Não existia papel pequeno para Cláudia Jimenez

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Versátil, Cláudia Jimenez nos fez rir em folhetins e em programas humorísticos — às vezes tirando graça dela mesma. o Próximo Capítulo lembra alguns bons momentos da atriz na televisão

A atriz Cláudia Jimenez morreu neste sábado (20/8), aos 63 anos, no Rio de Janeiro, onde estava internada. A causa da morte de Cláudia não foi revelada, mas a consequência já sentimos: o teatro e a televisão brasileiros perdem uma versátil atriz, daquelas que nos divertiu tanto em programas humorísticos como em novelas.

Cláudia despontou para o grande público da telinha como Dona Cacilda (é possível ouvir a personagem corrigindo o blogueiro e colocando várias letras “L” em Cacillllllda), aquela do bordão “beijinho, beijinho, pau pau”. A aluna da Escolinha do Professor Raimundo brincou de 1990 a 1993 – era difícil saber quem ria mais: a gente em casa ou ela em cena.

Três anos mais tarde, em 1996, veio outro sucesso estrondoso: Edileuza, empregada doméstica de Sai de baixo. A dobradinha com Miguel Falabella e com Tom Cavalcante deu mais do que certo. Mais uma vez, Claudia divertia-se e nos divertia. As piadas começaram a pesar a mão na questão da obesidade de Cláudia e o que era engraçado, muitas vezes resvalava num desconforto. Cláudia era transparente – a agonia da atriz também saia da tela.

Em cena de Sai de baixo, ao lado de Miguel Falabella e Aracy Balabanian

Cláudia Jimenez não fazia rir apenas em humorísticos. Foram muitas as participações em novelas em que ela roubou a cena e teve a atenção de protagonistas. A atriz era assim: não existia papel pequeno para Cláudia Jimenez. De cena em cena, ela dominava a ação.

Em Torre de Babel (1998), Silvio de Abreu escreveu para ela a garçonete Bina. O sucesso foi tão grande que o papel cresceu cada vez mais, especialmente na parceria com Sandrinha (Adriana Esteves), Boneca (Ernani Moraes) e Sarita (Etty Fraser). Outro bom momento dela em folhetins também veio por meio de Silvio de Abreu: As filhas da mãe (2001).

Com Sete pecados (2007), Cláudia viveu Custódia Celestina, uma espécie de anjo da guarda que mesclava muito humor com alguma reflexão. Reflexão bem humorada, claro! Assim como bem humorada foi a trajetória de Cláudia dentro e fora de cena — mesmo enfrentando um câncer ela dava entrevistas otimistas, pra cima. O enorme talento de Cláudia Jimenez sai de cima nos dando lições de um humor clássico, que não sai de moda e, inteligente, não faz mal a ninguém.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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