Depois de American gods, o serviço de streaming da Amazon resolveu apostar em outra adaptação de obra de Neil Gaiman em formato seriado. A escolhida foi Good omens, lançada originalmente em 1990 e escrita pelo autor em parceria com Terry Pratchett. Belas maldições — como também é conhecido o livro em português — é uma narrativa tão louca quanto Deuses americanos, mas que, neste caso, ganhou uma versão mais bem adaptada para o formato.
A premissa de Good omens é interessante e, inclusive, tem causado polêmica entre as entidades religiosas norte-americanas, que pedem o cancelamento da produção. A história acompanha o anjo Aziraphale (Michael Sheen) e o demônio Crowley (David Tennant), que se conhecem desde os primórdios da criação da Terra ainda no Jardim do Éden e sabem, desde aquele momento, que o planeta sofrerá um armagedon — o confronto final que envolve Deus e seu exército e seus inimigos.
Com o passar dos anos, Azirarphale e Crowley, que vivem entre os humanos, acabam sempre se cruzando. Mas o destino deles se une mesmo 11 anos antes do fim do mundo, quando Crowley recebe a missão de entregar o anticristo para a família de um diplomata americano, com a missão de dar início ao apocalipse. Já totalmente mesclado com a rotina da Terra e por isso não querer o fim, o demônio pede ajuda ao anjo para impedir o armagedon. A partir daí, começa o plano dos dois de tentar converter a criança “demoníaca” para o lado do bem.
Ineditismo não é o forte de Good omens, pelo contrário, a chegada do anticristo e do fim do mundo já foram abordadas diversas vezes na dramaturgia audiovisual. Mas o trunfo é fazer isso de uma forma diferente. Como é de se esperar de um texto de Neil Gaiman, a produção ganha uma atmosfera bizarra, extravagante e cômica. Diferentemente de American gods, que é uma série difícil e complexa, Good omens acerta pelo equilíbrio. Há muitos pontos inteligentes na trama, mas isso é entregue de forma mais palatável ao espectador.
Logo no primeiro episódio, a trama entrega muitos acontecimentos — outra diferença em relação a American gods –, como a troca de bebês dentro do convento das freiras, que há anos aguardavam para cumprir essa missão para o demônio, o que cria o desenvolvimento da narrativa e garante cenas engraçadas. Também há uma agilidade nos diálogos cheios de sarcasmos os personagens, principalmente, entre os protagonistas. A escolha por Michael Sheen e David Tennant é outro acerto da trama. Ambos estão muito bem em seus papéis, convencem e trazem força a série.
A bizarrice em alguns aspectos pode até afastar parte do público. Quem também é muito religioso pode se sentir incomodado com a forma como a narrativa trata questões bíblicas. Mas é bom lembrar que a série — e o livro — tem o objetivo de brincar com uma história tão conhecida do público, fazendo uma crítica indireta à sociedade.
Se seguir com o mesmo ritmo acelerado, Good omens tem tudo para ter uma ótima temporada. Não há informações se a série deve ganhar uma sequência após a exibição dos seis episódios. O ideal seria que não, que realmente fosse uma minissérie com início, meio e fim. Afinal de contas, os “alongamentos” desnecessários de tramas televisivas têm sido um erro para o cenário atual, principalmente, se elas forem adaptações de obras literárias.
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