Com mais de 20 anos de carreira, o ator Dalton Vigh, 53 anos, vive um novo momento na carreira. Após um longo período na Globo, o contrato do carioca acabou — o último trabalho lá foi em Liberdade, liberdade (2016) — e ele aceitou um convite para retornar ao SBT, onde interpretará um vilão na novela As aventuras de Poliana, que estreia em 16 de maio, às 21h.
Essa é a volta do artista à emissora que o projetou em 1998, quando deu vida ao primeiro protagonista, o personagem Tomás Álvares Toledo na novela Pérola negra. Ao longo da trajetória na tevê, ele se destacou ainda em atrações como O clone, O profeta e Salve Jorge. Ao Correio, Dalton Vigh falou sobre a nova fase. Confira!
Depois de 20 anos, você retorna ao SBT. Como se deu esse retorno à emissora?
Fui convidado. Eles ficaram sabendo que meu contrato com a Globo tinha terminado e me chamaram pra fazer uma leitura para a personagem. Como correu tudo bem, acertamos. Estou achando ótimo.
Você será protagonista de As aventuras de Poliana. O que pode contar sobre o seu personagem e sobre a novela?
Na verdade, ele é o antagonista, um dos vilões da história. É um homem muito poderoso, dono de várias empresas e vários negócios, que é um pouco desencantado com a humanidade por conta do trauma de ter perdido a filha e a mulher. Na verdade, a mulher o abandonou.
Em Pérola negra, no SBT, você viveu o seu primeiro protagonista. Que recordações guarda dessa época e o que essa experiência lhe ensinou?
Eu guardo muitas lembranças de Pérola negra, não só por ter sido o primeiro protagonista, eu já vinha de outros personagens importantes em outras tramas. Foi também o primeiro galã que eu fiz, ele era um galã não convencional e tinha humor, foi muito divertido de fazer. Tinha um clima de camaradagem, uma união muito grande entre o elenco e a equipe. Só tenho boas recordações dessa época. Está sendo legal voltar para o SBT também por isso, porque é um lugar que me marcou bastante profissionalmente e pessoalmente. Fiz bastantes amigos e gente que eu tenho no coração até hoje. Além de tudo, era uma novela que gravávamos bastante, eu e Patrícia de Sabrit, em média de 20 a 30 cenas por dia. Teve dias que a gente chegou a gravar 40 cenas. Já aconteceu de estarmos em todas as cenas do roteiro. Nesse ponto foi também uma boa escola para exercitar a prontidão, a memorização, foco e atenção.
Além do retorno às novelas, o ano de 2018 reserva outros projetos para a sua carreira. O que pode contar sobre o projeto A divisão?
A divisão é um filme que será transformado numa série. A gente já gravou a segunda temporada. Eu faço um deputado estadual que tem a filha sequestrada. Essa é a história que deu início à delegacia antissequestro do Rio de Janeiro.
Você tem experiência na tevê aberta e na fechada, no cinema e no teatro. Você tem alguma preferência por algum desses formatos? Acha que existe diferença na preparação para cada um desses meios?
Na verdade, eu não tenho nenhuma preferência, eu gosto tanto de cinema quanto de teatro e de televisão. A preparação, na verdade, é sempre a mesma, a gente estuda o personagem, a composição… O trabalho interno do ator é sempre o mesmo, o que muda é a forma que você vai interpretar esse personagem, o tom. No cinema e na televisão, você faz sempre uma coisa mais contida, buscando naturalismo. Já no teatro você sempre tem uma amplitude maior de gestos e o volume da voz também é maior. Então, são só adaptações técnicas. O processo de descoberta de composição do personagem é sempre o mesmo.
Na sua carreira você interpretou de mocinhos a vilões. O que busca na hora de interpretar um personagem?
Eu busco os personagens interessantes em histórias interessantes. Se é mocinho ou vilão, tanto faz. Eu acredito até que os vilões levam uma certa vantagem, porque, na hora de interpretá-los, temos mais liberdade para compor os personagens. Mas o que conta mesmo é como o personagem é construído dentro da história, o que acaba sendo o fator mais importante na hora de escolher um papel.
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