Em um mundo ligado pela internet, é cada vez mais frequente a produção de conteúdos que estão perdidos em uma onda infinita de entretenimento. Naturalmente, nem tudo vale muito a pena, entretanto, outras são verdadeiros tesouros. E um desses diamantes mergulhado no YouTube é a série de documentários Explorer investigation, produzida pela emissora a cabo National Geographic e gravada em várias partes do mundo.
No Brasil, cinco episódios da produção (de 20 minutos cada) estão disponíveis no YouTube. E vale muito a pena dar a chance ao quinteto. Racismo que mata, Intolerância LGBTI+ e Em nome de Deus são os três que foram filmados no Brasil. A legalização da maconha foi feito no Paraguai e o Liberdade de expressão foi realizado no México.
Nas produções nacionais, a apresentação é feita por Wellington Amorim, e o principal trunfo tem receita clara: contemporaneidade. A impressão que fica é que o documentário joga uma luz sobre temas que a população geralmente encara nos jornais todos os dias, de uma forma apática e pouco sensitiva.
Homofobia, racismo e religião são muito mais do que números em matérias trágicas, são temas que mexem com a vida, a personalidade e o cotidiano de milhões de brasileiros e merecem ser tratados com uma profundidade e realidade além do espaço comum. Amorim está nas ruas, falando com vítimas, parentes de vítimas, ao lado de movimentos. O tom é emotivo, contudo, a produção não se deixa cair no lugar comum do sensacionalismo, com aquelas trilhas sonoras expansivas e jogos de câmera com ângulos em close. Trata-se de um bom equilíbrio.
Vale citar também o quanto é perceptível uma profunda diferença entre o Explorer e outros documentários que atualmente existem no streaming. Enquanto Fyre festival: Fiasco no Caribe e Conversando com um serial killer: Ted Bundy, da Netflix, ganham atenção nas redes sociais, surpreende o quanto tais produções parecem ter um estilo engessado e superficial em relação ao que a película da Nat Geo apresenta.
Em síntese, a produção merece a atenção do público, e especialmente, merece se tornar uma referência de emoção e vida ao gênero, que frequentemente se limita a figuras históricas e populares.
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