“É lindo ver mulheres que se escolhem”, afirma Jeniffer Dias

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Atriz que protagoniza No ano que vem e estará de volta com Rensga Hits celebra o protagonismo feminino no audiovisual

Patrick Selvatti

Um dos maiores sucessos de crítica do momento tem sido a série nacional No ano que vem, em cartaz no Canal Brasil. Protagonizada por Julia Lemmertz e Jeniffer Dias, a produção, dirigida por Maria Flor, emociona o público ao contar, em cinco episódios, as histórias de Ana, de 59 anos, e Bel, de 29, com os seus encontros e desencontros na vida. Na trama, temas como etarismo, sororidade, crises conjugais, relacionamentos modernos e maternidade são abordados. Tudo sob a perspectiva feminina, com uma equipe 90% formada por mulheres.

Jeniffer Dias interpreta Bel, uma jovem preta que cresceu no subúrbio do Rio de Janeiro e mora com o namorado na zona sul carioca. Ela estudou gastronomia, mas não seguiu a carreira, e perde um filho sem nem ao menos saber que estava grávida, o que a faz repensar sua vida. Ela termina o namoro e tenta construir uma carreira como chef de cozinha. Para a atriz, que estreia como protagonista de uma série e também integra o elenco do sucesso Rensga Hits, do Globoplay, que retrata o sertanejo feminino, estar em um produto que enaltece as mulheres tem sido transformador.

“Que lindo é poder ver mulheres que se escolhem na tela. Mulheres que escolhem viver seus sonhos, e vontades. Porque historicamente vemos o oposto… Mulheres abrindo mão das suas coisas para cuidar, cuidar do outro. Então ver na tela mulheres juntas, se fortalecendo, se cuidado e se escolhendo é uma grande vitória”, celebrou Jeniffer, que, no ano passado, esteve na série biográfica sobre a vida do lutador Anderson Silva, Anderson Spider Silva (Paramount+) como Sandra, prima-irmã de Anderson, e em Mussum, o Filmis (Globoplay), maior estreia do cinema brasileiro em 2023 e o grande vencedor da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado. No longa, ela interpreta a primeira esposa do comediante e contracena com o noivo, Yuri Marçal, que vive o protagonista na fase jovem.

A atriz também comemora o protagonismo negro no audiovisual. “Vejo esse movimento acontecer, e é de uma felicidade!!! Que assim seja, e permaneça! Mas acho que aconteceu até tardiamente para o tanto de artistas negros poderosos, talentosos, que temos. A indústria audiovisual não é boba nem nada e percebeu que monetizamos, que somos uma grande audiência, e que não vamos mais consumir produtos que não nos vemos. Ou vamos consumir menos”, cravou Jeniffer. Entre seus outros trabalhos no audiovisual estão Vitória, primeiro filme original Globoplay, protagonizado por Fernanda Montenegro, com previsão de estreia para este ano; os filmes da Netflix Barba, cabelo & bigode e Ricos de amor, o longa Medida provisória, a série Segunda chamada, o curta Carne e as novelas Novo mundo e Malhação — Vidas brasileiras (otrabalho que trouxe mais visibilidade para atriz, em 2018).

Jeniffer Dias, atriz | Marcio Farias

ENTREVISTA | Jeniffer Dias

Nos seus últimos trabalhos, o protagonismo feminino e as pautas relacionadas à causa das mulheres dão o tom das narrativas. Para você, qual a importância de se amplificar essas falas?

Quando falamos sobre protagonismo feminino, estamos falando de avanço. Sempre! E é ainda mais importante quando o protagonismo é na frente e atrás das câmeras. Quando temos equipes femininas, mulheres que têm voz de comando, mulheres criadoras… Esse sim é o melhor dos mundos. Só de nos vermos nesses lugares já é importante por si só, porque estamos encorajando outras mulheres a viverem o audiovisual, além de estarmos contando nossas histórias com mais propriedade, falando de dentro pra fora. Agora como audiência, e trazendo a série No ano que vem, como exemplo: Que lindo é poder ver mulheres que se escolhem na tela. Mulheres que escolhem viver seus sonhos, e vontades. Porque historicamente vemos o oposto… Mulheres abrindo mão das suas coisas para cuidar, cuidar do outro. Então ver na tela mulheres juntas, se fortalecendo, se cuidado e se escolhendo é uma grande vitória.

O protagonismo preto também ganhou o devido espaço no audiovisual. Como enxerga esse movimento? Acredita que veio para ficar?

Vejo esse movimento acontecer, e é de uma felicidade!!! Que assim seja, e permaneça! Mas acho que aconteceu até tardiamente pro tanto de artistas negros poderosos, talentosos, que temos. A indústria audiovisual não é boba nem nada rs. E percebeu que monetizamos, que somos uma grande audiência, e que não vamos mais consumir produtos que não nos vemos. Ou vamos consumir menos.

O que o público pode esperar da sequência de Rensga Hits?

A temporada está linda demais. Não posso dar spoiler (rs), mas o público pode esperar uma grande produção. Com personagens mais ousados! E falando da minha Thamy, MUITO PODER vem aí! Um verdadeiro “Renaissance: by Thamy Vingadora” hahahaha. É o jeito que eu brinco com essa nova fase dela.

Como foi a troca com Julia Lemmertz na série?

A Julia, com toda sua generosidade, foi uma parceira sem igual, muito comprometida com seu ofício, me deu a mão e não largou. A gente fazia ligações para bater texto antes de gravar quase sempre. A gente de fato mergulhou! Dentre tantas coisas que aprendi, entendi que não importa os anos de profissão, ou o tanto de trabalho que a gente já fez, sempre vai existir aquele friozinho na barriga. E o que vai fazer a magia acontecer na hora do ação é: além do nosso nível de entrega e escuta, as conexões que estabelecemos antes.

Como é trabalhar ao lado do seu companheiro, Yuri Marçal?

É sempre muito divertido. O Yuri sempre tem uma piada na manga… (risos) Se trabalhar com o que ama é bom, agora imagina fazer o que ama com quem se ama?!

Você costuma fazer promessas de ano-novo?

Sempre! Faço listinha de metas, e mantenho minha cabeça positiva para virar o ano da melhor forma.

Patrick Selvatti

Sabe noveleiro de carteirinha? A paixão começou ainda na infância, quando chorou na morte de Tancredo Neves porque a cobertura comeu um capítulo de A gata comeu. Fã de Gilberto Braga, ama Quatro por quatro e assiste até as que não gosta, só para comentar.

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