Confesso que a chegada da tevê a cabo no Brasil (é… existiu uma época em que ela não estava entre nós. O streaming, então…) mudou de vez minha relação com os documentários.
Antes eu achava que era tudo chato, uma espécie de Globo repórter estendido. Saiba como vivem os elefantes sarados das savanas africanas ou como dormem os saguis da Floresta Amazônica.
Agora, os canais expandiram essa visão e mostram perspectivas diferentes sobre diversos assuntos. A oferta é tão grande que guarda surpresas para todos o tipo de público.
Por exemplo: Estreia hoje, às 21h15, no National Geographic, Lady Di: Princesa do povo, produção que lembra os 20 anos da morte da eterna Princesa de Gales. Xi… lá vem um monte de entrevistas falando sobre Diana, as obras de caridade dela, o casamento com Charles, certo? Não!
O produtor-executivo Tom Jennings resolveu dar voz à própria Diana. Com a autorização dela, uma série de conversas foram gravadas em 1991 para servir de base para uma biografia. Assim, Lady Di: Princesa do povo é narrado em primeira pessoa pela princesa, uma das mulheres mais fotografadas do mundo.
Os escândalos de Lady Di
Dividida em seis episódios de cerca de 45 minutos cada, a série documental The royals está na Netflix e também se debruça sobre a Família Real britânica, Diana aparece em vários momentos e ganha um episódio — Escândalos da realeza — quase que só para ela. É… aqui despem Diana de um manto de pureza e bondade em que a envolvem quase sempre.
Os outros episódios da atração foram batizados de Casamentos da realeza, Funerais da realeza, Adolescentes da realeza, Bebês da realeza e Animais de estimação da realeza. Com um quê de tablóide inglês, os filmetes exploram a Família Real da maneira que os britânicos mais gostam: com intimidade e como se fizéssemos todos parte do coroado clã.
Assistir às duas produções permite que o espectador forme a própria imagem de Diana. Afinal, é assim que deve ser um documentário, não é mesmo? O registro de um assunto central sob um ponto de vista (ou de vários, em algumas produções). A nós, público, cabe a pergunta: é tudo verdade?