franjinhaemilena Cena de Franjinha e Milena | HBO Max/Divulgação Cena de Franjinha e Milena

Franjinha e Milena pulam das HQs e ganham série na Max

Publicado em Séries

A série Franjinha e Milena em busca da ciência estreia terça-feira e une, de forma lúdica, ciência e entretenimento para toda a família

Por Luíza Grecco Altoé*

O universo da Turma da Mônica é conhecido em mais de 30 países e é a história de quadrinhos mais publicada mundialmente. Com mais de 60 anos de origem, a obra brasileira de Maurício de Sousa coleciona diversas adaptações em séries e filmes. A mais recente, Franjinha e Milena em busca da ciência, estreia 27 de fevereiro na Max e, às 13h, no Discovery Kids, com reprise às 20h30, e com novos episódios de segunda a sexta-feira sempre no mesmo horário. De forma simples e criativa, ela fala de assuntos científicos, despertando curiosidade e imaginação na mente dos pequenos.

Em oito episódios, a comédia juvenil conta com três personagens: Franjinha e Milena, protagonizados por Fabrício Gabriel e Bia Lisboa, além de Bidu, o cachorro azul do cientista. “Hoje em dia, a maioria das crianças acha ciências chato, por ser meio difícil, então, elas aprendem de forma divertida, fácil, segura, autônoma. Tem várias experiências na série que ajudam a garotada a entender alguns conteúdos que eles passam”, completa Fabrício.

A série mescla o que há de mais atual com o mais antigo do universo da Turma da Mônica. Franjinha e Bidu foram os primeiros personagens publicados nas tirinhas do jornal Folha da Manhã, em 1959. Em contrapartida, Milena teve a primeira aparição apenas em 2018, e é a primeira personagem negra mulher criada por Maurício de Souza. “O Franjinha fala de uma forma mais específica, mais formal, e a Milena vem aí para descomplicar”, enfatiza Bia.

Para Mauro D’Addio, diretor da série, esses dois personagens formam a melhor dupla para se falar sobre ciência, pela popularidade e relação pré-existente com o tema. “Franjinha, todo mundo conhece, todo mundo já leu, e ele é um cientista, então, era inevitável a gente trabalhar com ele. A gente precisava de uma outra personagem forte, humana, e aí a gente foi pensando e, inevitavelmente, chegou a Milena, por toda a representatividade que ela traz e toda força que ela tem, por ser uma personagem muito jovem”, explica.

Marina Filipe, produtora-executiva de conteúdo Kids da Warner Bros. Discovery, ainda reforça a importância da escolha da personagem Milena na quebra de estereótipos. “Tira a ciência do lugar do homem branco e traz a Milena com representatividade racial, de gênero, uma menina empoderada, então, esses personagens somados não só trazem esse universo que a gente já conhece, como também deu um bom equilíbrio para o próprio assunto e para a própria narrativa”, reforça.

Para complementar essa dupla, Bidu é responsável pela narração da série, com comentários sobre as aventuras de Franjinha e Milena. Segundo D’Addio, um dos principais desafios foi decidir como trazer o conhecido cachorro azul para as telas, de forma que existisse no limiar entre real e animação. “A técnica que a gente escolheu foi a de bonecos, mas são bonecos muito elaborados, tem um que é um animatrônico — todo mecanizado para mexer a orelha e o olho —, um que é de movimento, para recorte, e tem um outro mais tradicional”, desenvolve.

O processo de seleção dos atores foi outro desafio da produção. Pela popularidade dos personagens, a equipe demorou para encontrar um rosto e uma personalidade que correspondesse ao máximo à imagem criada no imaginário das pessoas. “Os dois são achados. Acho que tanto o Fabrício quanto a Bia já trazem muita coisa. A gente só tem que ir um pouquinho, orientar, mas é algo muito genuíno deles, eles são incríveis”, completa.

A segunda temporada está gravada e pronta, mas não há previsão de lançamento. Segundo a Maurício de Sousa Produções, as expectativas estão altas. “A nossa meta é oferecer entretenimento de qualidade e diversão, ao mesmo tempo em que levamos um pouco de conhecimento científico às crianças”, adicionam.

Por trás das câmeras

O Próximo Capítulo conversou com Fabrício, catarinense de 13 anos, e Bia, paulista de 11 anos, para entender melhor como foi a experiência de viver Franjinha e Milena nas telas. Os dois estão no começo da carreira e adoraram todo o processo de produção. “Não foi tão difícil quanto eu pensava”, afirma Fabrício. Para Bia, foi um momento especial e divertido: “O set também é superlegal, então, o tempo voa”.

Apesar da diversão, houve desafios nesse processo. Segundo Fabrício, o principal deles foi com o texto. “O Franjinha é um personagem que está mais avançado da sua idade. Ele tem uma linguagem muito técnica, com palavras muito difíceis que geralmente cientistas falam e tem uns conteúdos que nem eu aprendi ainda na escola”, explica. Além disso, eles não conseguiam segurar o riso. “Teve muitas partes que a gente tinha que ficar sério, mas a gente não conseguia”, completa Bia.

A dupla também comenta que compartilha preferências com as próprias personagens. Fabrício gosta de matemática, ciência e tecnologia, como Franjinha. Também adora cachorros. “Tem uma diferença meio grande, que o Franjinha é muito mais introvertido do que eu”, lembra. Para Bia, além do amor por animais, ela gosta da área das ciências humanas, assim como Milena.

A relação da dupla com a Turma da Mônica é antiga, já que os dois aprenderam a ler com os gibis desse universo. A festa de aniversário de 1 ano da Bia, inclusive, foi desse tema. “Eu tenho uma paixão muito grande pela Turma da Mônica e, por coincidência, interpretei o personagem que eu mais gosto, que era Franjinha”, comenta Fabrício. “Eu achei muito legal a minha personagem, por ela ser a primeira menina negra e protagonista da Turma da Mônica. Achei muito divertido fazer esse papel”, diz Bia.

Eles também contam que desenvolveram uma relação de amizade desde o período de testes para o elenco. “Desde ali, a gente percebeu que a gente tinha uma conexão muito forte, foi algo que ajudou muito para a série. A gente já tinha feito uma amizade, então a preparação foi muito fácil”, conta Bia.

*Estagiária sob à supervisão de Sibele Negromonte.