O cenário drag vive seu melhor momento e mais uma prova disso é a estreia do programa Drag me as a queen nesta segunda-feira (20/11), às 22h, no canal E!. A atração foi produzida pela emissora e já é o primeiro programa brasileiro na tevê fechada sob o comando de três drags: Rita von Hunty, Penelopy Jean e Ikaro Kadoshi.
Apesar da estreia ser nesta segunda, o processo para a concepção de Drag me as a queen começou no ano passado. O canal E! promoveu em 2016 uma seleção para todas as drags queen do Brasil. Para isso, as interessadas deveriam enviar um vídeo respondendo algumas perguntas. A seleção contou com mais de 130 candidatas, que participaram de diversas etapas até o canal chegar ao número de três vencedoras. “Foram dois meses de teste, que foi uma jornada incrível. O teste em si já foi uma preparação para o que viria a seguir”, afirma Ikaro. As gravações tiveram início em fevereiro deste ano e, mesmo antes da estreia, uma segunda temporada do programa, que também será exibido para outros países da América Latina, está confirmada.
No programa, Rita, Ikaro e Penelopy são uma espécie de conselheiras das participantes. Em cada episódio, elas conhecem a história de uma mulher, que passará por um processo de autoaceitação por meio da figura drag, libertando a drag que está dentro de cada um. “É um reality que celebra e enaltece as mulheres. Neles, nós três servimos como coaching drags para 13 mulheres diferentes (uma por episódio) as ajudando a descobrirem suas divas interiores, que sim, existem”, explica Penelopy.
Drag me as a queen tem três etapas. Na primeira, as apresentadoras têm uma conversa com a participante em uma espécie de bar para entender os motivos que a levaram ao programa. A segunda etapa é o entendimento do que ela quer passar no palco, como o nome de drag e a escolha do figurino. E a última é quando a participante se monta como drag e fica pronta para uma apresentação final, que será assistida por amigos e familiares. “Nós não sabíamos o que esperar (quando as participantes chegavam), quais eram as inseguranças delas. Na verdade, acho que servimos como um espelho que reflete as inseguranças dessas mulheres. Esse é um programa que tem uma reflexão profunda. Apesar de ter uma modificação estética, ela é pano de fundo para a reflexão de dentro para fora. Não é um programa superficial, que dita moda. É um programa que usa a arte drag como terapia para modificar vidas — essa mesma terapia e arte que modificou as nossas. Tanto das mulheres que participam, quando de quem as rodeia, que poderão refletir como tratam as mães, as irmãs, as mulheres…”, analisa Ikaro.
Devido a toda essa profundidade do programa, as apresentadoras revelaram que, ao longo dos 13 episódios, aprenderam muito com as participantes e com a experiência em si, já que 85% da equipe do programa era composta de mulheres. “Posso dizer que exista uma pessoa pré-programa e outra pós. Uma coisa que aprendemos foi a escuta empática. É um programa de reciprocidade”, comenta Rita. Penelopy segue na mesma linha: “Acredito que nós aprendemos muito mais com cada uma delas do que o contrário. São histórias de vida incríveis e emocionantes. Mulheres guerreiras, batalhadoras, e que ainda sofrem e muito nas mãos da sociedade machista e hipócrita que vivemos. Vê-las desabrochar e se sentirem seguras de si após a transformação é sensacional”, completa.
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