Novela Amor perfeito estreia com a promessa de trazer leveza à faixa das 18h. Texto é de Duca Rachid, Júlio Fischer e Elísio Lopes
A dica está no título: a próxima novela das 18h, Amor perfeito, trará o mais nobre dos sentimentos à tona. E não estamos falando apenas de amor carnal. A trama de Duca Rachid (vencedora do Emmy de melhor telenovela com Órfãos da terra), Elísio Lopes e Júlio Fischer vai falar sobre diversos tipos de amor: materno, fraternal, entre amigos e, claro, o de casais apaixonados.
O ponto de partida de Amor perfeito é o clássico da literatura e do cinema Marcelino, pão e vinho. A história do menino abandonado numa igreja e criado por religiosos se repete na fictícia cidade mineira de Águas de São Jacinto e se passa entre as décadas de 1930 e 1940. Na telinha, Marê (Camila Queiroz) vai desafiar o pai, Leonel Rubião (Paulo Gorgulho), ao terminar o noivado com Gaspar (Thiago Lacerda), filho mais velho do prefeito Anselmo (Paulo Betti) e da primeira-dama Cândida (Zezé Polessa), para viver o grande amor ao lado do médico Orlando (Diogo Almeida).
Esse amor encontrará como principal obstáculo Gilda (Mariana Ximenes), madrasta de Marê. Quando Leonel é assassinado, Gilda arma para que Marê seja tida como culpada e vá presa. A vilã ainda inventa uma série de mentiras que fazem com que Orlando fuja para o Canadá. O que elas não sabiam é que Marê estava grávida. Quando Marcelino nasce, é separado da mãe sem que ela ao menos o veja e é levado para a irmandade dos clérigos, onde é criado. Amor perfeito dá um salto de oito anos, quando Marê está solta e à procura do menino, e o menino começa a mostrar interesse em saber quem é a mãe dele.
“A primeira ideia veio do livro, que tem uma história preciosa. Mas ele não tinha essa estrutura de folhetim. Isso a gente acrescentou. No livro, por exemplo, Marcelino sabe que a mãe morreu. Mas nós achamos melhor deixar a mãe viva e o procurando. Além disso, ampliamos a ordem dos franciscanos para agregar várias ordens”, afirmou Júlio Fischer, em coletiva de lançamento da novela.
Camila Queiroz destaca que, como Marcelino foi tirado de Marê logo ao nascer, esse sentimento de maternidade aflora aos poucos na personagem. “Essa busca pelo menino é o que ela tem de mais forte na vida. Ela vai se descobrindo mãe quando reencontra Marcelino, mas o amor sempre existiu”, defende a atriz. Ela revelou que a cena do primeiro encontro dos dois já foi gravada e que não conseguiu conter a emoção na sequência.
Um dos principais cenários da novela será a igreja onde Marcelino (Levi Asaf) é criado. “São padres aposentados de diversas ordens que se dedicam ao menino com amor e alegria. Essa interação geracional é muito interessante e traz um rearranjo familiar entre Marcelino e os religiosos”, ressalta Duca Rachid. Fazem parte da irmandade os dominicanos frei Severo (Babu Santana), frei João (Allan Souza) e frei Tomé (Tony Tornado), o franciscano frei Leão (Tonico Pereira), o jesuíta padre Diógenes (Chico Pelúcio) e o salesiano padre Donato (Bernardo Berro).
Lado social
Duca Rachid afirma que o amor será o grande motor da novela, mas avisa que ela e Júlio Fischer não deixarão de lado um retrato social trazido pelo fato de Marê ser branca e Orlando, negro, e pela diversidade dos religiosos. “Orlando era um médico negro. Essa ascensão do negro sempre existiu no Brasil, mas foi apagada pela hegemonia do Sul e do Sudeste entre os que contam a história do país. Queremos mostrar esse Brasil das décadas de 1930, 1940 com esses problemas também”, avisa.
“Vamos colocar luz num povo geralmente representado ocupando outro lugar no audiovisual brasileiro. Há a intenção de mostrar o racismo, mas também de igualar os lados. Quando o racismo acontece, os personagens não baixam a cabeça, eles respondem, lutam, se posicionam. A novela é de época, mas trazemos referências, como Djamila Ribeiro e Heitor dos Prazeres”, completa o diretor André Câmara.
O elenco de Amor perfeito ainda traz nomes como Antônio Pitanga, Carmo Dalla Vecchia, Carol Castro, Daniel Rangel, Isabel Fillardis e Lucy Ramos, entre outros.