha presidencial americana. Acompanhado do explorador brasileiro Cândido Rondon, o ex-presidente viaja à região amazônica com o objetivo de explorar o Rio da Dúvida, último rio não cartografado do país, em Rondônia.

“É muito interessante ter um personagem como Roosevelt indo para um lugar como a Amazônia, que ainda hoje aparece frequentemente nas notícias como ‘o pulmão do mundo’, e encontrando um homem como Rondon, que está tentando proteger de toda forma o local”, pontuou Matthew Chapman, roteirista de O hóspede americano.

“No fim da série, Roosevelt perde seu otimismo inicial e acaba com uma visão oposta à de Rondon. Enquanto o explorador brasileiro acreditava em uma forma civilizada de integrar as pessoas e a floresta na sociedade moderna, Roosevelt falava em destruição, perda, ambição e agressão por parte dos homens, que destruíram tudo”, apontou. “É uma história muito contemporânea, apesar de ter acontecido há mais de 100 anos”, completou Chapman.

“É muito triste pensar que, naquela época, existiam dois homens notáveis (Roosevelt e Rondon), em posições diferentes de poder, e compará-los com os líderes políticos de hoje que não têm esse tipo de profundidade”, lamentou o roteirista.

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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