Atriz, bailarina, jornalista, apresentadora. É difícil usar apenas uma palavra para definir Marcela Monteiro. Atualmente apresentando e fazendo reportagens para o Vídeo show, Marcela começou com Soldadinha do programa de Xuxa e não parou mais.
Dedicar-se ao público infantil novamente é um desejo de Marcela. “Ainda acho que estamos em falta com o público infantil na tevê aberta. Adoraria emplacar um projeto nessa área”, sonha.
Enquanto isso não acontece, Marcela continua se divertindo — como ela mesma confessa — no Vídeo show. O programa proporcionou a ela encontros que não saem da memória dela, como com Marcos Caruso e Roberto Carlos. “A ficha caiu e as perninhas até tremeram”, lembra sobre o bate papo com o Rei logo após um show dele.
Lembra das várias mulheres em uma só? “Cada uma tem um espaço especial no meu coração, na minha vida. Cada área que atuei me ajudou a formar a profissional que eu sou hoje”, finaliza Marcela. Ou seria Marcelas?
O início da sua carreira foi ao lado de Xuxa e depois você atuou em espetáculos infantis. O público infantil é muito diferente do adulto?
Sim! Cada um tem suas características próprias, cada um recebe o conteúdo de uma forma. E eu gosto desse desafio, de entender o que é interessante para cada público em determinado momento. Eu tinha 12, 13 anos quando comecei a trabalhar com a Xuxa e era uma grande diversão, mas ali eu já comecei a perceber essas sutilezas. Foi um aprendizado enorme, um grande contato com a televisão, com a forma como tudo funcionava. Ainda acho que estamos “em falta” com o público infantil na tevê aberta. Adoraria emplacar um projeto nessa área.
Sofre algum tipo de preconceito por ter começado como Soldadinha da Xuxa?
Nenhum. Na verdade é sempre muito carinhoso o encontro com profissionais que me viram à época e me reencontraram anos depois nos estúdios. Sem falar do público, pois quem lembra e reconhece manda sempre mensagens lindas, acho que tem uma memória afetiva bacana envolvida aí. Eu era muito novinha, então estudei, me desafiei, cresci e eles me acompanharam nessa caminhada.
Como você se enveredou para o lado da reportagem, primeiro no Mais você e, depois, no Vídeo show?
Eu entrei no teatro para buscar um maior aprendizado sobre corpo, postura, voz. A ideia era usar esses conhecimentos na minha carreira como apresentadora. Queria estar mais preparada quando aparecesse uma boa oportunidade. E isso aconteceu quando fui trabalhar na Rede Vanguarda, afiliada da Rede Globo em São Paulo. Eu fui para lá apresentar um programa de entretenimento chamado Vanguarda mix. Saía para gravar com um câmera e aprendi um pouco de tudo: direção, luz, áudio, edição. Depois de dois anos de muita dedicação, essa experiência seguiu me abrindo portas. Fui convidada para passar um tempo no Mais você. As equipes nos Estúdios Globo foram conhecendo melhor meu trabalho como apresentadora e no ano seguinte veio o convite para entrar para o grupo do Vídeo show. Programa que me faz muito feliz há 4 anos.
No Vídeo show você já passou por momentos de saia justa? De quais você mais se lembra?
Não diria uma saia justa, mas tem um fato que me marcou muito. Quando ocorreu o acidente com o avião da Chapecoense eu tinha acabado de chegar em São Paulo para fazer outra matéria. Soube das primeiras notícias, mudamos o roteiro e seguimos direto para a Berrine (emissora em SP). O clima, claro, era de muita tristeza. Eu fiz três entradas ao vivo no Vídeo show, apurando os fatos na hora, conversando com jornalistas e atualizando os telespectadores. Foi difícil conter a emoção e seguir firme na frente da câmera. Sou jornalista, preciso manter uma imparcialidade no ar, mas também sou ser humano e diante de uma tragédia como aquela fica praticamente impossível não se abalar.
Sobra tempo para “tietar” os entrevistados?
Quando entrei no Vídeo show, eu tinha em mente que precisava conhecer os artistas primeiro, conquistar o respeito e confiança deles. Então, não podia chegar tietando, não havia muito espaço para isso. Mesmo quando eu estava diante de profissionais que eu admirava. Um exemplo que gosto sempre de falar envolve o Marcos Caruso (risos). Depois de muitos anos encontrando e gravando com ele, um dia eu confessei: Assisti à peça Intimidade indecente seis vezes ! Já estava ficando sem amigos para me acompanhar! (risos) Ele riu, ficou feliz, perguntou sobre minhas idas ao teatro e seguimos conversando sobre peças, arte, parcerias. Privilégio meu um papo como este.
Algum entrevistado do Vídeo show te deu frio na barriga na hora de entrevistar?
Roberto Carlos! Eu sempre fui muito fã, então quando fiz minha primeira entrevista com ele, foi emocionante! Aconteceu logo depois de um especial do Roberto, ao lado do palco mesmo, assim que ele encerrou o show. E ele foi extremamente gentil e generoso. Na hora, eu estava tão concentrada, procurando deixar ele à vontade, prestando atenção na luz, no áudio, na câmera, nas perguntas e respostas, que não sobrou muito espaço para “o nervosismo”. Mas, quando acabamos, eu agradeci, ele se despediu e eu o vi virando e indo embora. A ficha caiu e as perninhas até tremeram (risos).
Você trabalha num programa sobre a tevê. A que você mais gosta de assistir?
Sou bem eclética, gosto de ver o que as pessoas estão fazendo na área. Se é bem feito, de qualidade, eu paro para assistir, sim. Isso vai de programas de viagem, realities musicais, comédias, novelas, séries, até o jornalismo. Falando em séries House of cards, Homeland, Modern family me fizeram grudar na tela, por exemplo. E sem querer “puxar a sardinha” para o nosso lado, mas já puxando, as novelas brasileiras são as melhores (risos).
A jornalista, a bailarina e a atriz conseguem conviver? Como guardar espaço para cada uma delas?
Elas convivem muito bem dentro de mim. Cada uma tem um espaço especial no meu coração, na minha vida. Cada área que atuei me ajudou a formar a profissional que eu sou hoje. Fui agregando conhecimentos, experiências, então elas me preenchem e compõem a Marcela que vocês veem todos os dias no Vídeo show.
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