Ingrid Conte, de Topíssima, revela que é tão romântica quanto a personagem Elizabete

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Em entrevista, Ingrid Conte fala sobre o novo romantismo e os temas atuais abordados por Topíssima. Confira o bate-papo com a atriz!

O romantismo é um dos pontos que unem a atriz Ingrid Conte e Elizabete, universitária que ela interpreta na novela Topíssima, surpresa agradável da Record. Mas Ingrid se apressa em explicar: o que ela apoia foge dos estereótipos que o tornam simplista.

“O romantismo que considero necessário e bonito é aquele que foge de padrões óbvios de conquista. Não acho mais encantador aquele cavalheirismo forjado, de quem só quer impressionar. Não adianta você entregar flores e chocolates se no dia a dia da casa, se as tarefas não são divididas de forma justa, se não há respeito pelo outro”, pondera a atriz, em entrevista ao Próximo Capítulo.

Antes de viver a Elizabete de Topíssima, Ingrid passou pela Escuela el arte del actor, no Equador. Nessa experiência, a atriz pôde perceber a universalidade da arte: “Não importa onde você está, a arte se comunica por si só. Você ouve uma música e se emociona às vezes sem nem saber exatamente do que ela fala. Você assiste a uma cena e se conecta, sem entender precisar entender necessariamente todas as palavras.”

Na entrevista a seguir, Ingrid Conte fala sobre Topíssima, amor, feminismo e a experiência de ter vivido Maria Madalena nos cinemas. Confira!

Leia entrevista com Ingrid Conte

Foto: Lukas Alencar/Divulgação. Ingrid Conte: “Não importa onde você está, a arte se comunica por si só”

Como você define a Elizabete, de Topíssima?
Elisabete é uma moça do bem, generosa, preocupada com os amigos. Uma mineirinha que sempre acredita no melhor das pessoas e que não admite injustiças. Ela é fofa, romântica, tímida e, por isso, tem um certo lado ingênuo, puro, que não permite que ela enxergue a verdade sobre Vitor, por quem ela é apaixonada. Ela é estudante do terceiro ano de comunicação na Universidade Alencar e moradora da República Nó em Pingo d’água, junto com outros estudantes.

Ela é uma personagem muito romântica. Ainda há espaço para o romantismo nos dias de hoje?
Sempre há! Mas o romantismo que considero necessário e bonito é aquele que foge de padrões óbvios de conquista. Não acho mais encantador aquele cavalheirismo forjado, de quem só quer impressionar. Não digo que não gosto de gentilezas, como abrir a porta do carro ou ganhar elogios. Mas o romantismo bonito de se ver é maior do que isso. Não adianta você entregar flores e chocolates se no dia a dia da casa, se as tarefas não são divididas de forma justa, se não há respeito pelo outro. Romantismo é parceria, é observar os hábitos do parceiro na tentativa de agradá-lo com autenticidade em vez de simplesmente repetir algo programado.

Topíssima vem surpreendendo por tocar em temas atuais, como tráfico de drogas e violência urbana. A Elizabeth faz parte do núcleo universitário da trama. Como ela vai se inserir nessas questões atuais? O contingenciamento de gastos nas universidades ou a qualidade do ensino serão discutidas?
Elisabete faz parte de um núcleo de jovens que estuda na Universidade Alencar. Um dos moradores da república, Edison, trabalha para o tráfico, e durante uma festa, coloca a droga Veludo Azul na bebida de Gabriela e ela sofre uma overdose. Então inicia-se uma investigação policial e isso faz com que os olhares também recaiam sobre os moradores da república, que acabam se envolvendo indiretamente na questão das drogas que a novela aborda. A novela, até onde sei, não discute sobre o contingenciamento de gastos ou a qualidade de ensino, ainda que esse seja um assunto de extrema importância. Educação e cultura são os elementos com maior capacidade de transformação de uma sociedade, e é uma pena que nem todo gestor as coloque como prioridade básica em seu plano de governo. Diminuir o investimento nessas áreas, só piora a longo prazo a situação econômica do país e mais ainda, aumenta a concentração de poder político.

Você estudou teatro no Equador, na Escuela el arte del actor. A língua era sua maior dificuldade lá?
Eu já falava espanhol antes de ir, então não tive muitos problemas em relação a isso. Mas ainda se não falasse a língua, a arte tem uma característica muito peculiar: ela é universal. Não importa onde você está, a arte se comunica por si só. Você ouve uma música e se emociona às vezes sem nem saber exatamente do que ela fala. Você assiste a uma cena e se conecta, sem entender precisar entender necessariamente todas as palavras.

Em O filho do homem você viveu Maria Madalena. Como foi dar vida a uma das personagens bíblicas mais controversas?
Considero um dos trabalhos que mais impactaram na minha vida pessoal. Estudar a história de Jesus foi incrível e me permitiu trabalhar a minha espiritualidade de uma forma muito poderosa. Além disso, Madalena era uma mulher guerreira, de fé e coragem. Largou tudo para ir atrás do que acreditava, numa época em que ter essa atitude era uma quebra muito maior sobre o que se esperava do papel de uma mulher na sociedade. Madalena é uma representante incrível do feminismo! Hoje tenho a fé nos meus sonhos muito mais fortalecida graças a ela!

Você atuou em uma produção do canal da Cesgranrio na internet. Falta incentivo à arte universitária no país?
A Cesgranrio é uma instituição de ensino, mas o setor audiovisual dela nada tem a ver com a parte educacional. Mas com certeza e cada vez fica mais escasso o incentivo a arte e a cultura no Brasil. Estamos vivendo mais uma das fases em que é preciso se reinventar pra viver dessa profissão no Brasil. A arte está longe de ser valorizada como deveria. Por um lado, muitas pessoas ainda não conseguem entender a importância da arte na transformação de uma sociedade. E por outro, muitas pessoas, tanto entendem, que dificultam o incentivo a ela!

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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