Ingrid Conte, o rosto por trás da História

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A atriz de 38 anos interpreta a narradora de Reis, responsável por contar a trajetória do povo de Israel

Por Patrick Selvatti

A atriz Ingrid Conte, 38 anos, é a intérprete da narradora de Reis, personagem responsável por contar ao seu filho (Henrique Camargo) a trajetória do povo de Israel durante os reinados de Saul (Carlo Porto) e Davi (Cirillo Luna). A misteriosa identidade de Naamá foi revelada apenas na sétima temporada e, enquanto isso, a artista também dava vida a uma segunda personagem — a amonita Áshima, a mãe de Naamá, vivida por Giovanna Lima na fase jovem.

“Começamos esse projeto em janeiro de 2022 e o maior desafio foi compor a personagem sem saber exatamente como seria sua história de vida, seu passado, sem saber os detalhes do momento presente dela. Ao longo da série, suas aparições eram bem pontuais, sempre de uma forma sutil, sem aprofundar em sua vida pessoal, com o objetivo de manter esse clima de mistério sobre sua real identidade. Só recebi de fato a história dela há pouco tempo”, conta a atriz, que revela ter sido um exercício arriscado, mas muito interessante, se abrir para possibilidades e criar sem tantas certezas.

Com a revelação da identidade da narradora, finalmente agora a história de Naamá está sendo contada. “Os mistérios que foram levantados a cada temporada agora começam a se solucionar. O quebra-cabeça da vida dela vai começando a se encaixar e, agora, o público passa a entender o conflito familiar que ela vive, o porquê de ela estar contando essa história para o filho e em que contexto a narradora está inserida em toda a série”, explica Ingrid. Ela observa que a resposta do público tem sido maravilhosa, porque as pessoas, assim como ela, estavam ansiosas por essa revelação.

A atriz destaca o trabalho desenvolvido pela autora de Reis, Cristiane Cardoso, e pelo time de colaboradoras, que conseguiram despertar no público, ao longo das temporadas, a curiosidade sobre a narradora. Sobre a equipe de roteiristas, Ingrid realça o protagonismo feminino, ainda que exista um predomínio masculino na série, visto que a Bíblia, em grande parte, retrata a história de homens. “Mas também vemos muitas personagens femininas muito fortes, como a própria Naamá. Olha que interessante, podemos enxergar que esse protagonismo não é exclusivamente masculino nessa história: a série é escrita por esse time fantástico de mulheres e contada por uma mulher, que é a minha personagem”, pontua ela. “A gente ainda vive numa sociedade patriarcal e cheia de reflexos, mas estamos conseguindo caminhar para uma sociedade em que a mulher tem o seu espaço, como protagonista de sua própria história”, celebra.

Ingrid é Naamá em Reis | Crédito: Divulgação Record

Paixões e crenças

Além de Reis, Ingrid Conte também pode ser vista em Dom, série do Prime Video em que interpreta a stripper Jéssika, que se envolve com o protagonista Victor Dantas (Flavio Tolezani). Foi graças a este trabalho que brotou nela uma forte paixão pelo pole dance. “Para mim, é mais do que uma atividade física. É um exercício imenso de escuta do seu corpo, das necessidades, limitações e superações… O pole é meu momento do dia de conexão comigo mesma, uma meditação. Além disso, é um momento bastante lúdico, onde consigo brincar com criação de sequências, danças, acrobacias e exercitar bastante minha criatividade”, detalha a atriz, que também se tornou vegetariana recentemente.

“Começou com uma questão de melhorar minha saúde, disposição para os treinos de pole e energia para a vida e, depois de algum tempo, toda a filosofia, a questão ambiental, ética, a preocupação com o sofrimento dos animais passaram a me impactar emocionalmente. Então, desde que fiz a transição, em nenhum momento tive vontade de voltar atrás”, pondera. Além disso, Ingrid argumenta que a mudança também tem a ver com a liberdade de pensar fora do que é imposto desde pequenos, de que o organismo humano necessita de carne animal.

“São tantas supostas verdades que somos condicionados a acreditar… É preciso questionar tudo e entender, de fato, aquilo que realmente queremos ser. Já não faz sentido pra mim colocar a minha vida como superior a vida de um animal… E aqui não estamos falando de uma questão de sobrevivência, estamos rodeado de opções não animais”, conclui a atriz, que, após Reis, pretende voltar aos palcos e se arriscar em um monólogo que vem investigando.

Patrick Selvatti

Sabe noveleiro de carteirinha? A paixão começou ainda na infância, quando chorou na morte de Tancredo Neves porque a cobertura comeu um capítulo de A gata comeu. Fã de Gilberto Braga, ama Quatro por quatro e assiste até as que não gosta, só para comentar.

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