Disque amiga para matar, a série que você deveria estar assistindo

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Lançada em 3 de maio na Netflix, a produção acerta ao ser um híbrido equilibrado de drama com comédia. Confira crítica de Disque amiga para matar

Assim pelo nome em português é difícil querer assistir a série Disque amiga para matar, que entrou em 3 de maio no catálogo da Netflix. Mas apegue-se ao título original, Dead to me (Morto para mim, em tradução livre), que tem muito mais a ver com a história do seriado e dê uma chance a dramédia.

A produção acompanha a amizade de duas mulheres Jen Harding (Christina Applegate) e Judy Hale (Linda Cardellini), que se conhecem em um grupo de apoio para pessoas que estão de luto, quando Jen decide ir a uma reunião para tentar lidar com a morte repentina do marido, que morreu na rua após ser atropelado e não contar com o socorro do motorista. A partir daí, as duas criam um laço, que é, ao mesmo tempo, bonito e estranho, em que se apoiam para superar diferentes tipos de luto.

Logo nos primeiros minutos de Disque amiga para matar dá para perceber que a série acerta ao misturar muito bem drama e comédia. O recurso não é bem uma novidade, a televisão está repleta de dramédias, mas o seriado consegue transitar como poucas produções, sendo bastante dramático, com falas e cenas chocantes, que logo se tornam momentos cômicos.

E isso acontece exatamente pela temática da série: a morte. Jen precisa aprender a viver com a ausência do marido. Ela está revoltada com a forma como ele morreu e com a falta de agilidade da polícia em buscar os envolvidos. Ao mesmo tempo, precisa estar forte para os filhos, que eram bem mais próximos do pai do que dela e começa a descobrir que não conhecia o marido de verdade. Tudo isso poderia levar Disque amiga para matar para um lado mais dramático, mas é o contrário. Esses elementos são apresentados de forma cômica, já que a fúria e as trapalhadas de Jen geram cenas que, de tão sem noção, são muito engraçadas.

Em meio a isso, a série apresenta Judy, que serve como um apoio a Jen e é uma personagem extremamente dúbia, como dá para perceber também logo nos primeiros minutos do episódio. O enredo de Judy é o fio condutor para que o espectador entenda mais sobre o acidente que matou o marido de Jen e para os questionamentos que a série levanta sobre perdão, culpa e a própria morte em si, tudo isso com muita leveza e simplicidade.

Ainda a partir da história de Judy, a produção consegue usar um recurso já desgastado na tevê, mas ainda bastante queridinho: os flashbacks. Há quem critique a utilização na série, no entanto, acho que o recurso se mostra pertinente para entregar as reviravoltas da história, que são o que fazem Disque amiga para matar ser uma ótima produção para maratonar. Apesar disso, é preciso atenção para o caso de uma segunda temporada. How to get away with murder é um grande exemplo que o excesso de flashbacks podem empobrecer uma trama.

Crédito: Netflix/Divulgação

A química entre as atrizes Christina Applegate e Linda Cardellini é outro ponto de destaque. Ambas, sem dúvidas, estão nos melhores momentos da carreira. Christina faz uma Jen sarcástica e cínica, que é extremamente empática. Enquanto Linda acerta em cheio na dubiedade de Judy. O restante do elenco também tem seus méritos. O pequeno Luke Roessler, que vive o filho mais novo de Jen, o doce Henry Harding, é uma grata surpresa. A produção conta ainda com James Marsden como Steve Wood, namorado de Judy; Max Jenkins como Christopher Doyle, o sócio de Jen; e Sam McCarthy como Charlie, o filho mais de Jen, no elenco fixo. Os três também entregam bons personagens.

Disque amiga para matar é uma produção que surpreende, com bons ganchos, atuações de destaque e um híbrido extremamente bem feito de drama com comédia. A primeira temporada é composta por 10 episódios, com média de 30 minutos cada. Já estamos na torcida pela renovação!

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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