Fábio Beltrão reflete sobre participação em A ponte

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Apesar de não concordar com o final de reality show, o ator Fábio Beltrão tira lições da participação de A ponte

O ator Fábio Beltrão chegou de mansinho ao reality show A ponte, em cartaz na HBO. Mas a participação dele foi crescendo e ele acabou a competição como um dos protagonistas do programa, seja como um incansável trabalhador, seja insistindo que seria um bom líder e mereceria uma chance de ocupar o posto.

A ponte reúne um grupo de 12 famosos e anônimos numa casa no meio da floresta sem nada de luxo e tendo que administrar uma despensa escassa e o frio. Sem saber, eles recebem a missão de construir uma ponte até a outra margem, usando material dado pela produção e improvisando com elementos que estão na natureza. Se não bastasse a nada simples meta de fazer a ponte, eles tinham que enfrentar o desafio de ter ali gente que nunca viram e de várias profissões.

“Quando foi lançada a missão da construção da ponte eu me senti extremamente desafiado e empolgado. Eu sou um cara muito competitivo e gosto de desafios. Não descanso até concluir. Lidar com a fome e a intensidade do trabalho foi um desafio absurdo. Mesmo sendo adepto do jejum intermitente que faço há anos, ficar de barriga praticamente vazia trabalhando pesado gera uma exaustão absurda. Uma possível eliminação também mexe com todo mundo e deixa o clima tenso em vários momentos. É complicado dormir sem saber se no dia seguinte ainda estaria lá”, relembra Fábio.

O ator elege como o melhor momento dele o retorno da primeira missão de eliminação: “Eu tinha 33,33% de chance de sair logo no terceiro dia e, com certeza, foi um momento muito importante dentro do jogo”. Já o mais decepcionante foi o desfecho, pois a decisão de tomada por quem venceu o reality não agradou Fábio. “Foi um absurdo tão grande o que aconteceu ali que gerou uma revolta instantânea. Mas, graças a essa atitude tão baixa, a minha garra e meu comprometimento ganharam ainda mais força e reconhecimento por parte do público”, completa.


Logo no início do programa, houve uma separação entre os homens e as mulheres e elas chegaram a se queixar de que não eram ouvidas pelos homens. Com o tempo, isso foi se dissipando um pouco e algumas das meninas conseguiram o respeito do time masculino. “Em qualquer lugar que eu vou, vejo roda de homens e roda de mulheres. É a coisa mais natural do mundo. Em nenhum momento isso aconteceu por questões de machismo. Inclusive, isso aconteceu em alguns momentos e não o tempo todo”, explica o ator. Mesmo assim, a atriz Danielle Winits saiu do jogo apontando que machistas não passariam em branco e não venceriam o programa. “Acho que temas importantes como esse devem ser tratados com respeito e com fundamento”, pondera Fábio.

Uma luta que moveu Fábio nas relações interpessoais foi a disputa pela liderança. O ator conta que tem um espírito de liderança natural e que gostaria de ver a equipe mais focada na produtividade. Além disso, ele ressalta que não tinha um lado que privilegiaria um outro participante.

O final de A ponte não foi bem como Fábio imaginava ー não… você não saberá aqui exatamente o que aconteceu. Mesmo assim, houve lições tiradas da experiência. “Infelizmente a metáfora da ponte afundou no último episódio (risos). Poderia ter sido diferente, mas infelizmente só nos mostrou o que já vivemos hoje na sociedade: o ego, o trabalho não valorizado, a mentira e a ganância. Porém, analisando de uma outra forma, o final trágico gerou muita reflexão e acho que as pessoas aprenderam muita coisa e tiveram ótimos exemplos do que ser e, principalmente, do que não ser”, reflete. “Aprendi que preciso montar a ponte da minha vida com módulos firmes e selecionar muito bem quem irá atravessar por ela, porque de nada adianta chegar lá e permitir que pessoas ruins atravessem junto com você”, filosofa.

Entrevista // Fábio Beltrão

Enquanto algumas pessoas, como você, estavam bem focadas no objetivo de construir a ponte, outros participantes estavam também querendo socializar ou até mesmo namorar. Isso te deixava irritado?
De forma alguma. O programa tem como objetivo a construção da ponte e as relações sociais também são muito importantes. Obviamente, se um casal resolvesse ficar namorando na hora do trabalho eu ficaria irritado como em qualquer ambiente de trabalho no mundo, afinal o objetivo do programa era a construção da ponte e isso deveria ter sido o foco de todos ali.

Como foi estabelecer intimidade de cara com pessoas até então desconhecidas? Afinal, vocês dormiam, dividiam banheiro, ficavam 24 horas uns com os outros…
A convivência é muito complicada, eram pessoas muito diferentes de mim e algumas eu demorei mais para conseguir estabelecer uma conexão, o que é completamente normal. Como estávamos isolados, sem nenhum tipo de interferência de outras pessoas ou telas, acaba que nos acostumamos com as pessoas mais rapidamente.

Você ficou amigo de algum dos participantes? Encontrou alguém fora do jogo?
Naturalmente pessoas do Rio de Janeiro eu acabo tendo mais contato, como o Arthur, e até mesmo a Polly, que ainda não encontrei mas já falei bastante no privado, assim como a Dani Winits. Badauí, Boa e Claudinha também são pessoas que, mesmo de longe, quero muito manter contato. Num geral eu não tive problemas com ninguém. Muito pelo contrário. Por ter passado a maior parte do tempo sem lado, eu estive com todos e levo um pouco de cada um comigo. Mas é óbvio que uma pessoa em especial eu não quero ver nem pintada de ouro e vocês devem imaginar quem. (risos)

Participaria de outro programa similar, sabendo das dificuldades?
Com toda certeza. Sou movido a desafios e sem dúvidas desempenharia um papel muito importante como foi na ponte.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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