O fortalecimento cada vez maior das plataformas de streaming e o enfraquecimento temporário das salas de cinema por conta da pandemia trouxeram um certo lampejo de novidade à carreira de alguns atores. Espertos, alguns souberam aproveitar a chance e experimentar mesmo antes do acometimento da covid-19. Outros apenas tiveram à disposição mais um meio para a execução de uma zona de conforto.
A atriz Nicole Kidman, vencedora do Oscar por As horas, em 2003, faz parte do grupo que deu uma guinada na carreira, ousando mais e mostrando a independência que talvez o cinema não lhe desse. Desde as duas temporadas de Big little lies (2017 e 2019), da HBO, Nicole vem alternando-se entre as telonas e o streaming. Ora acertando, como na própria Big little lies ou em The undoing (2020), também da HBO, ora derrapando feio, caso de Nove desconhecidos (2021), no Amazon Prime Video, Nicole ainda ataca de produtora. Também teve o inofensivo Festa de formatura (2020), na Netflix.
Há poucas semanas, o Amazon Prime Video estreou o filme original Being the Ricardos, estrelado por Nicole e por Javier Bardem e dirigido e roteirizado por Aaron Sorkin. Semana que vem, o longa concorre aos Globos de Ouro nas categorias atriz, ator e roteiro. A expectativa é para que isso se repita em 8 de fevereiro, quando os indicados ao Oscar devem ser anunciados.
Realmente, Being the Ricardos tem cara de filmes de que o Oscar gosta. A começar por retratar personalidades que brilharam na própria Hollywood. É com muita graça e confiança que Nicole Kidman entrega sua versão de Lucille Ball, estrela de I love Lucy. O confuso roteiro de Sorkin oscila (sem avisos prévios, preste atenção) entre uma semana decisiva para o seriado — pois a imprensa noticiou que Lucy seria comunista, o que causaria o fracasso da série, um estrondo entre o público americano — e um futuro em que Lucy quer assumir as rédeas da própria carreira. Isso com direito a interrupções documentais de gente que estava lá e conta a própria versão da história de maneira deliciosa de se ver.
São dois momentos distintos que trazem duas discussões diferentes, como a perseguição a esquerdistas e o tratamento dado a mulheres no mundo do entretenimento. Mas que, na pena de Sorkin, ganham a mesma tinta, a mesma força, o que divide o que seriam dois filmes ou, se bem amarrados, dois bons momentos de um excelente filme.
É nas atuações que Being the Ricardos se ancora. Com uma Nicole Kidman luminosa ao lado, Javier Bardem não brilha tanto e entrega um apagado e até fraco Desi Arnaz, marido e companheiro de cena de Lucy. É no contracenar com os inspirados J.K. Simons e Nina Arianda, intérpretes vigorosos de William Frawley e Vivian Vance, que Nicole cresce ainda mais e nos lembra que ali está uma atriz em busca de seu segundo Oscar. A bela está no caminho certo.
Ao Próximo Capítulo, os responsáveis pela série falam sobre o fato de ter se tornado…
Emissora apresentou os principais nomes do remake da obra icônica de 1988 que será lançada…
Ao Próximo Capítulo, a drag queen carioca fala sobre o sentimento de representar o Brasil…
Como nascem os heróis tem previsão de estreia no primeiro semestre de 2025, na TV…
Sam Mendes, Daniel Brühl, Jessica Heynes, Armando Ianoucci e Jon Brown comentam sobre a nova…
Volta Priscila estreou na última quarta-feira (25/9) e mostra um novo ponto de vista sobre…