Misturando terror com temas atuais, Chucky equilibra boneco entre vilão e herói

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Série que chega ao Star+ mergulha em novas abordagens do personagem clássico do cinema e do terror; confira a crítica de Chucky

Ainda sobre a mente de Don Mancini, Chucky, o boneco assassino, ganha nova abordagem, desta vez como série de TV. Sob o sucinto título de Chucky, a produção original do canal a cabo norte-americano USA, chegou ao Brasil pelo streaming do Star+ no último dia 27 de outubro — a plataforma disponibilizará semanalmente os novos episódios, toda quarta-feira.

Nesta nova realidade (após sete filmes), o boneco desembarca na cidade suburbana de Hackensack. Comprado por Jake (Zackary Arthur), um solitário garoto gay de 14 anos, Chucky agora ganha um novo mundo para espalhar o caos com assassinatos brutais. O bom da série, contudo, é que o desenvolvimento da história vai além dos assassinatos.

Crédito: Reprodução/Disney/Star+ — Mesmo cheio de caos, existe uma amizade entre Jake e o boneco

Atenção! Prováveis spoilers a seguir:

Bullying, LGTBTQIA+ e atualidade

Um dos destaques do novo Chucky é o tom “heroico” do boneco. Calma, explico.

Jake sempre sofreu muito ao longo da vida. Seja pela orientação sexual reprovada pelo pai, seja pela morte prematura da mãe, ou pelo cotidiano de pesados bullying sofridos na escola. É seguro dizer que a vida do garoto é um verdadeiro inferno.

A única forma de prazer de Jake é a arte de esculturas com bonecos. O garoto compra Chucky na esperança de elaborar uma nova arte, mas se surpreende quando o boneco passa a “ajudá-lo” contra todos.

O primeiro alvo do boneco é Lexi (Alyvia Alyn Lind), uma garota extremamente maldosa que namora Júnior (Teo Briones), o primo rico de Jake. No melhor estilo boneco ventríloquo, Chucky aproveita um recital das escolas para devolver as maldades de Lexi em forma de piadas, algo chocante e até um pouco pesado.

Crédito: Reprodução/Disney/Star+ — Lexi vai ser uma das que sentirão a ira do boneco

Com o pai de Jake, Chucky não se contenta com uma brincadeira e parte para o assassinato. A morte do homem, contudo, não é passível de pena… pelo contrário. Existe uma importante catarse positiva em ver o boneco finalmente se livrar do bêbado homofóbico.

Nos episódios que seguem o piloto, a parábola continua: a grande máxima de Chucky é tentar fazer Jake se defender — só que pelo assassinato. Resta saber se o garoto vai sucumbir, ou não, à influência do boneco.

De forma geral, as impressões iniciais da nova série são positivas. O roteiro capricha na personalidade cômica do boneco — o que arranca alguns maldosos risos. O tom dramático é leve, o terror é essencialmente trash (no bom sentido) e o ritmo é acelerado — o que faz o “risco de morte” dos personagens da história realmente crível.

Os tropeços da produção ficam essencialmente com o elenco. Com a grande maioria formada por jovens adolescentes, o nível de atuação é sofrido. Contudo, vale lembrar que este é apenas o começo. Chucky pode render muito ao longo da primeira temporada.

Ronayre Nunes

Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). No Correio Braziliense desde 2016. Entusiasta de entretenimento e ciências.

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