Patrick Selvatti
Um dos atores portugueses importados pela televisão brasileira, Pedro Carvalho encara a quarta novela por aqui, mas vive um momento inédito na carreira construída fora de casa. Seu personagem, Rui Sodré, é o primeiro vilão falando o português do Brasil. Para o ator de 38 anos — dos quais 20 passou atuando, desde a estreia na série juvenil portuguesa Morangos com açúcar — “está sendo muito gratificante e um grande aprendizado como ator”.
Fuzuê também marca o reencontro com Gustavo Reiz, o autor que trouxe Pedro da Terra de Cabral, para viver o protagonista de Escrava mãe, na Record, em 2015. No Brasil, o lusitano também atuou nas novelas O outro lado do paraíso (2017) e A dona do pedaço (2019), de Walcyr Carrasco, e dois longas. “Me sinto brasileiro, amo o Brasil, amo trabalhar aqui, viver aqui. E o público já me abraçou. Nas ruas são sempre carinhosos”, declarou ao Próximo capítulo.
Como tem sido viver um vilão pela primeira vez no Brasil?
Uma delícia, um desafio! Já tinha feito alguns vilões no horário das 19h, das 20h, em série, cinema e teatro, em Portugal. Mas interpretar um vilão falando o português do Brasil foi uma estreia. Sem contar que o Rui Sodré tem uma pegada diferente, tem este tom de espertalhão, um toque de um Jack Sparow de Os Piratas das Caribe. Abusado e sem escrúpulos. Está sendo muito gratificante e um grande aprendizado como ator.
É também a sua estreia em um horário mais cedo por aqui. Sente alguma diferença?
Nenhuma! Independente do horário, a entrega e a dedicação são iguais. Não existe diferença. Desde muito criança sou comprometido com tudo que faço. E o que me faz aceitar um projeto é o personagem, a história que ele tem para contar e os meus desafios de ator. Isso que me envolve e me entusiasma.
A repercussão nas ruas/redes é diferente de Portugal?
Um pouco, mas igualmente amorosa. Em Portugal eu cresci literalmente na TV, comecei muito novo e já são quase 20 anos de carreira, 18 novelas, filmes, séries, peças de teatro. E no Brasil já são quase 8 anos, 4 novelas e 2 longas aqui. Me sinto brasileiro, amo o Brasil, amo trabalhar aqui, viver aqui. E o público já me abraçou. Nas ruas são sempre carinhosos.
Como é a parceria com o autor de Fuzuê, Gustavo Reiz?
Um grande amigo! Foi um reencontro muito feliz. Ele foi o autor da minha primeira novela no Brasil, a Escrava Mãe, em que interpretei o protagonista. Temos a melhor relação possível. O respeito e o admiro muito profissionalmente. Que tenhamos ainda muitos e muitos trabalhos juntos.
O que você identifica em sua personalidade que te faz se sentir também brasileiro?
O Brasil é muito acolhedor e eu tenho isso em minha personalidade. Costumo brincar que meu coração está dividido entre dois países. Gosto deste clima tropical, do calor humano do brasileiro. Me identifico com o clima, com as pessoas daqui, amigos que viraram minha família.
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