Matheus Mazzafera: do YouTube ao Vídeo show

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Em entrevista, Matheus Mazzafera fala sobre a transição do YouTube para as telinhas, sobre o prazer que sente em entrevista e sobre a interação com os fãs. Confira!

Matheus Mazzafera tem o dom de deixar os entrevistados dele bem à vontade, seja em frente a uma webcam para o canal Hotel Mazzafera, seja em uma entrevista para o Vídeo show, programa no qual Matheus estreou como repórter.

“Ouço bastante das pessoas que minhas entrevistas são diferentes e os convidados apresentam um lado mais descontraído. Isso foi visto também quando fui convidado para integrar o Vídeo show. Um dos diretores foi quem disse que me achava talentoso e, claro, fico honrado sempre que lembro disso”, comenta o apresentador em entrevista ao Próximo Capítulo.

Sobre ser antenado com as novas tecnologias, Matheus acha que as produções em streamings ou no computador são um caminho sem volta: “Acho que um complementa o outro. Essa nova geração vem com tablet nas mãos”.

Ativo nas redes sociais, Matheus aproveita o espaço para militar a favor da comunidade LGBTQIAP+. “Isso é minha vida. Vou levantar a bandeira pela igualdade por pessoas como eu. Minha luta maior sempre vai ser pela comunidade LGBTQIAP+. Acredito que precisamos de representatividade, sobretudo num país, infelizmente, considerado um dos que mais mata homossexuais e trans. Se vemos cantores, atrizes, apresentadores que se assumem, com certeza, isso nos inspira, fortalece. A arte deve estar a serviço de questões sociais e, como comunicador, quero sempre reforçar assuntos assim, pois a mudança no mundo, acredito eu, começa antes em nós”, diz.

Matheus Mazzafera tem mais de 3 milhões de seguidores no YouTube

Leia entrevista completa com Matheus Mazzafera!

Você primeiro estourou no Youtube para depois ganhar mais espaço na TV aberta. Há alguns anos esse caminho era improvável. Acha que o espaço da internet já pode ser comparado ao da TV no entretenimento?
Acho que um complementa o outro. Essa nova geração vem com tablet nas mãos. Mas a TV, até hoje, é valorizada no Brasil, sobretudo por estarmos, também, num país em que as novelas, por exemplo, são muito aclamadas, além de serem uma das raízes da nossa cultura. Contudo, vale lembrarmos que existe um problema de inclusão digital porque o acesso à internet, por todo Brasil, ainda é uma problemática. É um custo alto fazer isso, então considero que estamos no início das descobertas do que será a internet futuramente. Além disso, a internet, com certeza, acaba trazendo novos nomes que não são tão famosos como alguns da TV, mas cada um para seu público. É possível construir uma audiência gigante hoje apenas com a internet. E, claro, a migração para a tevê, que amplia ainda mais a mensagem de sucesso dita na internet, é algo que considero bem positivo e, também, orgânico. Os dois meios se complementam e, para mim, se comunicam.

Como você vê a concorrência entre esses veículos?
Não vejo concorrência, vejo que estamos todos aprendendo a como unificar, como complementar um ao outro. O mundo está diferente. Temos novas descobertas a cada dia, e isso só reforça o quão juntos todos podemos estar em prol de uma informação mais bem apurada e de uma comunicação mais eficiente e inovadora. É um ganho para todos e, inclusive, para o telespectador.

Você é considerado um especialista em “celebridades”. A linha entre um trabalho bem feito e a fofoca nessa área é muito tênue. Como cuidar para que ela não seja ultrapassada?
Sou considerado um apresentador e, nessa condição, meu foco não é nas respostas dos meus entrevistados, e sim no conteúdo que pretendo oferecer em minhas conversas. Por isso acredito que “essa linha tênue” seja, na verdade, a forma como cada um olha para uma situação. Para mim, o que fiz desde o início da minha carreira, e quero seguir fazendo, é entrevistar, me comunicar, buscar levar o riso e a informação de qualidade.

Você estreou há pouco tempo num Vídeo show repaginado, lutando para voltar a ter audiência. Como seu trabalho pode contribuir nessa trajetória?
O Vídeo show é um programa de 35 anos no ar. Sempre foi meu sonho fazer parte dele e hoje acredito que posso somar ao time, porque um trabalho de equipe, como diz Michael Jordan, nos faz vencer campeonatos, ao invés de jogos. Acredito na união de todos os profissionais. O quadro que apresento me traz muitas alegrias porque vejo que tem tido uma boa repercussão com o público. A forma descontraída de informar é algo que faz parte de mim, e é assim que quero também contribuir igualmente na tevê.

Como a luta pela audiência influencia no seu trabalho? Há muita cobrança com relação a isso?
Busco fazer o meu melhor, ou seja, quero entreter e fazer entrevistas elaboradas, divertidas. Não acredito que o foco deva ser em quantidade de views, porque cada artista e, também, cada assunto, tem seu público. O que cada um quer ver em um determinado momento é o que interessa para essa pessoa, então quero trabalhar para produzir conteúdos diversos e atingir diferentes audiências.

O Hotel Mazzafera acaba de chegar a 3 milhões de inscritos. Como explica esse sucesso?
Fruto de muito amor, dedicação, ralação, noites sem dormir, horas extras. Estou colhendo o que plantei e continuo plantando. Nada vem do acaso. Acredito, também, que ter milhões de pessoas vendo o meu trabalho faz com que eu me sinta ainda mais inspirado em inovar e trazer assuntos que interessem a todos.

Como você interage com os fãs? Não deve dar para responder a todos…
Meu contato com os fãs é diário. Tanto pelas minhas redes sociais quanto pelo YouTube. Procuro todos os dias ficar umas duas horas conversando com eles pelo YouTube. Eles são minha base, fazem parte do meu sucesso e dessa história que venho construindo como comunicador.

Hoje em dia qualquer um acha que pode ser youtuber. Mas poucos se destacam. O que o diferencia de tantos outros?
Acho que todo mundo tem que ser autêntico e verdadeiro. Isso faz a grande diferença no YouTube. O que já foi feito, não dá para repetir, né? (risos). É preciso buscar novos caminhos, novas formas de abordagem. Outra coisa que considero super importante é tratar o público com verdade, fazer as pessoas se envolverem, voltarem, engajarem com você e com o conteúdo.

Como você começou a se interessar pelo mundo das “celebridades” e da moda?
Eu sou formado em moda. Quando fiz faculdade, achei que era isso que me motivava, mas na própria universidade descobri que o que me cativava era o entretenimento. Eu gosto mesmo é de me comunicar, de entrevistar, seja a pessoa celebridade ou com uma história de vida interessante. Gosto de gente criativa e que possa somar com boas ideias e diálogos construtivos.

Você acaba conseguindo afirmações íntimas de famosos em suas entrevistas. Como deixa os convidados tão à vontade?
Em uma das minhas entrevistas na Globo, falando com um diretor, ele me fez o mesmo questionamento. Cheguei a pensar que acharia que sou “um amigo de celebridades” e por isso estou sempre rodeado delas, que se sentem à vontade, mas esse é meu trabalho, minha forma de me comunicar, o que acredito que funciona. Inclusive, ouço bastante das pessoas que minhas entrevistas são diferentes e os convidados apresentam um lado mais descontraído. Isso foi visto também quando fui convidado para integrar o Vídeo show. Um dos diretores foi quem disse que me achava talentoso e, claro, fico honrado sempre que lembro disso.

O que você perguntaria a Matheus Mazzafera se ele fosse a seu canal?
Quais são seus novos sonhos? Porque os que você tinha, muitos, foram alcançados. O que vem por aí?

Sua carreira começou na moda, como produtor. Ainda tem ligação com esse universo?
Amo moda, porém apenas como apreciador. Sou fashionista e vou morrer sendo, mas por hobby.

Você se assumiu homossexual numa entrevista e vem falando dessas questões em várias entrevistas. Qual a importância no combate a preconceito tem atitudes como essa?
Isso é minha vida. Vou levantar a bandeira pela igualdade por pessoas como eu. Minha luta maior sempre vai ser pela comunidade LGBTQIAP+. Acredito que precisamos de representatividade, sobretudo num país, infelizmente, considerado um dos que mais mata homossexuais e trans. Se vemos cantores, atrizes, apresentadores que se assumem, com certeza, isso nos inspira, fortalece. A arte deve estar a serviço de questões sociais e, como comunicador, quero sempre reforçar assuntos assim, pois a mudança no mundo, acredito eu, começa antes em nós.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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