Helena Fernandes conta que torce por uma mudança da personagem Eugênia, que vive na novela Bom Sucesso. Leia entrevista com a atriz!
O amor pode ser o caminho para a reabilitação de Eugênia, personagem que Helena Fernandes vive na novela das 19h da Globo, Bom Sucesso. A trama de Rosane Svartman e Paulo Halm está na reta final e Helena é só comemoração pelo personagem.
A atriz apressa-se em esclarecer que Eugênia não é uma vilã e olha que Helena já viveu algumas malvadas na telinha. “Ela não é uma vilã. Muita gente fala isso… Mas ela não é uma vilã. É uma mulher elitista, preconceituosa, mas não é uma vilã. Embora eu não tenha nada contra uma vilã, pelo contrário já fiz algumas e adoro”, afirma, em entrevista ao Correio.
A confusão se dá porque Eugênia e Paloma, a mocinha de Grazi Massafera, tiveram o que Helena classifica como um “desarranjo” no início de Bom Sucesso. Mas a chegada de Vera ( ngela Viera), mãe de Eugênia, e o amor pelo filho Vicente (Gabriel Contente) podem salvar a personagem. “Espero que isso se modifique daqui até o final da novela por conta do amor que ela sente pelo filho, que ela educou mal (risos), e que, na realidade, está se acertando agora com a entrada da avó na trama. O Vicente está se modificando por causa da chegada da Vera e acho que a Eugênia também. Eu acredito que o amor modifica mesmo” diz Helena.
Eterna Silvana de Caça talentos (uma das vilãs da galeria da atriz), Helena comemora a reprise da novelinha estrelada por fada Bela (Angélica) no Viva. “Para mim, é importante revisitar para você se ver e ver o quanto você amadureceu, o quanto você cresceu”, avalia.
Entrevista// Helena Fernandes
Com Bom Sucesso na reta final já dá para fazer um balanço da novela e da Eugênia?
A gente grava até 24 de janeiro e tem muita coisa ainda para acontecer, mas tudo que eu vivi até aqui eu adorei, eu amei. Foi maravilhoso fazer a personagem. Eu adoro trabalhar com a Rosane (Svartman) e com o Paulo (Halm), autores da novela.
A Eugênia é uma vilã, mas ela tem um lado engraçado, tem um humor grande nela. Você acha que isso aproxima a personagem do público?
Ela não é uma vilã. Muita gente fala isso… Mas ela não é uma vilã. É uma mulher elitista, preconceituosa, mas não é uma vilã. Embora eu não tenha nada contra uma vilã, pelo contrário já fiz algumas e adoro.
Mas você acha que ela falar essas atrocidades que ela fala e a armação dela contra a Paloma (Grazi Massafera) com humor a aproxima do público?
Eu acho que na verdade houve um desarranjo no início da novela entre as duas que mudou a história delas. Eu espero que isso se modifique daqui até o final da novela por conta do amor que ela sente pelo filho, que ela educou mal (risos), e que, na realidade, está se acertando agora com a entrada da avó na trama. O Vicente (Gabriel Contente) está se modificando por causa da chegada da Vera ( Ângela Vieira) e acho que a Eugênia também. Eu acredito que o amor modifica mesmo.
A Eugênia acaba meio que sufocando, superprotegendo o Vicente com esse tanto de amor, o que pode atrapalhá-lo. Você também é assim?
Não. Eu tenho três filhos homens com idades entre 16 e 31 anos e eu posso até sufocar com um bocadinho de amor (risos). Mas eu sou completamente o oposto da Eugênia. Para mim, educar é formar caráter, é uma responsabilidade muito grande na vida de qualquer pai, de qualquer mãe. Para eles eu dedico o melhor de mim, o melhor do meu afeto. Na minha cabeça estou formando seres humanos melhores para esse mundo que está cada vez mais louco. Procuro mostrar sempre o olhar para o outro porque a gente não vive nesse mundo sozinho e ensinar os filhos a ter um olhar generoso para o outro, a ter respeito pelo outro é fundamental. Meu filho mais velho não mora no Brasil, mora na Bielorússia ー estou contando os dias para, daqui a um mês e meio ir visitá-lo. A minha relação com eles é completamente diferente da Eugênia, graças a Deus.
Você mudou o visual para fazer a Eugênia, ficando loira. O quanto isso ajuda na composição de uma personagem?
Sempre ajuda. É como se fosse uma roupa a mais que você veste. Fora isso você experimenta não só como personagem, mas na vida mesmo ー tem aquele visual que você acha que nunca teria porque não combinaria com você, que não tem a ver com sua personalidade. É sempre maravilhoso você mudar o visual em nome da personagem porque você vai descobrindo que você pode também na vida ser diferente. A minha alma é morena, mas eu fiquei muito feliz de mudar o visual, de ficar loira para fazer a personagem. Eu gosto também do cabelo enrolado dela, que é diferente do meu, que é liso.
Até hoje imagino que as pessoas se lembrem de Caça talentos e de A diarista, dois trabalhos do seu início de carreira. Isso te incomoda de alguma forma?
Nada! Tudo que eu sou hoje é por causa do que eu vivi lá atrás. A carreira é uma construção. Eu tenho maior orgulho. Caça talentos é o início da minha carreira, eu tinha feito uma novela só e fui chamada. Hoje está sendo reprisado no Viva e eu recebo mensagens de fã-clubes falando da personagem. Eu adoro qualquer lembrança que venha de um personagem do passado. Para mim, é importante revisitar para você se ver e ver o quanto você amadureceu, o quanto você cresceu. A gente sempre fala “eu queria ter 40 com a cabeça de 50”. Não! Você vai ter experiências que você vai acumulando. Eu nunca seria quem eu sou sem a Ipanema, sem a Silvana , sem tantas outras personagens que eu dei vida, muitas bem distantes de mim. Tudo é uma soma.
A gente estava falando de idade… fazer 50 anos foi um problema, um peso, para você?
Eu tenho várias amigas da minha geração que tiveram crise dos 40, crise dos 50. Eu, graças a Deus, não vivi a dos 40, a dos 50 e espero, de verdade, não viver a dos 60. Eu sou feliz com o que eu vejo, com o meu espelho.
O artista, além de entreter, tem uma função social que você exerceu ao tocar em temas como o câncer de mama (Helena fez o autoexame num cena de Malhação – Sonhos, de 2014) e abuso sexual (a atriz relatou um caso pessoal a Fátima Bernardes). Sente que vocês podem ajudar a outras pessoas com essas experiências?
Eu acho superimportante. Quando eu fiz Malhação, que era da Rosane e do Paulo (autores de Bom Sucesso), a minha personagem teve câncer e eu fiz o autoexame às 18h. Então era aquela mulher que aparecia com os seios de fora. Na época, assustou as pessoas. Mas isso ajuda porque, às vezes, a pessoa que desconfia que tem a doença e não procura o médico por ter medo de investigar se identifica com a personagem que está no ar. Eu fui tão acolhida naquela época e acolhi tanta gente e fiz campanha alertando para o outubro rosa, para a importância do autoexame, de você ser vigilante com respeito à saúde. O artista tem uma voz diferenciada e deve usar isso para ajudar, para contribuir com o outro de alguma forma. Acho isso fundamental.