Entrevista com Juliane Araújo, a Ive, de Os dias eram assim

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‘É importante que a gente relembre nossa história para que ela não volte a se repetir’, define a atriz Juliane Araújo sobre a importância da temática da supersérie Os dias eram assim

Desde abril, a supersérie Os dias eram assim está no ar na Globo. A produção, que é exibida no horário das 23h, se passa na ditadura militar e conta a história de um amor conturbado entre Alice (Sophie Charlotte) e Renato (Renato Góes). Devido ao regime político e diversos contratempos, o casal se separa e volta a se reencontrar na segunda parte da novela, quando ambos já estão casados. O marido de Alice é Vitor (Daniel de Oliveira), que, nos mais recentes capítulos, começou a viver um romance com a secretária Ive, papel da atriz Juliane Araújo. Ao Próximo Capítulo, a artista contou sobre a experiência na supersérie, adiantou alguns detalhes da trama da personagem Ive e também relembrou seu início na televisão na novela aclamada Lado a lado.

Entrevista com Juliane Araújo

Como surgiu a oportunidade de fazer parte da trama da supersérie Os dias eram assim?
A série é mais do que importante, ela é necessária nesse momento político. É importante que a gente relembre nossa história para que ela não volte a se repetir. Fazer parte de projetos assim é maravilhoso, me convidaram para um teste e passei. Tem sido grandioso contar essa história.

A sua personagem Ive ganhou um destaque maior nos mais recentes capítulos da supersérie. Como foi o seu processo de preparação para viver a personagem? E qual você acha que será o impacto da personagem na trama?
Foi importante o estudo da época para que eu pudesse inserir a Ive nela. Fazer novelas de época têm esse peso e é necessário um estudo maior. Eu tive uma preparação rápida com o preparador da série, que me situou e foi sensível o suficiente pra me levar aos caminhos necessários e assisti todos os capítulos que já estavam sendo gravados. A caracterização também ajuda bastante. A Ive é uma mulher apaixonada que aos poucos descobre sua força e ela vai participar ativamente do desenrolar das tramas em que Vitor está envolvido.

Os dias eram assim é uma produção que abordou bastante a ditadura e questões políticas do país. Para você, qual é a importância de produções televisivas abordarem temas como esse?
É necessário que a gente aprenda sobre a nossa história, para que ela não se repita, até porque é um passado muito recente. Evoluímos muito e, em muitos poucos anos, mas por ser recente sempre corremos o risco de regredirmos. Produções assim, que tem o poder de chegar na casa de milhões de pessoas, é um forma de cumprirmos o papel principal de um artista que é questionar e instigar ao público a se informar cada vez mais. O período da ditadura, que é o pano de fundo da série, foi um dos períodos mais difíceis do nosso país. A conquista pelos nossos direitos foi árduo e batalhado, entendendo isso podemos dar mais peso as coisas que hoje em dia são mais orgânicas e participar ativamente das transformações ilógicas e sociais do nosso país. A série é um grande veículo de empoderamento.

Antes de Os dias eram assim você teve experiências em outras novelas. Trabalhar em tevê é uma preferência na sua carreira? Você tem experiência em outros meios como cinema e teatro?
Eu comecei no teatro muito cedo, eu estou no último ano da minha faculdade de artes cênicas e o meu plano inicial era ser professora de teatro. O leque se abriu, a profissão não restringe, pelo contrário, ela sempre se amplia. A tevê veio de uma hora para outra, mas é um veículo surpreendente, tenho aprendido muito. É tão difícil quanto. Cinema eu quero fazer mais, fiz um longa só. Cinema é uma coisa mágica, eu consumo muito e quero participar mais. Mas tenho tido excelentes oportunidades, trabalhado em produções e com pessoas que me acrescentaram muito nesses últimos anos. Só tenho a agradecer!

Crédito: Reprodução/Internet. Juliane Araújo em Lado a lado

Você esteve na novela Lado a lado, que ganhou, inclusive, prêmios. Qual foi a importância de participar dessa trama na sua carreira?
Lado a lado foi a minha primeira experiência na tevê. Eu aprendi em um ano o que não aprenderia em anos de cursos. O estudo é importantíssimo para sua base, mas a prática desse estudo é avassalador. A gente erra muito, o tempo todo e aprende muito com isso. Foi uma equipe que eu sinto muita falta e tenho grandes amigas até hoje. Os atores eram excepcionais, trabalhar com Isabela Garcia, que virou uma grande amiga, com Patricia Pillar, com Lázaro (Ramos)… E foi uma novela que cumpria muito bem a função de reviver uma das épocas mais importantes para a história do nosso país. Lado a lado rodou o mundo e sempre recebo mensagens de pessoas que estão assistindo ela por toda a parte. Foi lindo!

Como surgiu seu envolvimento com a atuação? O desejo de ser atriz sempre foi algo presente na sua vida?
Muito cedo, faço teatro desde os 8 anos e ser atriz foi consequência disso. Acho que o teatro é importantíssimo para o desenvolvimento de qualquer ser humano. O teatro teve uma função importante de construir meu caráter, minha disciplina e minha sensibilidade. Sou muito grata por viver disso hoje em dia.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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