Megarrromântico, da Netflix, critica clichês, mas acaba caindo neles também

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Longa-metragem protagonizado por Rebel Wilson faz piada com as obviedades das comédias românticas. No entanto, Megarrromântico cai no principal clichê do formato

Nunca antes uma tradução de um título de um filme foi tão bem feita como em Megarrromântico, da Netflix. O nome original da produção é Isn’t it romantic, que poderia ser traduzido como Não é romântico, e essa até pode ter sido a intenção do longa-metragem de Todd Strauss-Schulson. No entanto, não é o que a fita entrega, pelo contrário Megarrromântico é sim uma comédia romântica nos moldes tradicionais, como o título em português dá a entender.

Estrelado por Rebel Wilson, o filme acompanha a história de Natalie, uma arquiteta que cresceu amando as comédias românticas até, que adulta, se torna cética em relação ao amor e sobre si mesma, por não fazer parte de um padrão estético. Ela trabalha ao lado da melhor amiga Whitney (Betty Gilpin), que se aproveita da bondade de Natalie para ser uma assistente bem mediana, e do amigo Josh (Adam Devine), que, na verdade, é apaixonado por ela, que não enxerga isso.

Um dia, Natalie é assaltada em uma estação de metrô, bate a cabeça numa pilastra e acaba “presa” dentro de uma comédia romântica. A partir daí, o filme passa a brincar com os clichês do formato mostrando mulheres sendo inimigas, um mocinho lindo e super apaixonado, um melhor amigo gay, entre outras referências de filmes clássicos do gênero.

O grande norte de Megarrromântico é De repente 30. Assim como no filme de 2004, a protagonista Natalie agora vive uma “vida dos sonhos”, com um lindo par romântico Blake, vivido por Liam Hemsworth, e super bem-sucedida como arquiteta. E, aos poucos, a narrativa leva Natalie a perceber que essa não é a sua vida dos sonhos, mas sim um verdadeiro pesadelo, que ela não sabe como sair.

Crédito: Michael Parmelee/Divulgação. Natalie e Blake

E também é nesse momento que o filme se mergulha em clichês pra si. Apesar de vender que o único objetivo de Natalie estar presa numa comédia romântica ser o de aprender a se amar — e esse é o único momento em que Megarrromântico se aproveita do seu argumento de ser uma crítica as comédias românticas, cheias de clichês e padrões, principalmente, ligados à figura feminina –, pelas entrelinhas, a fita indica que há outra missão em tudo isso: Natalie descobrir o amor do melhor amigo.

Isso faz com o que o filme seja apenas um grande compilado de referências as obras do formato — o que diverte, mas também cansa — e ainda cai na própria armadilha mostrando uma mocinha em busca do amor e da aprovação de um par romântico.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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