Depois de Êta mundo bom!, Marianna Armellini retorna aos folhetins como a professora Brigitte em nova temporada de Malhação
De volta às novelas, a atriz Marianna Armellini tem roubado a cena em Malhação: Vidas brasileiras. No folhetim, ela dá vida à professora de matemática Brigitte, que também dá umas canjas de cantora e é uma personagem com um lado mais cômico. Para se preparar para a personagem, Marianna teve laboratório com professores, mas se inspirou, principalmente, em algumas figuras da sua vida, como o professor de literatura Chicão — “ele era divertido e muito apaixonado pelo trabalho” — e o próprio pai, que é químico e matemático.
Essa é uma das temporadas de Malhação em que a novela passou por uma grande reformulação. Agora, os personagens mais jovens ganham destaques semanalmente, enquanto os adultos permeiam toda a temporada com narrativas próprias. Assim, Marianna tem tido espaço na trama ao lado de Camila Morgado, que faz a protagonista, a personagem Gabriela. Ao Próximo Capítulo, a atriz falou sobre a experiência na novela. Confira!
Entrevista // Marianna Armellini
Como surgiu a oportunidade de integrar o elenco de Malhação: Vidas brasileiras?
Recebi um convite da Natália Grimberg, diretora da novela. Eu já tinha feito uma novela do Daniel Ortiz, supervisor de texto dessa temporada da Malhação, então ele também já conhecia meu trabalho. Acho que eles viram vídeos meus da época do programa Olívias na TV, em que eu cantava – meio mal, mas com muita fé cênica – e acharam que era a vibe da Brigitte.
A sua personagem é professora. Você fez algum laboratório para interpretá-la ou se inspirou, por exemplo, em professoras que teve?
Todos nós tivemos encontros com educadores do Brasil todo, como preparação para a novela. Mas como a Brigitte é muito despojada, eu me lembrei muito de um professor de literatura que eu tive no colegial, chamado Chicão. Ele era divertido e muito apaixonado pelo trabalho. A paixão da Brigitte pela matemática eu tiro do meu pai, que é químico e matemático e completamente apaixonado pela matéria. Ele fala de matemática como a coisa mais linda do mundo.
Essa temporada de Malhação é diferenciada por também ter um grande foco nos personagens adultos. Como tem sido ter esse destaque na produção?
Acho bem interessante que tenha esse foco também, afinal, Malhação mudou bastante e atinge hoje um público adulto – muitos pais vêm falar comigo nas ruas dizendo que assistem à novela para entender a cabeça dos jovens de hoje. É bacana que sejam contemplados com personagens adultos interessantes e uma trama bacana.
Você atua lado a lado com a Camila Morgado. Como é a troca entre vocês?
Contracenar com a Camila é um sonho realizado – e não é só força de expressão, não! Quando ela surgiu na TV, em A casa das sete mulheres, eu estava no começo da EAD (Escola de Arte Dramática), em São Paulo, e chegava da aula e ia assistir à minissérie, encantada com aquela atriz. Ela era muito expressiva, muito presente, trazia uma verdade que escapava da tela. Sempre quis conhecê-la e trabalhar com ela. Quando nos conhecemos, eu fingi costume, mas estava nervosa. Ela é extremamente generosa, é engraçada, inteligente, e nos demos bem de imediato. Trocamos muitas impressões sobre as cenas e as personagens, batemos texto, rimos, e acho que essa química fica clara em cena. Está sendo uma alegria imensa, e eu aproveito cada minuto da oportunidade de trabalhar com ela e com os outros atores incríveis dessa temporada.
Malhação é o seu retorno a novelas. Estava com saudades desse formato?
Fiquei um ano e meio fora da tevê (a última novela foi Êta mundo bom!), e foi um período ótimo, em que fiz muito teatro, inclusive viajando pelo país com espetáculos. Fazer teatro me renova, e é sempre fundamental voltar a ele. Fazer televisão exige outro tipo de dedicação, de disponibilidade, e é bom estar de volta em um projeto como Malhação, falando com um público jovem, atuando com atores jovens, num texto contemporâneo, com uma personagem que me desafia – essa história de cantar, me expôr cantando mal, tem me feito crescer muito como artista.
Você é bastante conhecida por trabalhos ligados à comédia. Tem algum projeto nesse sentido atualmente?
É difícil manter outros projetos enquanto se faz novela, porque a tevê exige muito do nosso tempo. Mas fiz algumas apresentações do espetáculo Mulheres ácidas e vou começar a tirar do papel um outro projeto de teatro para o ano que vem, também cômico.
Além de estar em Malhação, você tem se apresentado com o espetáculo Mulheres ácidas. O que pode contar sobre a peça?
Mulheres ácidas é um espetáculo escrito pela Cristiane Wersom, para nós duas atuarmos. Tem muito das nossas vidas ali. São quatro histórias, de oito mulheres, que se relacionam ao longo do tempo. É engraçada, mas tem tons dramáticos que a deixam uma peça bonita. Utilizamos de uma estrutura muito simples, nos relacionamos o tempo todo com a plateia, e com isso, aproximamos o público dessas mulheres, que se parecem muito com as mulheres que conhecemos, e que podem estar vivendo dores silenciadas pelo machismo, pelo papel que lhes é imposto pela sociedade…Falamos disso com leveza, fazemos rir, mas também pensar. É um espetáculo que eu tenho muito prazer em fazer. Escrito por uma mulher, dirigido por uma mulher a feito por duas mulheres.