Próximo Capítulo aponta alguns fatos sobre a greve dos roteiristas dos Estados Unidos e crava que vem atrasos por aí
Por Isabela Berrogain
Suas séries preferidas vão atrasar, lide com isso. Isso porque, pela primeira vez em 15 anos, os roteiristas de cinema e de televisão de Hollywood entraram em greve. A paralisação se deu após uma tentativa frustrada de negociações por aumentos salariais com grandes estúdios de produção, como Disney e Netflix. Com a greve, gravações de séries de sucesso e de talk-shows norte-americanos foram imediatamente interrompidas.
Além do aumento salarial, cerca de 11 mil profissionais, organizados por meio do Sindicato dos Roteiristas da América (WGA), exigem recebimento maior dos lucros gerados pelas transmissões das produções de streaming. As reivindicações também se estendem a questões de inteligência artificial — o WGA busca garantias de que os estúdios sejam impedidos de utilizar I.A. para criar roteiros a partir de trabalhos antigos dos roteiristas.
Por serem exibidas diariamente, produções de televisão diárias do estilo talk-show, como The late show e The tonight show, foram as primeiras a serem afetadas pela greve. Pelas redes sociais, criadores de séries como Cobra kai, Yellowjackets, Abbott elementary e Power Book III: Raising Kanan também anunciaram que o trabalho foi interrompido nos respectivos sets.
Apesar de causar dores de cabeça para os estúdios de produção, a greve não é novidade no meio. Em 2007, os roteiristas de Hollywood organizaram uma paralisação que durou cerca de 100 dias. Na época, o movimento chegou a ameaçar a exibição de duas das maiores premiações do mundo — Oscar e Globo de Ouro.
Em uma realidade em que o streaming tem, cada vez mais, conquistado o público em massa e se tornado tão relevante quanto a televisão, é injustificável que os salários e as garantias desses profissionais não sejam afetados pelo crescimento do lucro dos estúdios. Suas séries preferidas vão atrasar, mas é por uma boa causa.