Em entrevista ao Próximo Capítulo, Jayme Matarazzo fala sobre a novela das 18h, que está terminando, e mostra vontade de mudar o país por meio da arte. Confira o bate-papo que preparamos para você!
O fato de ser neto da cantora Maysa e filho do diretor Jayme Monjardim poderia ser uma pressão a mais para o ator Jayme Matarazzo. Mas serviu mais como incentivo do que como motivo de desânimo. Pelo menos é o que garante ao Próximo Capítulo o intérprete de Fernão, o vilão de Tempo de amar, novela que está prestes a acabar na faixa das 18h da Globo.
Fernão foi o primeiro vilão da carreira de Jayme e representou, para o ator, um momento muito especial. “Foi interessante trabalhar esse tom mais malicioso que o personagem pedia. Ele é ardiloso e muito sagaz… tive que trabalhar num giro diferente e isso traz uma nova percepção”, afirma.
Mesmo empolgado com o vilão, Jayme sabe, até por experiência própria, que não é fácil fazer um mocinho. “Geralmente eles apresentam um curva dramática menos verticalizada e é importante trazer coisas interessantes para ele não cair na monotonia do bonitinho correto. Vilão ou mocinho, eu quero mesmo é poder fazer personagens cada vez mais diferentes” contou.
De família tradicional na política paulista, Jayme diz que não se interessa por cargos eletivos, mas antenado, o rapaz sabe que “não precisamos estar exatamente na política para fazer política”. Ele completa: “O trabalho de ator também pode ser um pouco político. É uma forma de trazer uma nova ideia, uma nova perspectiva… contar uma história do passado para ajudar a entender o presente; trazer um tema à tona para ser discutido…”
Os fãs de Jayme Matarazzo podem ficar sossegados, pois ficar longe das telas por muito tempo não está nos planos do ator. Mesmo sem poder adiantar muito do que vem por aí, ele confirmou para o blog que estará em Aracy, o Anjo de Hamburgo, minissérie que a Globo anuncia para o início de 2019.
Confira a entrevista com Jayme Matarazzo completa!
Tempo de amar está na reta final. Já está com saudades do Fernão?
Sempre que um projeto como esse acaba bate um aperto no coração. Ficamos imersos no processo e no personagem durante muito tempo, criamos laços com a equipe e quando isso acaba traz um vazio. É o momento de se despir completamente do personagem, até fisicamente. Mas o Fernão sem dúvida marca minha trajetória artística, pois é diferente de tudo que eu vinha fazendo nos últimos anos.
O que esse personagem trouxe para você?
Qualquer personagem sempre traz algo novo. Essa profissão é muito rica, pois estamos sempre emprestando parte da gente para os personagens e recebendo algo deles em troca. No caso do Fernão, foi interessante trabalhar esse tom mais malicioso que o personagem pedia. Ele é ardiloso e muito sagaz… tive que trabalhar num giro diferente e isso traz uma nova percepção.
Fernão é seu primeiro grande vilão na tevê. Os vilões são mais desafiadores do que os mocinhos?
Acho que não. Poucos imaginam, mas fazer um mocinho é um grande desafio. Geralmente eles apresentam um curva dramática menos verticalizada e é importante trazer coisas interessantes para ele não cair na monotonia do bonitinho correto. Vilão ou mocinho, eu quero mesmo é poder fazer personagens cada vez mais diferentes.
Foi veiculado que você estará na minissérie Aracy, o Anjo de Hamburgo. O que já sabe sobre o projeto?
Ainda não sei muita coisa… também não poderia adiantar muita coisa. Sei que é um projeto grandioso da casa.
Esse será o quarto trabalho seu na tevê dirigido por seu pai, Jayme Monjardim. Como é a relação de vocês no set?
Nossa relação é de total confiança e parceria… acho que por isso dá tanto certo.
Ser de uma família de artistas acabou representando uma pressão maior para que você seguisse a carreira?
Não houve pressão, de forma alguma… foi uma escolha que partiu de mim. De certa forma aquele universo estava sempre rodeando minha vida e acho que isso influenciou bastante.
Tem vontade de dirigir como seu pai?
Tenho vontade de fazer várias coisas… produzir projetos que eu gosto no cinema e no teatro, apresentar programas, dirigir… No momento estou aproveitando os bons personagens que estão aparecendo. Acho que estou com uma idade em que personagens bons se enquadram num perfil mais parecido com o meu… tenho que aproveitar… é uma época produtiva.
Em Maysa, você interpretou seu próprio pai. Como foi aquela experiência?
É estranho interpretar alguém muito próximo. Principalmente quando este alguém está te dirigindo.
Logo em sua primeira novela, Escrito nas estrelas, você já era protagonista. Muitos atores demoram chegar a esse posto. A que você atribui uma ascensão tão rápida?
Acho que foi uma junção de perfil e timing. Fiz teste para o papel com várias pessoas e acho que agradei.
Quando não está gravando alguma novela ou ensaiando, quais são seus principais hobbies?
Gosto muito de fotografia. Também adoro viajar… quando as duas coisas se unem é um grande prazer.
Sua família é tradicional na política paulista e nacional. Tem vontade de se candidatar a algum cargo?
Não… acho que não tenho vocação para política. O trabalho de ator também pode ser um pouco político. É uma forma de trazer uma nova ideia, uma nova perspectiva… contar uma história do passado para ajudar a entender o presente; trazer um tema à tona para ser discutido. Não precisamos estar exatamente na política para fazer política.
Você debate com eles assuntos referentes à política cultural? Aceitaria algum cargo público na gestão deles, como o de secretário de cultura, por exemplo?
Um cargo na secretaria de cultura não seria nada mal. Seria uma possibilidade de fomentar ainda mais a cena cultural e artística do país que anda precisando de incentivos. Precisamos de mais cultura, educação, arte… Isso forma um cidadão consciente e com base e melhor poder de escolha. Mas definitivamente não sei se isso é para mim. Gosto de fazer minha arte e mexer com o imaginário das pessoas. Sou mais lúdico, política é um campo mais racional.
Estamos passando por um período conturbado na política brasileira. O que você diria ao povo brasileiro neste momento delicado?
Eu diria que este ano temos uma chance de fazer diferente e votar em candidatos que estejam realmente comprometidas com a ordem e o progresso do nosso país portanto, não desperdicem essa oportunidade.
Como artista, você acha que tem a obrigação de se posicionar num ano eleitoral como este? Por quê?
Eu converso com as pessoas próximas a mim e, às vezes, até discutimos sobre pontos de vista diferentes, mas não acho que todos tenham que comprar a minha ideia política.
Por falar em 2018, também é ano de Copa do Mundo. O palmeirense Jayme Matarazzo está otimista com o futebol?
Eu sou apaixonado por futebol. Pra mim todo ano que tem Copa do Mundo é especial.