Estão sendo injustos com ‘And Just Like That’?

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Popular produção da HBO enfrenta tropeços com o público, mas ainda não é hora de abandonar And Just Like That

A recente volta de And Just Like That às telas pela HBO para uma terceira temporada deixou a expectativa dos fãs em alta. O último ano prometeu — e entregou — algumas reviravoltas, e agora era hora de apresentar todas as novidades. Já no terceiro episódio, contudo, ficou claro que a nova linha narrativa não estava agradando muito os telespectadores. Virais pipocando nas redes sociais chegam a pedir o fim de And Just Like That, mas existe justificativa para um cancelamento tão prematuro?

De certa forma, sim. Mas, por outro lado, não.

Talvez o que mais incomode neste novo ano seja a confusa e irreal relação entre Carrie (Sarah Jessica Parker) e Aidan (John Corbett). Com um namoro meio a distância e, de certa forma, até tóxico, assistir à protagonista — que já foi uma referência em poder e independência feminina — se submeter a situações controversas é um balde de água fria para os fãs da produção.

Por outro lado, é importante ponderar que outras críticas à produção merecem limites. Não é justo encarar a homossexualidade de Miranda (Cynthia Nixon) como algo que a personagem de Sex and the City, nos anos 1990, consideraria improvável. Também parece extremo rejeitar as novas coadjuvantes que a série tenta apresentar como inadequadas. Pelo contrário: cada vez mais, Seema (Sarita Choudhury) e Lisa (Nicole Ari Parker) se encaixam na história e têm enredos relevantes.

O complicado contexto de And Just Like That

Talvez algo esquecido, mas importante de se considerar, seja o contexto histórico de And Just Like That. Um detalhe tão negligenciado que é possível imaginar que sequer tenha surgido na mente de Darren Star e Michael Patrick King quando decidiram apostar na produção: fãs, geralmente, são exigentes e difíceis de agradar.

O fato de And Just Like That ser uma continuação de Sex and the City torna tudo muito mais complexo. A série dos anos 1990 se tornou um marco da TV por ser vanguardista na representação da liberdade sexual feminina e da comunidade LGBTQIA+ nas telas.

Em 2025, todavia, os temas que permeiam a vida de Carrie são outros — ou, pelo menos, deveriam ser —, e não algo tão superficial e repetitivo como uma “relação à distância”. Por esse lado, And Just Like That tropeça, sim. Há uma dificuldade visível de amadurecimento.

Por outro lado, críticas vazias e superficiais por parte de telespectadores saudosos de Samantha (Kim Cattrall) são injustas e equivocadas. O universo de Sex and the City nunca mais existirá — vale sempre esse lembrete —, e, se alguém não consegue encarar essa realidade, talvez seja realmente a hora de largar a nova versão.

Em síntese, existe, sim, muita injustiça com And Just Like That, que não é tão ruim quanto a pintam, só porque não conseguiu ressuscitar Sex and the City.

Ronayre Nunes

Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). No Correio Braziliense desde 2016. Entusiasta de entretenimento e ciências.

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