Filme em que Carla Diaz vive Suzane von Richthofen brinca com o conceito de verdade no Amazon Prime

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Carla Diaz e Leonardo Bittencourt se jogam em A menina que matou os pais e em O menino que matou meus pais. Longas estreiam nesta sexta-feira no Amazon Prime Video

Cada vez mais somos apaixonados por crimes reais que saem das páginas policiais para as telas do cinema ou do streaming. Nos EUA, o gênero true crime é consagrado e, por aqui, começa a dar os primeiros passos. É por esse caminho que seguem A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais, filmes baseados no caso von Richthofen que estreiam nesta sexta-feira (24/9) no catálogo do Amazon Prime Video.

Os filmes são baseados nos autos do processo, especialmente nos depoimentos de Daniel Cravinhos (A menina que matou os pais) e Suzane von Richthofen (O menino que matou meus pais), réus confessos, condenados e presos pelo assassinato dos pais dela, Marizia e Manfred von Richthofen, crime que chocou o país em outubro de 2002.

Os dois longas tratam do mesmo crime sob pontos de vistas diferentes, o que nos leva a crer nas duas verdades ー é interessante o exercício de ver os dois filmes duas vezes em ordens diferentes e constatar o estranhamento de não saber bem onde está o conceito de verdade. O que muda não é somente quem está contando. O início é o mesmo ー o começo do namoro de Daniel e Suzane, três anos antes do crime. O desfecho também. E é provável que, se você está vendo o filme, o conheça. As diferenças ー sutis e gritantes ao mesmo tempo ー estão no meio, nos detalhes de como Suzane e Daniel lembram da mesma passagem e, principalmente, na reação de cada um deles ao crime, da concepção ao fato consumado.

Daniel e Suzane não são dois personagens na dobradinha A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais. São quatro. E os atores Leonardo Bittencourt e Carla Diaz são muito mais do que quatro. Múltiplos, eles dão um salto na carreira e daqueles sem rede de segurança, durante o qual a plateia prende a respiração e explode no aplauso final. No papel de Marísia von Richthofen, Vera Zimmermann também aparece luminosa em filmes nos quais a fisionomia dos protagonistas fica cada vez mais pesada.

Caminho perigoso

Adaptar um crime como o assassinato dos von Richthofen não é tarefa fácil. Ainda mais se estamos falando de uma ficção. O caminho escolhido pelo diretor Maurício Eça e pelos roteiristas Ilana Casoy e Raphael Montes era cheio de obstáculos. A glamourização era um deles, certamente. Mas o trio é esperto e foge a essa armadilha quase sempre. É claro que o início do namoro adolescente de Daniel e Suzane é fofo. Mas alguns diálogos já dão pistas de que algo está errado aqui ou ali.

Embora A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais sejam baseados em autos do processo judicial que condenou Suzane von Richthofen e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos (Allan Souza Lima) à prisão, não estamos diante de um julgamento. Estamos diante de um intrigante quebra-cabeças de um crime que sabemos quem matou, mas não sabemos o porquê e de um jogo interessante entre verdades que podem até se transformar, juntas, numa verdade única.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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