Leia entrevista com Peterson da Cruz, do grupo Zurcaroh, que representa o Brasil no America’s got talent

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O grupo fez barulho na audição e seguiu direto para a fase ao vivo, que começa a ser exibida nesta quarta-feira (22/8) no canal Sony. Veja o que Peterson da Cruz, do Zurcaroh, contou ao Próximo Capítulo sobre a experiência!

Em maio deste ano, o grupo Zurcaroh viralizou na internet após se apresentar na fase das audições da 13ª edição do reality show America’s got talent. Comandado pelo brasileiro Peterson da Cruz, o coletivo é composto por pessoas de diferentes idades e talentos, entre 7 e 40 anos, e mistura acrobacias e danças nas apresentações.

Logo na audição, a equipe chamou tanto A atenção dos jurados que garantiu o Golden buzzer, da apresentadora Tyra Banks, o que os fez seguir direto para a fase das apresentações, que começará a ser exibida nesta quarta-feira (22/8), às 21h, no Canal Sony. Nos Estados Unidos, ela teve início no último dia 14. Dessa forma, o grupo pulou diversas fases do programa.

O brasileiro Peterson da Cruz conversou com o Próximo Capítulo sobre a experiência no reality show norte-americano. Confira a seguir! E, claro, torça muito pela equipe que tem uma parte brasileira, apesar da base na Áustria.

Entrevista // Peterson da Cruz, do Zurcaroh

O que o motivou a inscrever o Zurcaroh no America’s got talent?
O convite partiu da NBC (emissora responsável pelo reality show nos Estados Unidos). O motivo que me levou a aceitar participar das audições é o fato de que não existe outro palco no mundo tão influente quanto o America’s got talent.

A audição do seu grupo teve uma repercussão bem grande tanto no programa como fora, inclusive aqui no Brasil. Você esperava? Como foi para vocês terem sido elogiados pelos jurados e também abraçados pelo público?
Sim, eu esperava. Mas se a repercussão seria positiva ou negativa dependia do nosso desempenho naquele palco. O esporte é arriscado, você lida com o perigo o tempo todo, um erro, um mal posicionamento poderia mudar o curso da apresentação! Sou grato a Deus por permitir termos feito uma apresentação segura. Depois de 22 anos nessa estrada, a sensação é de que Deus chamou minha senha do reconhecimento. Naquele palco eu estava em êxtase, um sentimento inefável, não tinha noção do tempo, nem do lugar, viajamos 28 horas, ficamos cinco horas a mais em Paris devido problemas na nossa aeronave e chegamos nos Estados Unidos um dia antes da gravação, gravamos e no outro voltamos. Eu particularmente estava desorientado durante o show, mas consciente e maravilhado pelo feedback dos jurados.

Crédito: Trae Patton/NBC

Como foi a criação do grupo Zurcaroh? O que te motivou a fazer o grupo?
Sempre fui mal na escola, mesmo batalhando, nunca consegui fazer uma faculdade, tinha medo de frequentar e não acompanhar o raciocínio dos outros. Porém, de olhos fechados, e apenas escutando uma música, eu consigo materializar um espetáculo de grande excelência, tirando lágrimas do público e deixando até os mais insensíveis arrepiados. Eu entendo que isso é o único dom que recebi de Deus. Talvez seja por isso que me destaco no meu trabalho. As inspirações vem de forma natural, uma boa música, dá um pontapé na porta do meu mundo imaginário.

Há quanto tempo você deixou o Brasil? E por quê?
Sempre trabalhei arduamente no Brasil, quando eu sai daí e vim para a Áustria, com o intuito de construir uma família matrimonial, minha meta era sempre juntar recursos e forças para realizar meu sonho dentro da minha nação. Após decepções no meu casamento, não quis mais ficar aqui, e voltei para o Brasil. Porém, percebi depois que o sonho de construir uma família tinha se concretizado, não matrimonialmente, mas socialmente, isto significava que eu não tinha falhado. Ela (a família) não estava dentro de um lar, mas em um ginásio de esporte, tinha um projeto com mais de 30 crianças e essas pessoas não sabiam que eu tinha ido embora. Os pais disseram que seria um desfalque que eles nunca poderiam suprir. Após muito pensar, resolvi voltar para Áustria e não abandonar essas pessoas. Uma vez na Áustria, eu poderia continuar mantendo essa vontade de fazer a diferença e não me intimidar pelo histórico do meu país original, que me submetia aos limites estabelecidos por uma nação cujo os líderes eram corruptos e seus feitos tiravam oportunidades de jovens e adolescentes em conhecer e praticar arte e o esporte.

Como têm sido participar do reality show America’s got talent? O que mudou para vocês?
Tudo mudou. Nossa participação no AGT está sendo um divisor de águas, um reconhecimento através deste holofote. Ainda estou vivendo os resultados da nossa primeira aparição. Sou grato a Deus pela nossa audição e os efeitos dela.

Como está a expectativa para as próximas fases do programa?
Grande! Usei meus melhores elementos na audição, porque sabia que nossos outros vídeos no YouTube seriam explorados e trazendo os mesmos elementos nos próximos programas não seria tão impressionante. Desde então estou me empenhando em criar algo para segurar o prestigio do nosso público. A vantagem é que meu forte não é somente as acrobacias, e sim as coreografias acopladas, adoro contar histórias por meio delas. Para o shows ao vivo, são dois shows distintos e interessantes, porém tenho meus pés no chão. O Zurcaroh está tendo uma dimensão global agora, está tudo novo ainda para nós. Estou trabalhando nas apresentações das quartas de finais e semifinal. Se formos para a grande final, então terei motivação extra para trabalhar nisso.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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