Na terceira produção bíblica da carreira, Mário Bregieira vive Joabe na série Reis. Em entrevista, o ator defende o personagem e o gênero e conta como esse tipo de novela mudou a vida dele. Confira!
Entrevista // Mário Bregieira
Como você definiria o Joabe? Ele acaba tendo traços de heroísmo e de vilania ao mesmo tempo, não?
Exatamente. Joabe é um personagem muito rico dramaturgicamente e contém muitas camadas para serem acessadas ao decorrer da série. Nas primeiras temporadas, contamos um pouco da raiz desse homem que virá a cometer muitos erros e acertos no futuro. Ele tem uma trajetória na história muito interessante: começa como servo do exército e consegue alcançar o posto de comandante de todo o exército de Israel, cargo muito almejado e poderoso no reino. Joabe cresceu com traumas e isso acabou moldando o caráter dele. Ele é temente a Deus e a Davi, porém é muito vingativo e muitas vezes acaba seguindo seu próprio instinto de vingança e justiça, desobedecendo a vontade do Rei Davi.
O Joabe de Reis é seu terceiro personagem bíblico. Tem medo de ficar rotulado de alguma forma?
De forma alguma, gosto de ressaltar dois pontos sobre esse assunto. O primeiro é que as produções bíblicas da Record são superproduções e é uma chance ímpar para nós, atores, de atuar em uma série épica, manuseando espadas, lanças, andando a cavalo, tendo contato com a cultura da época e etc. Isso é mágico. Segundo: encontrei com as novelas bíblicas um propósito de vida muito grande que é trazer a palavra de Deus para a casa das pessoas pela arte.
Ter feito tantas produções com cunho religioso alterou sua relação com a espiritualidade?
Com certeza. Depois da novela Jesus comecei a frequentar mais a igreja evangélica, me batizei em dezembro de 2021 com minha esposa e a cada dia mais fortaleço a minha fé através desse contato com Deus.
Você acha que as novelas bíblicas podem ser consideradas um gênero à parte? Porque?
Acho que sim. É gênero extremamente necessário, ainda mais nos dias atuais que convivemos com tanta coisa ruim a todo tempo sendo televisionada. As novelas bíblicas são um alento para o nosso coração.
Você tem a Manhattan Films, que tem como um dos focos no curta-metragem. Como é sua relação com os curtas? Como fazer para “desmarginalizar” esse tipo de produção?
Eu gosto muito de produzir curtas metragens devido ao baixo custo de produção e curto tempo de gravação. É um produto que cabe no bolso e podemos inscrever em vários festivais para buscar prêmios e prestígio pelo mundo afora. Eu acho que os streamings poderiam dar mais espaço para esse tipo de produção para incentivar os pequenos produtores a crescerem no audiovisual.