Chef mais experiente desta edição do MasterChef profissionais ousou desde o começo e colheu os frutos. Será que foram bons?
A segunda edição do MasterChef profissionais teve nesta terça (21/11) o episódio mais movimentado da temporada ー e um dos mais emocionantes também. Teve de tudo: volta de ex-participantes, gente se ajudando, gente negando ajuda, gente se queimando sério e bastante gente chorando! Valia qualquer coisa para ser um dos três semifinalistas do reality.
O programa já começou com a adrenalina lá em cima: Ana Paula Padrão anunciou a volta de quatro ex-participantes da temporada anterior do MasterChef, que era disputada por amadores. Entraram Fernando, Mirian, Vitor B. e Yuko. A prova era a última de serviço da temporada. Na verdade, era um prova de “servicio”, já que comando era de Paola Carosella. A jurada e chef elaborou um menu que tinha seis pratos. As entradas eram carta (espécie de pão folha, bem fininho feito na frigideira) com salmoriglio, ervas frescas, rúcula e queijo; e tahine e picles de abobrinha com pão mouro e dukkah. De prato principal, ravióli com porcini e mascarpone artesanal; e ojo de bife com rub de urucum e sal marinho com molho de raiz forte e taioba na manteiga. Para finalizar, torta de peras com creme inglês ou sorvete de chocolate amargo da Bahia com touille de erva-doce.
Antes de decidir as praças, os participantes souberam quem seriam os ajudantes de quem. Francisco sorteou o número 1 e pôde escolher primeiro. Sem dúvida, ele “meteu o louco” pela primeira vez na noite: “sou experiente e vou pela experiência: Miriam”. Nem Ana Paula Padrão escondeu a surpresa: “Miriam! Acho que você nunca foi a primeira a ser escolhida”. Na sequência, Pablo convocou Fernando; Raissa chamou Vitor B.; e para Irina sobrou Yuko. “Acho que você também nunca foi a última!”, disse, mais uma vez surpresa, Ana Paula.
Na hora de dividir as praças, Pablo foi alocado na carne e Raissa na sobremesa, sem maiores problemas. Num “emocionante” par ou ímpar ficou decidido que Francisco seria responsável pela massa e Irina, pelas entradas.
Foi engraçado ver Irina e Yuko trabalhando juntas. Sem a menor sintonia, uma não entendia o que a outra queria. Como faz falta Yuko no reality. Volta, Yuko! “Ela é meio brava, né”, “Minha maquiagem está derretendo nessa praça. Que inveja da Miriam” e “Chamaram a gente aqui para ser escravo” foram algumas das pérolas soltadas pela simpática oriental.
O serviço, como de costume, parecia um caos: pão pegando fogo, churrasqueira que não acendia, forma de massa folhada caindo no chão a poucos minutos de os pedidos começarem a ser cantados. Só na praça de Francisco era tudo calmo ー e ele nem se abalava com isso, enquanto os outros três se desdobravam para dar conta da própria praça e ainda ajudar o time como um todo, ele estava ali, absorvido pela loucura que o acometeu naquela noite.
Isso acabou sendo definitivo na escolha do melhor da noite. Raissa sabia que estava fora da disputa: a menina que disse que sabia fazer tudo na praça da sobremesa errou tanto que o sorvete foi apresentado aos clientes como “creme gelado”. Irina fez um picles tão ácido que estava, na palavras de Paola, incomível ー mas deu tempo de ela usar “quase um quilo de açúcar” e corrigir. Sobraram Francisco e Pablo. O espírito em grupo foi o fator de desempate entre os melhores cozinheiros da prova e Pablo levou a melhor. Visivelmente sem graça, Erick Jacquin elogiou o ex-pupilo: “finalmente o Pablo apareceu”. Na verdade, vem aparecendo há um tempinho, né, chef?
“Não sei é o que é. Mas hoje eu vou meter o louco no MasterChef”
A frase de Francisco vai marcar essa edição do MasterChef. O experiente cozinheiro se espantou ao ver como seria a prova de eliminação. Ele, Irina e Raissa disputaram uma a vaga na semifinal do programa tendo que fazer uma lagosta Wellington, versão do mar do famoso filé envolto na massa folhada. Pela cara que fez, Francisco queria pedir ajuda ー nem que fosse da Miriam.
Espantados ー para não dizer desesperados ー , os três foram meio perdidos e um tanto atordoados ao mercado. “Não sei nem por onde começar. Agora, vou arriscar tudo, meter o louco”, disse Francisco.
Durante o processo, a certeza de Paola e Jacquin de que as técnicas escolhidas por Francisco não dariam certo era grande. Ele escolheu um recheio líquido demais para envolver a lagosta, a partiu e colocou em ramequins (aqueles potinhos fofos que vão ao forno geralmente para fazer suflê) e levou Pablo à loucura. Para piorar, deixou a lagosta no forno até o último minuto ー literalmente. Resultado: os ramequins estavam quentes demais e ele precisava tirar a lagosta dali. Pensa num malabarista atrapalhado ー eram três ramequins: um foi parar na pia, o segundo, no chão. No último segundo lá estava a lagosta no prato: linda!
Irina e Raissa também enfrentaram problemas, especialmente com o tempo de cozimento da massa e da lagosta. As duas se preocuparam demais em enfeitar o que ia ao forno e ignoraram os fortes apelos de Paola para que elas levassem o preparo ao fogo. Conclusão: não deu certo. E cara de “eu avisei” da argentina era de dar dó. Ela queria que tivesse dado certo. Mas não deu.
Com as mãos queimadas seriamente, lágrimas nos olhos e um orgulho que não deixou que Irina levasse o prato dele à mesa ou que Henrique Fogaça o ajudasse a cortar o prato, Francisco se emocionou ao escutar que era o melhor da prova.. Deu certo, louco! Quase matou a gente do coração, mas deu certo!
“Agora é com vocês, duas princesas”. A frase de Jacquin precedeu a eliminação e o rio de lágrimas que viriam a seguir. Não sobrou ninguém sem chorar: dos quatro concorrentes aos três jurados (“A Paola está desidratada”, brincou Jacquin”), passando pela apresentadora e pelo blogueiro aqui. No fim, Raissa se despediu do MasterChef e Irina vai disputar com Francisco e Pablo uma vaga na grande final.