Patrick Selvatti
O ator e músico paulista Gabriel Chadan é um dos nomes confirmados no elenco de DNA do crime, série que estreia em novembro e tem sido apontada como o maior investimento da Netflix no Brasil. Ele ainda não pode falar muito sobre o personagem, adiantando apenas que Cauã é um personagem misterioso, cuidadoso e observador, mas também muito intenso e insano, que vem para mostrar uma das faces do crime organizado no Brasil. Na produção dirigida por Heitor Dhalia, para dar vida a um homem com muitas habilidades específicas de alto nível, como as artes marciais, tiro e etc, o intérprete precisou passar por uma preparação robusta que durou seis meses.
“O roteiro pedia um tipo de corpo atlético muito específico. Precisei ganhar pelo menos uns 5 kg e ficar musculoso para parecer um cara bem treinado e forte. Além do manuseio e especificações técnicas de um bom atirador, o personagem sabe como manusear armamento pesado”, conta Chadan, destacando que foi um trabalho duro, com mais ou menos três horas diárias de treinamento intenso, entre eles uma hora e meia de musculação, de 40 a 50 minutos de trabalho aeróbico e mais uma hora de trabalho com artes marciais e trabalhos específicos de armamento. “Tive apoio de uma equipe incrível que me deu todo apoio durante esse processo. Meu treinador físico e fisioterapeuta David Homsi, professor de artes marciais Paulo Júnior, e minha nutricionista e esteticista Michelle Freitas. Eles foram fundamentais”, agradece.
Envolvido no mundo dos esportes e saúde, Gabriel surfa, joga futebol e treina na academia. “Treinos esses que estão sempre a favor da saúde e da necessidade de suas personagens”, avisa. Aos 36 anos, com 15 de carreira, essa foi a primeira transformação radical do ator para um trabalho. “Sempre faço mudanças para os meus personagens. Às vezes, é uma caracterização física, como cabelo. Outras são trabalhar habilidades muito específicas. A principal mudança é a curva psicológica desses personagens, que sempre são muito diferentes e intensos”, afirma. O ator acredita que toda composição é válida, quando justificada. “Elas têm que estar a favor da história contada, do personagem. Temos que ficar atentos, para que não seja só uma questão de ego, para chocar, ou como muleta por falta de percepção das sensações internas do personagem. O que importa é a obra, o que queremos contar. O ator é o instrumento”, assinala.
Nascido em São Paulo e criado em Itu, no interior, aos 19 anos, Gabriel Chadan começou a estudar teatro no Rio de Janeiro, formando-se em artes cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). Em 2010, estreou na televisão fazendo o vilão Lúcio em Malhação. No seu currículo, tem ainda as novelas Avenida Brasil (2012), Amor à vida (2013), A lei do amor (2016) e Liberdade, liberdade (2017), na Globo. Na Disney+, fez uma série indicada ao Emmy, Juacas 2 (2018) e, logo em seguida, integrou o elenco da série Amor de 4+1, do Canal Brasil. O artista também também tem uma carreira estruturada como músico/ rapper, produtor musical e diretor artístico de conteúdos musicais. Com o projeto Fulanos e Ciclanos, fundado em 2011 e no qual trabalha com a esposa Ana Terra Blanco — sua companheira há 12 anos e mãe de sua filha, Gaia, 5 — Chadan já lançou mais de 30 músicas autorais e 40 clipes, além das parcerias com grandes músicos do mercado como MV Bill, Winnie, Beni TTk entre outros.
Paralelamente à nova série, Gabriel Chadan inicia uma nova empreitada com o seu podcast Criatividade Elástica, que vai falar sobre o processo criativo. Nesse projeto, vai receber grandes artistas do meio do teatro, da música, da gastronomia, de todas as áreas que envolvam processo criativo, em um papo atual e descontraído. “Amo conversar, encontrar meus amigos, falar sobre vida e arte e como essas coisas estão conectadas. Sempre tenho grandes papos e ideias com amigas e amigos, grandes momentos e aprendizados, que, muitas vezes, só acontecem naquela situação de papo informal, e imaginava que muitas pessoas adorariam participar de um papo assim, vivo, transformador. Pensei que isso poderia ser uma ferramenta e tanto para mim, para quem assiste e/ou ouve”, justifica.
Para o artista, a internet possibilita que esses conteúdos cheguem nos mais diversos lugares do Brasil e do mundo. “E poder conectar arte com papos inspiradores é mágico. O público pode esperar grandes encontros, papos e ideias inspiradoras. Numa conversa leve mais cheia de curva, de questionamentos. Será um canal para esticar de fato nossa criatividade e percepção do mundo”, explica, convidando para que o público acompanhe o podcast que também estreia em novembro, no canal do YouTube e em plataformas de streaming.
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