Becoming Elizabeth estreia esta sexta na Starzplay. A criadora e o elenco falam ao Correio sobre o que há de tão atual na história da Rainha Elizabeth I
Por Pedro Ibarra
Elizabeth I foi uma longeva rainha da Inglaterra. A monarca passou 45 anos no trono britânico, entre 1558 e 1603. É conhecida como uma das mulheres mais poderosas da história da nação e também pelo fato de não ter deixado herdeiros. Porém, apesar de se cultuar muito a imagem dela, poucas vezes o passado da rainha foi representado no audiovisual.
A partir da vontade de mergulhar mais no passado da popular rainha, a Starzplay apresenta o seriado Becoming Elizabeth, estreia de hoje da plataforma. A produção explora o período exatamente depois da morte do então Rei Henrique VIII, falando sobre a sucessão do trono e de como a família real se organizou após a perda de um dos mais famosos monarcas ingleses. Contudo, o foco da série não está na política britânica, e sim nos sentimentos mundanos para além dos fatos históricos.
“A intenção era fazer uma série em que partimos do princípio que todo mundo sabe o que essa mulher se tornou, mas queremos mostrar o caminho para isso”, explica Anya Reiss, criadora e roteirista da série. Para ela, Becoming Elizabeth é a exploração do não dito da história da Monarca. “Tivemos que preencher alguns buracos pelo caminho, porque tem algumas coisas que nós não sabemos o que aconteceu. Porém, nós tentamos, ao máximo, nos manter verdadeiros às pessoas que existiram”, conta a dramaturga, a mais nova da história a ter uma peça em cartaz em Londres, quando tinha apenas 18 anos.
Becoming Elizabeth em tradução literal seria Tornando-se Elizabeth, ou seja, o seriado trata do amadurecimento de uma jovem menina para o papel de grande líder. A criadora crê que a história não tem apenas caráter informativo, mas tem importante papel no entendimento em como as relações entre pessoas funcionam. “Entender o porquê de uma figura histórica ter se desenvolvido da forma como se desenvolveu te dá um maior entendimento sobre a história humana”, acredita Reiss.
“É um seriado sobre os seres humanos que fazem parte dele, e é isso que faz parecer tão moderno. Nós não focamos em uma época empoeirada ou apenas em figuras históricas, estamos nos concentrando nas emoções, nas relações e todas as questões por trás da política e da vida pública que conhecemos nos livros de história”, analisa Alicia von Rittberg, atriz que vive Elizabeth na série. “A série fala sobre desafios que nós conhecemos. Eu sei o que é crescer e amadurecer, o que é se apaixonar pela primeira vez, como é ter uma opinião própria, o que é encontrar o próprio caminho. Isso é tudo muito relacionável”, completa.
“Não importa de que lugar do planeta você seja, você consegue se relacionar com a história. Porque é sobre uma mulher encontrando o próprio lugar no mundo e, principalmente, na família que tem”, pontua Tom Cullen, ator responsável por dar vida ao personagem Thomas Seymour, uma figura chave na história. Ele acredita que a série trata de temas atuais importantes, apenas em um contexto deslocado de realeza. “Uma das melhores coisas sobre dramas de época é que você começa a assistir achando que vai ver história e acaba assistindo a você mesmo”, conclui.