Já passava de meia-noite quando a fase das audições acabou, mas o MasterChef achou que estava muito cedo para dispensar a gente. Em vez de dar “boa noite”, Ana Paula nos levou para uma nova fase da competição: os duelos. E Aninha… Muito obrigada por isso!
MasterChef continua provando que entende a audiência e sabe do que o público gosta. Não sabe do que eu estou falando? Eu explico. Desde os primórdios, o reality tinha dois momentos muito emocionantes:
Primeiro vinham as audições, em que a gente ficava vendo aquele povo com um pobre de um risoto mais errado do que tudo, com uns pratinhos feios, desengonçados, e S.O.C.O.R.R.O, como era sofrido. Com o coração na mão a gente acompanhava as carnes que nunca estavam no ponto certo, a correria para pegar o prato que ficou lá fora com a Ana Paula Padrão, e tudo mais. Você chorava com a história da mãe solteira que queria mudar a vida dos filhos depois que entrasse no programa, com o menino humilde que sonhava em ser um grande chef de cozinha… É uma luta conseguir entrar nesse programa, tem que saber cozinhar e ainda ter sangue frio para encarar os três jurados, que vivem de fazer cara feia e cortar piadinhas dos concorrentes.
Depois disso, era esperar chegar aquela fase, quase no final do programa, em que todo mundo já tem seu favorito. Durante os episódios, o público conhece um pouquinho sobre a história dos participantes, chora vendo os pais, os irmãos, os cachorrinhos, os filhos, a família toda dos cozinheiros. E lá vem mais sofrimento. Quantas vezes você não ficou na frente da TV gritando desesperado: “Vai, vai, vai!” enquanto o cara está lá, na frente do forno, sentado no chão, esperando a hora certa de tirar o suflê? E me diz que não reconhece essa cena:
Estamos chegando perto da final, e vem a bendita prova do ponto da carne. O seu favorito, o concorrente do seu coração, que você nunca viu na vida mas considera mais que a sua mãe, frente a frente com Paola Carossela. Ela segura a faca e olha nos olhos do participante. Ele sorri. Ela não. A chefe solta aquelas temidas palavras: “Tem que estar vermelho no centro.” O cara te dá todas as esperanças do mundo: “Vai estar”. E você fica desconfiado. Ele só deixou uns três minutos selando na frigideira. Mas e se for pegadinha da edição? Ai, se essa carne não estiver no ponto…Se ele sair, juro que paro de ver o programa… Mas tudo bem, a carne do maluco ali do lado também não estava muito boa… Errou no sal. Como é que me chega entre os seis finalistas e ainda não sabe usar sal? Ai, socorro, ela está começando a cortar. Ai, ai, não consigo olhar. Tá vermelho? Tá vermelho? Caramba, mostra logo! Ahhhhh, comercial agora não!
Quem é que consegue fazer a gente acompanhar uma mulher cortando um pedaço de carne como se fosse uma decisão de final olímpica? O MasterChef. Se isso não é prova de que eles sabem o que estão fazendo, então não sei o que é.
Nessa temporada, as coisas ficaram ainda melhores. Entre esses dois momentos altos do programa, eles simplesmente encaixaram uma sequência frenética de eliminações. Antigamente, a entrada para a cozinha do programa eram aquelas provas coletivas, e até que era legal. Dava para acompanhar os aspirantes a cozinheiro cortando desesperadamente cebolas para tentar garantir a vaga. Um monte ia embora, e um monte ficava. Mas seja sinceros, fora um ou outro que deixava sua marca na etapa das audições, você não sabia diferenciar ninguém. Agora a coisa mudou.
Os duelos consistem em provas em duplas, trios ou quartetos. Eles são chamados para a cozinha e precisam passar por provas rápidas e temáticas. A primeira dupla, por exemplo, protagonizou um duelo entre a culinária francesa e a italiana. Depois veio o quarteto da sobremesa. No início de cada prova, a produção mostra um pouquinho sobre cada participantes, e assim, como mágica, em menos de um minuto, você já escolheu um favorito e está loucamente torcendo para ele ganhar dos concorrentes. E estamos apenas no segundo episódio da temporada… E se prepara, que próxima semana tem mais duelo. Não vai ser fácil.
E fica aqui um questionamento para vocês: já temos o menino prodígio da edição?