Dezessete anos após o lançamento de Kubanacan, a novela volta ao ar. Não em uma reprise televisiva, como o público aguardava há anos, mas no catálogo do Globoplay, que, ao longo de 2020, tem incorporado atrações antigas para que os noveleiros possam assistir quando quiserem, sem depender das reexibições do Vale a pena ver de novo ou do canal Viva.
De Carlos Lombardi, Kubanacan dividiu opiniões. Longe de ser uma obra-prima, a produção caiu nas graças do público jovem por misturar gêneros, sendo uma narrativa de época que se passa na década de 1950 ambientada numa ilha fictícia no meio do Caribe, batizada de Kubanacan. Com um certo romantismo dos folhetins do estilo, a trama mistura ação, sensualidade, musicalidade e um “quê” de ficção científica. Tudo isso combinado numa trama completamente absurda, com personagens carismáticos.
O folhetim foi exibido entre 5 de maio de 2003 e 24 de janeiro de 2004 na faixa das 19h para substituir outra trama ousada da faixa, O beijo do vampiro, e teve 227 capítulos. A inspiração para a narrativa passa por Que rei sou eu? (1989), de Cassiano Gabus Mendes, quando faz uma sátira política aos problemas sociais; e pelo filme A identidade Bourne (2002), que serviu para criar o perfil do personagem principal, um homem que é perseguido, mas sem entender os motivos e precisa lutar, assim como Jason Bourne, personagem de Matt Damon na franquia de ação. Já o título da novela e o nome do país fictício vêm da música, que integra a abertura, Coubanakan, lançada no disco Água do céu — Pássaro, de Ney Matogrosso, em 1975.
A produção traz Marcos Pasquim como o protagonista Esteban Maroto, homem que aparece misteriosamente e sem memória alguma em Santiago, uma das cidades da ilha de Kubanacan, país conhecido como república das bananas, tanto pela exportação do fruto, quanto pela situação socioeconômica. Ao mesmo tempo, ocorre um golpe militar na região, o que leva o general Carlos Camacho (Humberto Martins) ao comando. Na cidade, Esteban, que recebe esse nome dos moradores, apaixona-se por Marisol (Danielle Winits). Tudo está indo bem, até que a amada o abandona em busca de uma vida melhor e ele segue para La Bendita, onde os dramas do passado começam a vir à tona e o atormentar.
O elenco é repleto de estrelas. No núcleo principal Vladimir Brictha vive Enrico, uma espécie de rival de Esteban; Adriana Esteves dá vida a Lola, que vive um triângulo amoroso com Enrico e Esteban; Carolina Ferraz é a intérprete de Rubi, irmã de Lola; Nair Belo, a matriarca Dolores; e Betty Lago, a primeira-dama Dona Mercedes. Completam a novela atores como Angela Vieira (Perla Perón), Bruno Garcia (Amaro Medellin), Françoise Fourton (Concheta), Lolita Rodrigues (Dona Isabelita), Daniel Boaventura (Johnny) e Rafaela Mandelli (Caridad).
Vale lembrar, ainda, que vários atores do elenco viveram mais de um papel. Ao longo da narrativa, Kubanacan trazia novos personagens. Marcos Pasquim, por exemplo, interpretou cinco. Além dele, Danielle Winits deu vida a dois papéis, assim como Bruno Garcia. A novela também pode ter sido a produção que deu origem ao casamento de Vladimir Britcha e Adriana Esteves na vida real.
A parte musical de Kubanacan era uma atração a mais. Tanto no disco nacional quanto no internacional, a predominância eram canções em espanhol. No setlist sucessos como Carnavalera, de Havana Delírio; No me platiques más, de Cristian Castro; Contigo en la distancia, na voz de Nana Caymmi; Capullito de Aleli, com Caetano Veloso; e Coubanakan, com Ney Matogrosso. Mas também havia espaço para músicas em português e em inglês. O folhetim tem faixas de Elza Soares (Eu só me ligo em você), Sidney Magal (Mulher) e Ivete Sangalo (Somente eu e você).
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