É preciso se reinventar na TV, mas tem que ter cuidado!

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Atores e apresentadores adoram se reinventar. Mas nem sempre dá certo. Algumas carreiras deram uma guinada para o bem. Outras nem tanto…

A mesmice que assola a tevê brasileira faz muitas vezes um ator ou apresentador mudar de ares e se reinventar. O problema é que isso nem sempre traz resultados positivos. Ora dá certo, ora é um fiasco. E tem os que trocam o certo pelo duvidoso e depois querem voltar. Tem como?

Talvez o caso mais recente de reinvenção tenha dado em… nada! É que Marcelo Adnet estreou ano passado a primeira temporada do seu Adnight. Não deu certo. A segunda temporada veio batizada de Adnigth show ー a estreia até me convenceu (leia crítica aqui), mas logo o programa mostrou que era muito parecido com o anterior, o que não é nada bom. Em entrevista ao Próximo Capítulo, uma das redatoras do humorístico, Mayara Lepre (leia entrevista completa aqui), contou que partiram do próprio Adnet as “mudanças” do programa e que isso não teve a ver com a audiência da primeira temporada.

Se as mudanças no Adnight foram discretas, tem gente que deu uma guinada 180 graus e mudou completamente. É o caso de Fátima Bernardes, que deixou a sisuda bancada do Jornal Nacional e estreou o programa de variedades, Encontro com Fátima Bernardes. Se, no início, ela estava insegura, isso ficou para trás. Fátima é boa entrevistadora e está bem à vontade no comando do programa matinal.

No Adnight, a troca foi de seis por meia dúzia

O mesmo caminho foi percorrido por Patrícia Poeta e Zeca Camargo, que trocaram o jornalismo pelo entretenimento do É de casa, atração exibida nas manhãs de sábado. Mas, tadinhos!, eles até se esforçam (ele mais, é bem verdade), mas o programa não decola. Falta qualidade e, no caso de Patrícia, um tanto de carisma também.

O rótulo de ex-jornalistas (embora ninguém deixe de ter uma formação) acompanha Fátima, Patrícia e Zeca, apesar de eles estarem atualmente em outra praia. Mas reinvenção completa mesmo é quando a gente faz força para se lembrar de quando o ator fazia novelas. Ou alguém aí faz a ligação direta do nome do Tainha de O profeta (2006) ao de Rodrigo Faro?

Pois é. Faz quase dez anos que, em 2008, Rodrigo trocou a atuação pela apresentação do reality Ídolos. De lá para cá vieram O melhor do Brasil e A fazenda especial de verão. Há três anos, ele está no comando de A hora do Faro. A espontaneidade de Rodrigo o faz se destacar em uma emissora que tem apresentadores carimbados, como Xuxa e Gugu Liberato. O rapaz já colheu elogios até de Silvio Santos durante a entrega de um Troféu Imprensa.

Rodrigo Faro faz sucesso como apresentador

Outro ator que trocou os sets pela apresentação foi Marcio Garcia, que poderá ser visto em breve na reprise da novela Celebridade no Vale a pena ver de novo. A diferença é que Marcio nunca convenceu como apresentador ー nem como ator, vamos combinar. O game show dele, Tamanho família, não teve a terceira temporada confirmada nem cancelada, mas é tão estranho que faz a gente ter saudades do Gente inocente, maior sucesso da carreira dele. Curioso que, antes de Faro, quem apresentou o Melhor do Brasil foi justamente Marcio.

Reinvenção: Caminho sem volta?

Se servir de consolo para alguns, fica a dica: a reinvenção tem volta! Isso para os que mandavam bem antes de trocar de área, claro!

Caso de Pedro Bial. Experiente repórter, com coberturas histórias como a queda do Muro de Berlim no currículo, eis que Bial surge como apresentador do Big brother Brasil. Foram 14 anos à frente do reality, sempre dividindo a crítica entre os que não aceitavam essa troca e os que elogiavam a coragem de Bial e o modo que ele conduzia a atração. O público abraçou Bial e até hoje o BBB é cara dele.

Mas Bial cansou e, mais uma vez, mudou de ramo, provando que o caminho só é sem volta para quem não se garante! Em 2016, o jornalista deu uma passadinha pelo GNT, onde teve o Programa do Bial, espécie de ensaio para o ótimo Conversa com o Bial, que tem atualmente nas madrugadas da Globo. Vale a pena ficar acordado até mais tarde!

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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