Longa da Pixar, Red: crescer é uma fera tem duas mulheres brasileiras na produção

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Raquel Bordin e Priscila Vertamatti, brasileiras da produção, falam sobre o filme e como os desenhos podem ser mais diversos

Por Pedro Ibarra

Uma estreia fora dos cinemas chamou atenção do público no início de 2022. O longa Red: crescer é uma fera, produção da Pixar, foi disponibilizado no catálogo da Disney+ e, por conta de um visual arrojado, inovador e uma história cativante, conquistou o público em todo o mundo.

O longa é uma animação que conta a história de Meilin, uma menina que aos 13 anos descobre que sofre com uma maldição familiar em que se torna um panda vermelho toda vez que tem que experienciar qualquer sentimento muito intenso. Em uma jornada que envolve, principalmente, a relação dela com a mãe e o próprio corpo, o filme carrega o espectador em uma aventura que vai muito além do amadurecimento feminino.

“Estou na Pixar há 10 anos e esse foi um dos filmes mais diferentes em que trabalhei, tanto a questão de como ele foi construído até os personagens, que são mais fofinhos, com uma linguagem mais única”, afirma Priscila Vertamatti, animadora que trabalhou com o design de personagens do longa. A brasileira é muito grata por estar na equipe do filme. “Foi uma produção toda muito gostosa. Apesar de ter sido em casa, a gente se sentiu super acolhido e envolvido. Gostei muito de participar desse filme”, pontua.

Raquel Bordin, outra brasileira envolvida na produção, na parte de alterações de talhes para o mercado internacional e confecção de trailers, lembra que via o potencial do filme desde as primeiras imagens a que teve acesso. “Me recordo da primeira vez que vi o filme, ele ainda estava desenhado, nada em 3D tinha sido feito, mas lembro que amei desde a primeira vez que o vi. Pensei: ‘Esse vai ser um dos melhores filmes que a gente já fez'”, fala a profissional. “Depois, quando fui vendo a sequência, tinha certeza que o filme ia ser ótimo”, completa.

As duas se sentiram parte do longa, não só por ser o trabalho delas, mas porque se passa no início dos anos 2000. “A gente cresceu mais ou menos nessa época, anos 1990 e anos 2000”, conta Vertamatti. “Eu me identifiquei completamente com esse filme: tive um grupo de quatro amigas, tamagotchi e brincava na escola como elas”, recorda.

O fato revela a representatividade como um ponto importante do longa. “Estamos tentando fazer coisas novas que tragam espaço agora. Queremos representação e não só para meninas que assistem, mas até aqui dentro do estúdio. Tivemos nossa primeira diretora de um longa, um grupo executivo todo formado por mulheres, as cabeças são mulheres”, comenta Bordin. “Quem está assistindo se vê na tela, mas quem está trabalhando vê que pode um dia alcançar lugares mais altos. É um leque de possibilidades não só para vender, mas para representar e criar novas audiências”, acrescenta.

As duas veem Red com a cara do futuro não só da Pixar como da animação. “Eu gosto de dizer que é um futuro eclético, não convencional. A beleza de ser quem somos, de uma maneira geral, é a diversidade”, explica. “Não é só um grupo que tem o direito de fazer coisas e pensar sobre as coisas. Todo mundo tem coisas a agregar. Se eu pensar no futuro, eu acho que ele teria que ser assim: mais diversos”, conclui.

Pedro Ibarra

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