Laila Garin: “É muito bom quando posso misturar a atriz e a cantora em cena”

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Laila Garin está prestes a estrear em Só se for por amor, da Netflix, como a dona de uma bar onde talentos musicais se reúnem

A atriz Laila Garin e a cantora Laila Garin frequentemente se confundem. Ou melhor, andam lado a lado. Exatamente como gosta a intérprete que já deu vida a nomes como Elis Regina, Clara Nunes e Edith Piaf, participou de vários musicais nos palcos e está pronta para soltar a voz como a Gorete de Só se for por amor, série anunciada pela Netflix para o dia 21 de setembro.

Em entrevista ao Próximo Capítulo, Laila Garin fala sobre cantar e atuar e sobre a segunda temporada de Dom (Amazon Prime Video), na qual vive a sofrida Marisa. Confira!

Entrevista // Laila Garin

Como será seu personagem em Só se for por amor?
A Gorete tem um passado misterioso e é dona do Bar do Corno, onde os artistas e os empresários do meio musical de Goiânia se reúnem. Ela é uma espécie de Lilian Gonçalves. Adora festa, adora música e promove encontro entre artistas. Ela também canta e tem uma vida sexual bem livre.

Você vai cantar em cena?
Vou cantar sim. É muito bom quando posso misturar a atriz e a cantora em cena.

A série terá a música sertaneja como pano de fundo. Qual sua relação com esse gênero musical?
Eu conhecia e ouvia mais o sertanejo de raiz, como Renato Teixeira e Almir Satter que conheci pela minha mãe. Mas andei me encantando ultimamente por Marília Mendonça com seu timbre emocionante e sua comunicação direta. Na nossa série são releituras, cada arranjo traz algo novo para aquela versão.

Alguns personagens da série colocam o amor acima de tudo. Com você também é assim?
Eu sou muito passional e hoje em dia até me acho bastante romântica. Tenho duas paixões na vida: o amor romântico e a arte. Não sei o que vem primeiro. Mas só sou feliz amando e atuando.

A música está presente em vários de seus trabalhos, como Gota d´Água (a seco) e Elis, a musical. Como se dá a relação entre o atuar e o seu lado musical para você?
Cantar sempre veio junto com a atuação pra mim. Sinto que cantar é uma expressão mais expandida da atuação. Como se entrasse uma dimensão sagrada, uma dimensão mítica, essencial. Com a música, a gente comunica, além das palavras e o sentido das palavras, o sensorial, a intuição, a emoção. Outras camadas que o racional não dá conta. Posso me conectar com o público em outras camadas que nem eu mesma sei explicar ou controlar. Torno-me um canal. Desapareço.

Entre seus papéis estão figuras conhecidas como Clara Nunes e Edith Piaf, além de Elis Regina. Qual a responsabilidade de levar para o palco ou para as telas um papel sobre o qual o público tem um julgamento e um imaginário?
Justamente são trabalhos que mexem com este imaginário que já existe. A gente cumpre juntos. Eu escolho algumas marcas destas personagens que são reais para que o público reconheça e também atualizo colocando traços que são meus e estão vivos. É uma brincadeira, como desenhar, um pouco de brincar de marionete. A mímica da minha formação me ajuda muito na parte formal. E o amor e respeito que tenho por estas figuras me inspiram nas escolhas.

Você está em cartaz com A hora da estrela ou o Canto de Macabéa. Nesse caso é uma adaptação musical. Como está sendo essa experiência?
A turnê de A hora da estrela está sendo uma surpresa maravilhosa. Eu já sabia que tinha nas mãos um texto muito sensível e bonito e músicas de Chico César muito contundentes. Mas não imaginei que o espetáculo fosse chegar tão diretamente e tão intensamente no público. Em cada cidade temos sido recebidos com muito entusiasmo e emoção. Também viajar pelo interior é muito importante, não ficar somente entre Rio e São Paulo. Circular por dentro do Brasil é fundamental.

Como será a segunda temporada de Dom? A Marisa virá mais madura? Mais lutadora?
A segunda temporada de Dom tem lindas surpresas sobre Marisa em flashback, poderemos ver um lado mais solar da dura história de vida dela.

Qual foi a receptividade da série pelo público? As pessoas deveriam ter coisas para falar a Marisa, não?
As famílias de dependentes químicos se identificam muito com Marisa. É uma missão fazer essa série.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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