O caminho de Luciano Quirino é pelo amor

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Luciano Quirino comemora 35 anos de carreira com um personagem que foge do estereótipo do negro violento. O ator vive o Abílio de Além da ilusão

Nas redes sociais, o ator Luciano Quirino, o Abílio de Além da ilusão, se despediu do colega Milton Gonçalves (morto na última segunda-feira) agradecendo o caminho que o mestre “abriu para muitos de nós”. O caminho a que Luciano se refere é o que leva atores negros a papéis que fogem de um estereótipo, de uma profissão ou condição social estigmatizada, de um personagem sem história própria.

É assim que Luciano enxerga Abílio, personagem com o qual comemora 35 anos de carreira. “O Abílio tem sido um presente! Um homem negro, simples, amoroso, que foge do estereótipo que tentam nos impor, que é do cara agressivo, violento, sem instrução. Esse personagem está me dando a possibilidade de explorar várias nuances”, explica o ator.

Abílio realmente tem passeado por várias emoções em Além da ilusão. Começou sendo um homem solar, apaixonado pelo filho, Bento (Matheus Dias); passa para a sombra quando recebe a notícia da “morte” do rapaz; e agora redescobre o amor ao lado de Augusta (Olívia Araújo). “Essa transição é um rico exercício de aprimoramento e amadurecimento artístico para qualquer ator”, comemora.

Foto: Márcio Farias/ Divulgação

Além de entreter, Luciano acredita no poder de transformação social da arte. Uma das maneiras de se fazer isso aparece na escolha dos personagens a que ele dá vida. “É cada vez mais urgente que se tenha representatividade. É importante protagonizar nossas histórias. É preciso que seja abordado pelos autores e acatado pelos diretores. É fundamental abrir mais espaço para autores, diretores e produtores negros. Temos lindas histórias de luta, resistência, amor… e precisamos protagonizá-las”, reflete o ator.

Um dos trabalhos de Luciano que mais tiveram repercussão nesse sentido foi o especial Juntos a magia acontece. O texto trazia a representatividade para crianças negras, tendo um Papai Noel negro com o qual elas podem se identificar. “As crianças precisam enxergar os seus nas histórias. É sobre representatividade. É sobre protagonismo negro. É sobre mudar o olhar e a perspectiva que se tem do povo e da nossa cultura”, comenta.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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