Mulher-Hulk: defensora de heróis estreia nesta quinta (18/8) na Disney+ sem pretensão, mas com uma das propostas mais ousadas da Marvel nos últimos tempos
Por Pedro Ibarra
Desde que chegou ao mundo das séries, a Marvel tem investido pesado. A Disney+ virou uma casa específica para personagens que não haviam recebido espaço nos cinemas e merecem os holofotes. Foi a partir de 2022, que o estúdio decidiu apresentar caras novas na plataforma. O ano abriu com o obscuro Cavaleiro da lua, apresentou a adolescente Mrs. Marvel e quinta-feira estreia Mulher-Hulk: defensora de heróis, uma produção que promete um formato diferente das demais do Universo Cinematográfico Marvel (MCU).
A nova série é criada por Jessica Gao, que estreia como autora de uma produção, mas tem vasto currículo como roteirista, com títulos como Silicon Valley e Rick and Morty. A direção fica a cargo de outras duas mulheres, Kat Coiro e Anu Valia, ambas com experiência em seriados de comédia. As escolhas são indicativo de que a Marvel aposta num lado mais cômico para a Mulher-Hulk, ou She-Hulk como é conhecida nos quadrinhos estadunidenses.
Personagem criada por Stan Lee no início da década de 1980, a Mulher-Hulk é o alter ego de Jennifer Walters, uma advogada de sucesso prima de Bruce Banner, o Hulk. Os dois personagens eram muito próximos na infância, mas perderam contato após Banner se envolver nos experimentos governamentais com raios gama que o tornaram o monstro verde. Após um acidente, Jennifer precisa de uma transfusão de sangue e o único apto é Bruce. Com sangue irradiado de gama, Walters recebe parte dos poderes do Hulk, porém um pouco mais controlados.
No seriado, ainda não é certo como será apresentada a origem da personagem. Porém, é sabido que o lado profissional do direito é o foco da narrativa. Walters será o nome designado para uma divisão que defende heróis perante a lei. Com a popularidade dos heróis, várias pessoas praticam crimes em nome do heroísmo. A Mulher-Hulk deve defendê-los.
Apesar do enredo ser divertido, é no formato que a produção se diferencia. Essa será a primeira série da Marvel em formato procedural, com uma história por episódio. A personagem também inova na relação com o público. Acostumada a quebrar obstáculos com os punhos, ela arromba a parede entre ela e o espectador, a chamada quarta parede, isto é, fala olhando para câmera, para quem está assistindo.
O elenco também é bastante qualificado. Encabeçado por Tatiana Maslany, vencedora do Emmy por Orphan Black, a série é formada majoritariamente por retornos de personagens. Mark Ruffalo volta ao papel de Bruce Banner e Hulk; Tim Roth aparece pela terceira vez no MCU com Abominável; e Benedict Wong faz o onipresente mago supremo Wong. A adição de peso é Jameela Jamil, conhecida por The good place, que chega para fazer Mary Macpherran a conhecida vilã Titânia. Um trecho do trailer também entrega que Charlie Cox torna a viver Matt Murdock, o herói Demolidor.
Com uma ideia boa, uma proposta ousada e uma boa equipe para executá-la, Mulher-Hulk: defensora de heróis chega para fechar o ano das séries da Marvel com potencial de surpreender os céticos e empolgar ainda mais os fãs.