As cinco atrizes principais de Malhação aproveitaram a oportunidade de brilhar na tevê
Quando uma novela com boa audiência e críticas favoráveis termina, é natural que haja pressão sobre a sucessora. Por isso, é grande a responsabilidade de Vidas brasileiras, nova temporada de Malhação que estreia na próxima quarta-feira.
O último capítulo de Viva a diferença, a atual temporada, vai ao ar amanhã. E não é pouco: esta foi a melhor temporada da novela teen em muito tempo ー talvez Sonhos (2014) tenha tido qualidade similar, com bem menos contundência. Mas Malhação ー Viva a diferença teve um aspecto muito especial: a profundidade e a coragem de abordar temas polêmicos, saindo do rame-rame dos triângulos amorosos. Tudo isso com o texto redondinho supervisionado por Cao Hamburguer.
Sim! O maluco do colunista juntou Malhação e profundidade na mesma frase. E quem se despiu dos preconceitos contra a novelinha (chamo a atração de novelinha em tom carinhoso e nada depreciativo, que fique claro!) pôde se deliciar com as cinco protagonistas Keyla (Gabriela Medvedovski), Benê (Daphne Bozaski), Tina (Ana Hikari), Lica (Manoela Aliperti) e Ellen (Heslaine Vieira). As meninas passaram por mau bocados e se ajudaram quase sempre, revelando a importância de uma grande amizade. As five se revezavam entre as mais focadas durante a temporada, abrindo espaço para as atrizes terem seu momento. Gabriela e Daphne (o Próximo Capítulo conversou com a atriz, lembra?), em especial, souberam aproveitar cada um deles e cresceram bastante.
A trama de Benê foi um capítulo à parte ー me arrisco a dizer que mereceria ter sido uma minissérie. Sensível, a menina se descobre paciente da síndrome de Asperger e aprende, devagar e sempre, como lidar com a doença. Foi doce acompanhar Benê descobrindo o valor da amizade com as meninas, foi divertido assistir a ela aprendendo o significado de metáforas, foi fofo a descoberta do amor por Guto (Bruno Gadiol). Mais do que tudo isso: foi emocionante ver Benê revelando ao pai sofre com a condição neurodiversa.
Esta temporada de Malhação ainda ousou ao falar de forma clara e transparente, sem nenhum estereótipo, de homossexualidade. Lica e Samantha (Giovanna Grigio) tiveram um romance e… E nada! Beijaram-se como outro casal da trama, brigaram, reataram, brigaram, reataram como qualquer casal da trama, pois era exatamente isso que elas eram: um casal como qualquer outro na novela. A discussão ー necessária e atualíssima ー sobre homofobia veio a partir de Gabriel (Luis Galves). O rapaz apanhou na rua e revidou com discursos sobre cidadania. De quebra, driblou o preconceito mantendo uma amizade com Felipe (Gabriel Calamari ー outro ator que se destacou na temporada), rapaz heterossexual que ouviu muita piadinha por ser amigo de Gabriel.
Por falar em discursos contundentes, cada vez que Doris (Ana Flávia Cavalcanti), diretora da escola Cora Coralina, defendia seus ideais sobre a importância do ensino público eu me emocionava. Cadê uma Doris no ministério de Temer?
Atores como Matheus Abreu (Tato), Talita Younan (K1), Carol Macedo (K2) e Aline Fanju (Josefina) merecem ser lembrados. Temas como corrupção, automutilação, gravidez na adolescência, alcoolismo, racismo, fake news, virgindade ganharam espaço. Quem disse que jovem só quer saber de pegação e de dançar funk? Espero que a tevê brasileira tenha notado definitivamente que não!
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