Miracle workers, com Daniel Radcliffe, diverte e tem tudo para abocanhar fãs de The good place

Compartilhe

Comédia sobre anjos que tentam salvar a Terra tem boas piadas e é a chance de ver Daniel Radcliffe completamente “despido” da alcunha do bruxinho Harry Potter

“Não dá para consertar a Terra”. É assim que uma versão boçal, canastrona e egocêntrica de Deus (Steve Buscemi) decide explodir o planeta depois de se dar conta de que perde, a cada dia, mais fiéis. Esse é o enredo chave de Miracle workers, série inspirada no livro What in God’s name, de Simon Rich, que também é o criador da versão televisiva. A produção estreou em maio na televisão brasileira com exibição pelo canal TNT Series.

Diante desse iminente apocalipse, Eliza (Geraldine Viswanathan), uma das funcionárias do Heaven Inc, local em que Deus e os demais anjos tomam conta da Terra, decide salvar o mundo. Cansada do trabalho repetitivo no departamento da sujeira, ela pede transferência e acaba na seção de preces atendidas, onde, atualmente, há apenas um funcionário, Craig (Daniel Radcliffe). Cabe a ele tentar resolver todos os pedidos dos humanos, o que ele acaba transformando na resolução de problemas pequenos, como o sumiço de chaves, entre outros.

Credito: TNT Series/Divulgação. Cena da série Miracle workers.

Tentando consertar um erro para atender as mais difíceis orações dos humanos, ela segue até Deus e é nesse momento que a personagem descobre que o místico criador da Terra não passa de um charlatão, sem o qualquer objetivo de ajudar a população da Terra e, que, inclusive, quer exterminar o planeta.

Eliza, então, desafia Deus. Caso ela consiga atender uma prece de juntar o casal Sam (Jon Bass) e Laura (Sasha Compère), que há anos tenta ficar junto, a Terra fica salva. Completamente entediado com a vida no Paraíso, Deus aceita na hora. O problema é que Eliza vai descobrindo, ao longo da série, que unir um casal, nem sempre é tão fácil quanto parece.

Crítica de Miracle workers

Num primeiro olhar — e talvez em até outros olhares — Miracle workers lembra bastante a série The good place, sucesso da Netflix. O motivo é que as duas produções mostram pessoas que controlam o dia a dia das pessoas na Terra. A diferença aqui é que o cenário é céu, com Deus e os anjos como personagens, enquanto na outra produção é o chamado “lugar ruim”, o tal inferno.

Totalmente sarcástica, Miracle workers faz piada com a figura de Deus. Isso pode afastar parte do público mais religioso. Mas é importante ressaltar que a produção se trata de uma grande ironia e faz isso por meio do personagem de Steve Buscemi. Em um certo momento, a série até tenta humanizar Deus e explicar o motivo pelo qual o personagem se torna tão desprezível, mas o verdadeiro encanto da produção é exatamente mostrar essa figura imperfeita de Deus.

Credito: TNT Series/Divulgação. Cena da série Miracle workers. Craig e Eliza

Apesar de naturalmente Deus parecer o protagonista é a dupla formada por Eliza e Craig que realmente rouba a cena na produção. Os dois anjos entram em uma missão para salvar a Terra, o que rende momentos completamente sem noção que levam o espectador ao riso. Um dos pontos mais interessante de Miracle workers é perceber o quanto Daniel Radcliffe, que ficou marcado pelo papel do bruxo Harry Potter, consegue se descolar do clássico personagem. Radcliffe está muito bem no papel.

Credito: TNT Series/Divulgação. Cena da série Miracle workers. Craig, Rosei e Sanjay

Além da dupla de protagonistas, dois outros personagens são um acerto e tanto da produção: Sanjay (Karan Soni), o auxiliar de Deus, e Rosie (Lolly Adefope), a secretária de Deus. Os dois estão extremamente infelizes com as funções, mas reagem completamente diferente com isso. A escolha do enredo do desenvolvimento de cada um é muito bacana e faz com que o público passe a adorar os dois personagens, principalmente, Rosie.

Miracle workers é uma série leve, divertida, ideal para maratonar. A primeira temporada é formada por sete episódios e uma segunda temporada já está confirmada. Vale dar uma chance!

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

Posts recentes

Do amor perfeito ao salve-se quem puder?

O Próximo Capítulo analisa o início do BBB 25 e faz reflexões sobre a nova…

1 semana atrás

‘The pitt’ ressuscita os tempos áureos das séries médicas

Nova aposta da Max, The pitt revive a melhor forma de ER e reapresenta o…

2 semanas atrás

Ruptura retorna e preenche a expectativa com delicioso vazio misterioso

A série de sucesso da Apple TV+ estreia a segunda temporada com muita expectativa, mistério…

2 semanas atrás

BBB 25: o Brasil (realmente) precisa de outra edição do reality?

Os preparativos para mais um ano do Big Brother Brasil já começaram. Além da necessidade…

3 semanas atrás

‘O professor’: a série mais madura entre as teens; confira a crítica

Produção disponível no Disney+ mostra os desafios de um professor gay que quer mudar o…

4 semanas atrás

Round 6 retorna bem e prova que a história ainda não acabou

O Próximo Capítulo assistiu ao início da segunda temporada e passa algumas das primeiras impressões…

1 mês atrás