Jacqueline Sato define Mariko, de Orgulho e paixão: “Uma feminista ativa”

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A atriz entrou há algumas semanas na novela para viver uma médica. Jacqueline Sato já tem projetos também na tevê fechada e no cinema. Veja papo com ela!

Jacqueline Sato está de volta às novelas. Depois de experiências em Sol nascente e Além do horizonte, a atriz retorna aos folhetins na pele da médica Mariko na novela Orgulho e paixão.

A personagem apareceu para cuidar da saúde de Camilo (Maurício Destri) e acaba se aproximando também da protagonista Elisabeta (Nathália Dill), por ser uma personagem com ideias à frente de seu tempo — veja aqui uma cena da dupla.

Sobre a experiência, a atriz revela ao Próximo Capítulo que tem sido muito boa. “É uma personagem muito interessante, e desafiadora pra mim. Está sendo um enorme prazer”.

E os trabalhos de Jacqueline não param por aí. Prevista para ser lançada em julho, a segunda temporada da série (Des)Encontros estreia no canal Sony com a presença da atriz, que interpreta a personagem Marina, uma designer, que, apesar de ter a vida certa em diversos âmbitos está sempre errando no amor.

Na telonas, a atriz estará no filme Talvez uma história de amor em que contracena com Mateus Solano e tem previsão de lançamento nos cinemas em 14 de junho.

Entrevista / Jacqueline Sato

Você entrou em Orgulho e paixão. O que pode contar sobre a sua participação? E você se preparou lendo obras de Jane Austen para o folhetim?
Interpreto a médica Mariko, neta de imigrantes japoneses e grande amiga de Januário. Começa cuidando de Camilo e, aos poucos, vai conhecendo o restante dos personagens. Claro, que ela e Elisabeta têm afinidades, e se identificam. Há uma troca muito bacana. E Mariko vem para trazer muitas mudanças, além de cuidar das pessoas como médica. É uma mulher forte, que enfrentou preconceitos e proibições para se tornar a profissional que é. Uma feminista ativa, à frente do seu tempo. É uma personagem muito interessante, e desafiadora pra mim. Está sendo um enorme prazer. Já conhecia a obra da Jane Austen, Orgulho e preconceito. Queria sim ter lido mais para ajudar a me rechear deste imaginário do qual a novela foi inspirado. Mas do dia em que me chamaram para ser Mariko para o dia da gravação não se passou muito tempo. Não li antes, mas com certeza lerei durante o decorrer a novela.

Como surgiu a oportunidade de protagonizar a nova temporada de (Des)Encontros?
Ao final das gravações do longa Talvez uma história de amor fui convidada pelo diretor, Rodrigo Bernardo, para fazer a segunda temporada da série (Des)encontros da Sony, a qual ele também escreveu e dirigiu. Na hora disse que sim. Já tinha gostado bastante do trabalho dele, realmente muito sensível e atencioso com os atores.

O que pode contar sobre a sua personagem na série da Sony? E o que pode revelar também sobre as questões pessoais da personagem na série?
Marina é uma designer. Se dá bem em vários âmbitos da vida, mas no amor, ainda falta. Tem uma relação mal resolvida, que vai empurrando com a barriga. Faz muito por tudo e por todos, e aí acaba esquecendo de dar mais valor e atenção a si mesma, às suas reais vontades. Ela não aparenta ser insegura, nem ter medos, pelo contrário, é toda descolada. Mas aos poucos vamos a conhecendo e vendo que toda super-mulher pode ter seus momentos de falta de coragem.

Crédito: Jorge Bispo/Divulgação

Você já teve experiência em novelas e agora está no cenário de séries. Quais são as principais diferenças que sentiu?
O principal fator é que em novela a obra é aberta, e na série não. Isto faz muita diferença. Em novela o personagem vai se transformando de acordo com o andar do projeto, você começa a novela com uma ideia do que ele é, mas só vai ter noção de quem foi seu personagem no final de tudo. Já na série temos o início, meio e fim nas nossas mãos desde começo. São processos bem diferentes. Isto falando da preparação, mas no durante também muda bastante. Em novela há uma demanda muito maior de cenas a serem gravadas por dia. Em série, geralmente, é um volume menor.

Além da série, neste ano, você estará nas telonas em junho em Talvez uma história de amor. Como foi a experiência no longa ao lado de atores como Mateus Solano e Nathália Dill?
Maravilhosa! Com o Mateus contracenei durante o filme. Já com a Nathalia estou contracenando só agora em Orgulho e paixão. Apesar de nós duas estarmos no mesmo longa, não temos cenas juntas lá. O Mateus e a Nathalia são muito bons, já os admirava antes, agora admiro ainda mais. São generosos, parceiros, realmente jogam junto.

Como foi construir a personagem Carol de Talvez uma história de amor?
Quando soube que o papel era meu fui atrás, no mesmo dia, de uma aula de yoga. Até porque dois dias depois eu já estava no set gravando. Então tive que ser rápida na minha pesquisa e estudo em cima dela. Foi uma prática diferente, afinal também estava pesquisando e observando quem pratica para me inspirar para a personagem. Principalmente a professora. Além disso, assisti a algumas comédias românticas para ir me sintonizando com o tom do filme. Foi muito prazeroso, e a realização de algo muito importante para mim. Sempre sonhei em fazer cinema, afinal muitas das minhas referências como atriz vem daí.

O que te motivou a seguir a carreira de atriz?
Fora o lado lúdico, de poder viver várias vidas. Me motiva, conhecer várias formas de pensar, vários pontos de vista. A profissão amplia meu conhecimento em diversas áreas. E sou uma pessoa curiosa. Então quando entro no processo de algum trabalho, eu gosto mesmo é de pesquisar sobre este novo universo. E como resultado final, o que me motiva é contar uma boa história e saber que, de alguma forma, ela irá tocar alguém, fazer alguém refletir, e quem sabe, transformar algo na vida de alguém. Pois eu acredito muito que nós aprendemos através do outro. E atuar é meio que emprestar a nós mesmos para sermos vários outros. Então, acho um privilégio e uma honra poder ser atriz.

Você tem um projeto social, o House of cats. O que a motivou a criar esse abrigo para animais abandonados? Como é a sua atuação no instituto?
Aconteceu meio que naturalmente. Eu, desde pequena, já havia resgatado gatinhos abandonados. A primeira vez foi aos 9. E sempre que me deparava com algum abandonado que cruzasse o meu caminho, não conseguia ficar indiferente. Meus pais, passaram a me apoiar nisto também, e escolhemos um local na casa só para eles. Os resgates foram se tornando mais frequentes, e quem adotava com a gente, sempre indicava para os amigos e tal. Foi aí que resolvemos parar de postar as fotos dos nossos gatinhos resgatados nos perfis pessoais para criar uma página voltada para este trabalho. E começou a ir muito bem. Já ajudamos mais de 400 gatos a encontrarem donos responsáveis e carinhosos. É muito gratificante. O que me motivou foi saber que eu poderia ajudar aqueles seres indefesos, que corriam risco de morte. Poderia fazer uma enorme diferença com minha pequena atitude. Isto é o principal. Inicialmente participava de todo o processo, resgate, cuidados e carinhos diários, e da seleção do adotante ao momento de entrega do gatinho. Ao mesmo tempo que meus trabalhos como atriz foram aumentando, a demanda da @house_of_cats__ também. Graças a Deus, minha mãe continuou tocando lindamente nosso projeto, e conseguiu juntar mais forças à ele. Temos uma veterinária parceira, a Dra. Priscila Tenudo Guedes, algumas amigas voluntárias, e o Eduardo Pedroso, da ONG Bicho Brother, que nos auxilia com alguns resgates que não conseguimos fazer sozinhas. O time cresceu! Eu estou botando a mão na massa menos do que gostaria. Por outro lado, tenho conseguido ajudar a divulgar o nosso abrigo para cada vez mais pessoas. Então minha atuação, atualmente, oscila conforme meus trabalhos como atriz. Ainda bem que tenho pessoas em quem confio muito tocando este projeto que só tem crescido e trazido ainda mais alegrias.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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