Dramaturgia, jornalismo e entretenimento andavam juntos no Fantástico
Em agosto de 2018, o Fantástico vai completar 45 anos desde que estreou, em 1973. É natural que em tanto tempo a atração tenha passado por várias fases, entre altos e baixos, tenha enfrentado crises, superado algumas e sucumbido a várias outras. Assim como é natural que a nova geração, que só conhece o programa de agora, se lance a pergunta: mas o que é fantástico ali?
Fica difícil responder. Matérias exclusivas e bombásticas como as de antigamente estão cada vez mais raras. Não era difícil que ministros, atores de primeira linha, senadores, cientistas escolhessem a revista eletrônica ー chamada de O show da vida, lembra? ー para anunciar os projetos, pacotes econômicos e estudos em primeira mão. As redações dos jornais e revistas tremiam a cada domingo à noite já prevendo o “furo” que tomariam naquela semana. E o público só tinha a ganhar.
Revista eletrônica que se preze tem que ter leveza. E o Fantástico já soube dosar isso muito bem. A coluna política de Alexandre Garcia é um exemplo. Por quase dez anos, os textos inspirados do jornalista mostravam os bastidores do que acontecia no Congresso Nacional com bom-humor e informação. Um furo na meia do ministro na hora de falar do rombo da previdência (é… ele já existia na década de 1990), um senador gaguejando na hora de explicar a própria função no senado federal, um simples cochilo de um deputado durante a sessão plenária. Nada escapava à língua afiada de Alexandre Garcia. Mais uma vez era o público que ganhava.
Matemática, futebol e animação. A trinca andava sempre junta quando a Zebrinha entrava no ar com o resultado da loteria esportiva. Confesso que eu adorava quando “dava zebra” e a lógica de o Flamengo vencer o Náutico era quebrada. Só não achava muito engraçado quando o meu Fluminense era o alvo da Zebrinha, mas…. Tadeu Schmidt ainda tentou trazer humor de volta à cobertura esportiva do programa com o Bola cheia, bola murcha. Funcionou, mas logo cansou e vieram aqueles cavalinhos… pois é, os cavalinhos.
A dramaturgia e a música sempre tiveram espaço cativo no meu coração e nos tempos áureos do Fantástico. Quadros como A vida como ela é, O pensamento vivo de… eram verdadeiras pérolas. Vale lembrar que o grande ator Paulo Autran apareceu pela primeira vez numa ficção na tevê no Fantástico, tamanho prestígio que a atração tinha. Mesmo o Casseta e Planeta era genial quando estreou na telinha, ainda como quadro do programa para depois alçar voo solo, fazer sucesso e se perder.
Os clipes musicais eram esperados pelo público que queria saber quais eram as novidades de artistas como Elis Regina, Ney Matogrosso, Gal Costa, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Cauby Peixoto ー muitas eram as estrelas da nossa música que guardavam para os domingos o momento de lançar uma música ou de apresentar um dueto inédito. Tudo era feito com esmero, nada comparado ao palco montado com plateia para receber Baby do Brasil e o padre Fábio de Melo. Claro que, recentemente, o Bem sertanejo foi um acerto, mas ainda está devendo.
Está devendo em tudo o Fantástico. Mas pode se resolver. Torcida não falta. Talento de nossos dramaturgos, jornalistas e músicos também não. Pode começar com uma abertura nova, como aquelas de antigamente, com um corpo de baile saindo da água ou da areia, tendo a música tema como pano de fundo. “Olhe bem, preste atenção. Nós temos mágicas para fazer…”
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