Será que o humor de Chaves combina com o Multishow?

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Anunciado como nova aquisição do Multishow, o ingênuo seriado Chaves pode se perder entre as baixarias do canal.

Há alguns dias uma notícia abalou o mundo da tevê, especialmente o dos adoradores do programa mexicano Chaves. O seriado, transmitido desde 1984 pelo SBT (com poucas e ligeiras pausas), teve o direito de transmissão no Brasil comprados pela Globosat, que pretende levar a atração para a grade do Multishow.

Os fiéis seguidores ー sim Chaves é praticamente uma religião da qual meu irmão e todos meus primos são adeptos, excluindo-me de piadas internas, pois, herege!, não sou lá muito fã do menino que mora num barril ー logo mostraram as garras e fizeram protestos para que o programa não saia da tevê aberta brasileira. Os medos eram muitos: alguns não queriam ter que assinar o Multishow para ver o humorístico, outros temiam que os dubladores fossem trocados e as vozes perdessem a identidade.

O SBT contra-atacou bem à maneira Silvio Santos de ser: entre o mau gosto e o bom humor. Em uma peça publicitária repleta de astúcia (e aí, Multishow, você contava com isso?) disparou: “Chaves. Ou você assiste no SBT ou vai ter que pagar pra ver. SBT. A primeira e única emissora de TV aberta a exibir o seriado mais querido do Brasil”.

Mais do que a paixão que move os telespectadores de Chaves, o que mais me intriga nesse episódio é a questão que está expressa no título da coluna: Será que Chaves combina com o Multishow?

O humor ingênuo da vila mexicana estará lado a lado com o escrachado Treme treme e o desgastado Vai que cola. O problema é que os programas já habituais do canal abusam de palavrões, situações lascivas e piadas de duplo sentido. Tudo que Chaves, que carrega uma aura infantil, não tem. Talvez o mexicano combinasse mais com o Viva, outro canal da Globosat, fazendo companhia às reprises de Os trapalhões e Mr. Bean. Ali, quem sabe, Roberto Bolaños, Renato Aragão e Rowan Atkinson formariam uma santíssima trindade. Amém!

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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