Fernanda Paes Leme sobre desafios na carreira: “Sou artista. Apresento, atuo, sapateio…”

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Mais conhecida pela carreira de atriz, Fernanda Paes Leme se destaca como apresentadora em dois programas do GNT

Desde o início de maio, a atriz e apresentadora Fernanda Paes Leme assumiu mais um desafio: comandar o programa Missão design, uma competição entre designers para criar um cômodo dentro de um contêiner com uma verba limitada. O objetivo é inspirar o consumo consciente, algo que Fernanda também faz em seu outro programa do GNT, o Desengaveta. Ao Correio, ela fala sobre sobre feminismo, carreira, sustentabilidade e as duas atrações, que são um sucesso no canal — Missão design impulsionou em 30% a audiência do GNT logo na primeira semana.

Entrevista / Fernanda Paes Leme

Você ficou conhecida na televisão no seriado Sandy & Junior e depois emendou novelas, séries e filmes. Como, lá atrás, você decidiu que gostaria de ser atriz?
Sempre fui extrovertida, desde pequena. Aos 7 anos, apontei para a TV e disse para os meus pais que gostaria de estar ali. Só aos 9 anos meu pai viu que eu não ia desistir e me levou numa agência de publicidade. Comecei assim, fazendo comerciais, até que aos 15 anos, entrei no seriado. Foi ali que tive certeza de que aquele ofício era tudo que sempre quis.

Você está longe das novelas desde Salve Jorge para se dedicar à carreira de apresentadora. Em que momento você percebeu que queria seguir esse outro caminho?
Quando o Boninho me chamou para apresentar o SuperStar com a Fernanda Lima e o André Marques, não entendi muito bem o porquê de chamar uma atriz para aquele papel. Eu adoro ser desafiada, o programa era demais e topei. Ele disse para eu ser eu mesma… E levei isso a ferro e fogo. Me diverti muito apresentando a sala da interatividade no programa. Fui super- elogiada e depois veio o convite do GNT para apresentar o Desengaveta. Abriu o leque, sabe, e eu aproveitei.

Você tem vontade de voltar a atuar ou agora está dedicada ao ofício de apresentadora?
Sou artista. Apresento, atuo, sapateio… (risos) Só não sei cantar… Pelo menos ainda não! Então, o que eu tiver vontade de fazer, o que fizer eu me sentir desafiada… Eu farei.

Crédito: Estar Comunicação/Divulgação

Em maio, você estreou um novo programa, o Missão design. O que pode contar sobre a atração?
É uma competição leve, divertida, com participantes muito criativos. Não é mais um programa de decoração do canal. Mostraremos que é possível decorar bem e ter consciência, ressignificar peças usadas, construir, você mesmo fazer algo incrível para sua casa.

Ainda neste ano você estreia a terceira temporada de Desengaveta. Como tem sido estar à frente do programa e o que você aprendeu ao longo dessas temporadas com a atração?
O Desengaveta acendeu ainda mais o propósito que já existia em mim de que podemos, sim, viver sem excessos. É claro o que mostramos ali, fazendo os famosos desengavetarem, é que temos mais do que usamos e o que não serve mais pra você pode ser um tesouro para outra pessoa. Discutimos o que é excesso para cada um e isso tem incentivado muitas pessoas que assistem ao programa a fazer o mesmo em casa. Em vez de comprar uma roupa nova, por que não trocar aquela roupa que você já está enjoada por outra de uma amiga que também já enjoou da roupa dela? Eu passei a investir muito mais em peças atemporais, ter menos e usar mais e de um jeito melhor aquilo que eu tenho.

Muito tem se falado de feminismo e empoderamento feminino, e você é uma das artistas que falam bastante sobre o assunto. Como você enxerga a situação da mulher hoje, principalmente, no audiovisual?
O movimento feminista luta por igualdade de direitos, oportunidades e muito tem se falado sobre isso hoje em dia, o que é muito bom e, principalmente, necessário. Muita coisa já mudou? Já! Mas muito ainda precisa ser feito. O machismo cultural ainda coloca a mulher numa posição inferior, exige muito mais dela. Eu fico muito feliz quando assisto ao Saia justa, por exemplo, e vejo aquelas quatro mulheres que eu admiro falando sobre a importância do feminismo… Assim surge o diálogo entre as pessoas que estão lá assistindo, assim surgem iniciativas para se discutir o machismo no mercado de trabalho. No audiovisual, são poucas mulheres diretoras, produtoras, roteiristas que conseguem crescer e ser reconhecidas. Representatividade é essencial. E união, também. E acredito que unidas e falando muito e sempre sobre isso, vamos mais longe.

Você é uma pessoa que sempre fala também de consumo consciente e sustentabilidade. Para você, qual é a importância, de como pessoa pública, abordar esse tipo de assunto?
É dar uma voz mais alta para um assunto quem nem todos gostam ou querem falar. Os dois programas que eu faço abordam esse tema. É muito estimulante poder plantar uma sementinha na cabeça das pessoas. Fazer com que elas mudem os hábitos. Estou aprendendo também. Abrir esse diálogo é fundamental para o futuro do nosso planeta.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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