Veredito: Excelente
Desde que a série Narcos, da Netflix, exibiu a morte de Pablo Escobar (Wagner Moura) na segunda temporada surgiu a dúvida: o seriado será capaz de sobreviver sem a figura de seu maior protagonista? E a resposta é sim. Tudo porque desde o início o produtor-executivo José Padilha e até Wagner Moura frisaram que Narcos era uma produção sobre a origem do narcotráfico no mundo, tema, que, infelizmente, ainda tem muita história para contar.
Com a morte de Pablo Escobar e a derrocada do Cartel de Medellín exibidos na série na segunda temporada, a terceira parte continua seguindo o caminho do narcotráfico no mundo, dessa vez, sob a perspectiva do Cartel de Cali, outro grupo poderoso da Colômbia. Como diria o pai do agente Javier Peña (Pedro Pascal) em uma das cenas do primeiro episódio: “Então, será Cali?”
O Cartel de Cali já havia sido apresentado na temporada anterior da produção e, com a morte de Escobar, se tornou o foco da DEA, agência anti-drogas dos Estados Unidos. Diferentemente de como aconteceu com o Cartel de Medellín, em que Escobar era soberano, em Cali, são quatro grandes chefes: os irmãos Gilberto Rodriguez (Damián Alcázar) e Miguel Rodriguez (Francisco Denis), Pacho Herrera (Alberto Ammann) e Chepe Santacruz (Pepe Rapazote). Cada um exerce uma função, Gilberto é o líder, Miguel cuida da parte financeira, Pacho das negociações e Santacruz da atuação em Nova York.
À primeira vista, o telespectador vai estranhar um pouco a terceira temporada de Narcos. Nos dois primeiros episódios, é possível sentir falta de um protagonista óbvio e controverso como Escobar e também da narração do agente Steve Murphy (Boyd Holbrook), que deixou a série (muito porque a atuação de Murphy contra o narcotráfico sempre esteve ligada a figura de Escobar). No entanto, aos poucos, o público vai se habituando a nova trajetória de Narcos com narração do agente Javier Peña e a partir do terceiro episódio o ritmo da série volta a ser eletrizante — como estamos acostumados.
A história começa se debruçando pelas mudanças na Colômbia após a morte de Pablo Escobar. O Cartel de Cali se fortificou no tráfico de cocaína no mundo e, por isso, virou o principal alvo dos Estados Unidos e da própria Colômbia. Espertos, os chefões de Cali fazem um acordo com o governo e com a CIA garantindo que, em seis meses, eles deixarão o narcotráfico. A decisão divide os apoiadores do cartel e da DEA, já que Javier Peña quer a todo custo prender o cartel.
É a partir do acordo que a temporada de Narcos começa a trilhar sua história apresentando outros dois cartéis, como Juárez, no México, comandado por Amado Carrillo Fuentes, e Norte Dell Valle, com atuação no sudoeste da Colômbia. É importante lembrar que todos os cartéis apresentados em Narcos desde a primeira temporada são facções que realmente existiram. Logo, a história é uma mistura de ficção e realidade. Até por isso em alguns momentos a série opta por exibir imagens reais intercaladas com cenas gravadas pelo elenco da produção. E isso é uma das qualidades de Narcos.
O que esperar da sequência de Narcos
1. Cenas impactantes
Apesar do Cartel de Cali ter sido descrito na série como um grupo com uma atuação mais discreta do que o Cartel de Medellín, devido aos acontecimentos da sequência, Cali perde a mão (ao mesmo tempo que o controle da situação) e se vê atuando aos moldes de Escobar, com violência e terror.
2. Quebra de barreiras
A terceira temporada de Narcos apresenta mais sobre os chefões do Cartel de Cali e aborda a homossexualidade de Pacho Herrera, mostrando cenas ousadas e também até um discurso de aceitação do personagem.
3. Nova abertura
Com as mudanças no enredo, Narcos ganha uma nova abertura — mas pode ficar tranquilo a trilha sonora continua a mesma com Tuyo, de Rodrigo Amarante –, que está alinhada com o novo contexto histórico da terceira temporada.
4. Novos personagens
A sequência traz de volta alguns personagens das temporadas anteriores, mas, de modo geral, está repleta de novos rostos. Entre os mais interessantes estão Franklin Jurado, papel de Miguel Ángel Silvestre (Sense8), o responsável por lavar o dinheiro do Cartel de Cali; e Jorge Salcedo (Matias Varela), que trabalha na segurança do cartel. Fiquem de olho nesses dois!
5. Lavagem de dinheiro
Como dito anteriormente, a terceira temporada de Narcos consegue abordar ainda mais temas relacionados ao narcotráfico. A lavagem de dinheiro é um assunto bastante abordado na sequência e de uma forma nova, inserindo, por exemplo, a atuação dos bancos do Panamá.
6. A mesma qualidade
A terceira temporada não perde em relação as anteriores. Muito pelo contrário, ela está à altura, com cenas de ação e violência, traições e excelentes atuações.
Leia aqui entrevista com o ator Damián Alcázar, que fala sobre a terceira temporada de Narcos. Abaixo vídeo da Netflix com o elenco da série
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