*Colaboração de Ailim Cabral
Comecei a assistir Grey’s anatomy quando eu tinha 14 anos, no ano em que começou a passar no Brasil, em 2006, um ano depois da estreia nos EUA. Na época, preparava lanches e ficava na frente da TV esperando começar. Eu não me movia e nem falava com ninguém enquanto o episódio não acabasse.
O vício continuou e 12 anos — e MUITAS lágrimas e crises existenciais — depois eu continuo assistindo e amando muito. Já assisti desde o começo umas dez vezes e, no momento, estou na sexta temporada de novo, acompanhando minha madrasta, chorando e rindo sabendo o quanto ela ainda vai sofrer. No episódio da morte do George ela saiu do quarto chorando, brigou comigo e disse que não ia assistir nunca mais.
Tenho, inclusive, uma frase dita pela rainha imortal Meredith Grey tatuada. Ficando claro o meu nível de amor por esse seriado, vamos falar sobre o episódio 300 de Grey’s anatomy que passou essa semana no Brasil (e terá uma reprise neste domingo), mas foi exibido em 9 de novembro nos EUA? E ah, se ainda não ficou claro, alerta de spoiler, né gente?!
O episódio foi escrito por Krista Vernoff, que escreve a série junto com Shonda Rhymes, criadora do show, e que esteve muito presente nas primeiras temporadas. No Twitter, ela revelou que o episódio foi escrito, dirigido, produzido e editado por mulheres, o que reforça a linha feminista e de empoderamento que todos os seriados da Shondaland (produtora da Shonda, que tem atrações como How to get away e Scandal) têm seguido.
Krista já tinha prometido pelas redes sociais que o episódio seria emoção atrás de emoção e que traria homenagens a toda a história, de uma forma geral. No início, Mer aparece em uma balsa, barcos pelos quais Derek “had a thing”, a touquinha que ele usava para operar e que hoje é usada pela viúva enfeitada por balsas. Ela olha para cima com uma expressão de paz e sorri.
Depois, conversando com Alex, ela diz que estava falando com o marido sobre a indicação ao prêmio Harper Avery e que ele estava com ciúmes, uma vez que nunca chegou a ser indicado. Os dois são os únicos que restaram da turma de internos do início do seriado.
Falando em internos, a nostalgia continua quando a nova turma de internos aparece conversando em um corredor no subsolo do hospital e onde Alex, Mer, Izzie, George e Cristina costumavam ficar.
Os médicos recebem no hospital pacientes que estavam em um acidente em uma montanha-russa e os três pacientes que Alex e Mer tratam são uma espécie de gêmeos dos amigos que se foram, Izzie, George e Cristina. E ah, eles são residentes de medicina. A palavra “seriously” que durante as primeiras temporadas era repetida exaustivamente, principalmente pela Izzie, também reaparece no episódio.
Os personagens que fazem referência ao George e a Cristina estão presos em um carrinho da montanha-russa e a remoção de um pode afetar o outro, o que remete a um caso médico icônico mostrado no episódio Into you like a train, o sexto da segunda temporada.
A paciente que se assemelha a Izzie Stevens está grávida e desmaia. Ela é imediatamente segurada por Alex, que a carrega da mesma forma que carregou Izzie no episódio da morte de Danny.
Amelia Shepperd, irmã do nosso amado McDreamy trata um paciente com lesões na cabeça e exige que seja feita uma tomografia, exame que poderia ter salvo a vida de Derek. No episódio, Mark, melhor amigo de Derek e Lexie, irmã da Meredith também são citados.
No fim, Mer ganha o Harper Avery, mas não foi recebê-lo pois deu prioridade aos pacientes. Ela assiste a cerimônia da sala de cirurgia — não poderia ser diferente — cercada pela família e quando olha para a galeria vê a mãe, a lendária Ellis Grey.
O episódio traz várias músicas que marcaram todos os fãs de Grey’s. Chasing cars, música que eu não consigo escutar sem chorar, tocou mais de uma vez e a trilha sonora ajudou a criar o clima de nostalgia.
Algumas pessoas disseram que o episódio chegou a ser brega, mas ele é praticamente uma carta de amor aos fãs e a história do próprio seriado. A questão é que um seriado que se mantém por 13 anos no ar, ainda assim conquista liderança na audiência e tem Ellen Pompeo, a intérprete de Meredith, que se tornou recentemente a atriz mais bem paga da televisão americana, merece toda essa breguice e romantismo.
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